sexta-feira, 8 de junho de 2012

VELHO TESTAMENTO - PROFETAS MENORES



Oséias

Chave: Adultério espiritual

Comentário:

O livro de Oséias apresenta-nos a intensa rogativa de um gigante espiritual, profundamente consagrado à tarefa de salvar a nação pecadora. Com autêntica solicitude, o pregador busca, repetidamente, conseguir a convicção e o arrependimento do povo a fim de que os escolhidos de Deus se sintam obrigados a voltar ao lar e ali achar o amor, o perdão e a cura. Com fidelidade, Oséias mostra graficamente os aspectos essenciais da verdadeira religião. Carregando nas tintas, lida com o pecado e seus resultados trágicos na vida humana, fala do juízo destrutivo e do inesgotável amor com seus tesouros indizíveis para o homem e para a mulher, trata da verdadeira natureza do arrependimento, da salvação certa que será proporcionada e do pleno perdão de Deus a todos quantos se arrependerem autenticamente com sincera fé. O veemente evangelista conhece seu povo. Sabe que é derramar lágrimas abundantes enquanto sua esposa infiel chafurda cada vez mais no pecado. Conhece a profundidade do amor e a boa vontade de amar sinceramente, de perdoar, de dar as boas-vindas e de restaurar. Tem consciência da sagrada profundidade do amor no coração de Deus. Dia após dia lança seu desafio pessoal, penetrante e poderoso aos recalcitrantes pecadores que devem voltar para Deus. Mediante a pregação deste profeta, Deus convida seu povo errante a regressar. Oferece-lhe misericórdia e perdão, a graça é abundante, a salvação os espera. É assombroso encontrar neste século do Antigo Testamento tanta mensagem do Novo e descobrir o apelo fundamental do verdadeiro evangelista. Todas as notas estão ali. Toda esfera é descoberta. Faz-se todo tipo de apelo. É a forma como Deus se manifesta.

Autor:
O autor do livro é Oséias, filho de Beeri, de Israel. Profundamente influenciado pelo profeta Amós, tragicamente ferido pela terrível infidelidade de sua esposa Gomer, agudamente cônscio dos terríveis pecados de seu próprio povo, sensível à voz de Deus dirigida a um povo pecador, o profeta roga intensamente enquanto procura fazer que o povo infiel volte para seu Deus. É o evangelista divinamente escolhido para persuadir os pecadores empedernidos a que se voltem para um Deus cheio de amor, que está ansioso por perdoar-lhes e salvá-los. O ministério de Oséias estendeu-se por vários anos depois do ano de 746 a.C.

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Kyle M Yates
Doutor em Fisolofia e Letras



Joel

Chave: O dia do Senhor

Comentários:

Uma praga de gafanhotos havia devastado a terra de Judá. Enquanto Joel, filho de Petuel, meditava
nesta calamidade, veio-lhe a palavra do Senhor. Transformou-se em um grande profeta que proclamava a seu povo as divinas implicações desta catástrofe. O livro, que traz o seu nome, registra o sermão de Joel nesta ocasião.

O profeta descreve a praga comparando-a a um exército humano que, em seu avanço, deixa atrás de si terra assolada (1:4-12; 2:2-10). Joel sabe que no ataque desta praga Deus estava operando. Sim, é o exército do Senhor (2:11), e o dia da invasão é o dia do Senhor - o dia do juízo de Deus contra um povo pecaminoso (1:15; 2:1, 11). O profeta insta com o povo a que se converta, e ao mesmo tempo expressa a esperança de que Deus se arrependa e se abstenha de castigar (1:14; 2:12-17).
Não há dúvida de que o ministério de Joel teve maior êxito do que o de muitos dos outros profetas, visto como o perdão de Deus (2:18-27) indica que o povo se arrependeu de coração. "E aquele que é do norte (isto é, os gafanhotos) farei partir para longe de vós... E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto" (2:20, 25) são promessas que o profeta faz em nome de Deus.
Contudo, o sermão de Joel ainda não havia terminado. Havia pela frente juízos ainda mais terríveis para o mundo que não reconhecia a sabedoria de Deus nem tampouco aceitava os padrões comuns de ética das nações pagãs (3:2-8). Deus, misericordiosamente, enviará seu Espírito sobre toda a carne (2:28, 29), porém as nações gentias serão julgadas e castigadas (3:1, 2, 9-16). O povo de Deus será libertado desta ira (2:32). Então Judá e Jerusalém gozarão de maravilhosa prosperidade e serão abençoadas eternamente com a presença divina (3:18-21).
Mediante estas palavras, Joel expressa a esperança humana e a promessa divina de que Deus é soberano neste mundo, e fará que sua vontade se cumpra na terra como no céu. Os reinos deste mundo "vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre" (Apocalipse 11:15).

Autor:
A respeito de Joel, filho de Petuel, nada se sabe em definitivo. Joel significava o Senhor é Deus, e era nome comum, de origem hebraica, no tempo do Antigo Testamento. As numerosas referências que Joel faz acerca de Jerusalém (1:14; 2:1, 15, 32; 3:1, 6, 16, 17, 20, 21) parecem indicar que ele residia nessa cidade.
Não podemos determinar a data da praga dos gafanhotos, a qual constitui o pano de fundo histórico deste livro. Há divergências quanto à data em que foi escrito, embora possamos afirmar que o livro não depende em nada da sua data; sua mensagem se aplica ao homem de nossos dias.

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John B. Graybill
Doutor em Filosofia e Letras


  
Amós

Comentário:

A grande proclamação feita no início de sua profecia (1:2) fixa o tom da mensagem de Amós. A voz de Deus, como a de um leão que ruge, será ouvida desde Sião no dia do juízo. Sob o respeitável manto da prosperidade material, Amós põe a descoberto a massa putrefata do formalismo religioso e a corrupção espiritual (5:12, 21). Aponta a total indiferença para com os direitos humanos e para com a pessoa humana (2:6), e assinala a deterioração da moral e da justiça social (2:7, 8). O profeta tinha um remédio para o mal que ameaçava a vida da nação. O homem devia buscar a Deus, devia arrepender-se e estabelecer a justiça a fim de poder viver (5:14, 15). Todavia, para ressaltar o aspecto irremediável da situação, o profeta Amós adverte que os responsáveis pelo mal que açoitava a terra não se "afligiam" pelo desastre que se avizinhava (6:6). Em conseqüência, outra coisa não esperava a Israel senão a destruição (9:1-8). O dia do Senhor não será uma vindicação de Israel, segundo acreditavam algumas pessoas daquele tempo, mas uma confirmação das exigências do caráter moral de Deus contra os que o haviam rejeitado. Somente quando esta verdade fosse reconhecida é que se estabeleceria o esplendor do reino davídico. Porém esse dia era inevitável (9:11-15). A mensagem de Amós é, em grande parte, um "clamor de justiça".

Autor:
Natural de Técoa, local situado a vinte quilômetros ao sul de Jerusalém, Amós era pastor e também cultivava sicômeros (figos silvestres) 1:1; 7:14, 15). Enquanto cuidava do gado, recebeu o chamado de Deus para exercer o ministério profético. Profetizou no reino do norte durante breve período na segunda metade do reinado de Jeroboão II (785-744 a.C.), rei de Israel, e durante o reinado de Uzias (780-740 a.C.), rei de Judá (1:1).

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Arnold C. Schultz
Doutor em Teologia



  
Obadias

Chave: Edom

Comentário:

Este pequeno livro resume o significado da relação de Edom e Israel (Esaú e Jacó) na história da salvação, e ao fazê-lo revela um aspecto do dia do Senhor e do reino de Deus.
Edom, a nação oriunda de Esaú sempre se revelou hostil a Israel, a despeito dos laços fraternais existentes, visto que eram filhos de Isaque. Deus confiou a muitos profetas a mensagem de condenação dirigida contra Edom (Amós, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Malaquias), os quais frenqüentemente chamaram a atenção para o orgulho e para a auto-suficiência de Edom como as raízes de seu pecado. Em Obadias, o profeta parece tomar uma profecia de juízo existente contra Edom (vers. 1-4 e frases incluídas nos vers. 5-9) - talvez o mesmo oráculo que aparece em Jeremias 49:7-22 - e observe-se quão terrivelmente se cumpria e com que justa retribuição. Obadias relaciona, portanto, este castigo particular com o juízo de todas as nações no dia iminente do Senhor, quando o remanescente de Israel que escapou será como esfera de salvação e instrumento do governo de Deus sobre todas as nações.
Embora muitíssimo curta, esta profecia ressalta e exemplifica as verdades fundamentais da revelação bíblica: o governo soberano de Deus que será universalmente reconhecido (v.21); a eleição de Israel, o povo de Deus, para ser abençoado (v. 17b); sua eleição cumprida mediante um remanescente (v. 17a) que será a fortaleza do braço de Deus procedente do monte Sião; a culminância dos propósitos de Deus no dia do Senhor que, enquanto vindica a seu povo e lhe proporciona o júbilo da terra prometida de descanso, condenará os inimigos e opressores, dos quais Edom é aqui um tipo (v. 15).
Embora o livro de Obadias seja somente um dentre os muitos pronunciamentos proféticos relativos a Edom, é conveniente considerá-lo como o ponto de concentração de todas as referências que no Antigo Testamento se fazem concernentes a Edom, visto como não é possível, num comentário desta natureza, tratar de outras passagens pormenorizadamente. Portanto, apresentamos aqui uma lista das principais referências a Edom: Históricas: Gênesis 25-36 (Jacó e Esaú); Números 20:14-21, Deuteronômio 2:1-8 (o período do Êxodo); I Samuel 14:47 (sob Saul); II Samuel 8:14 (sob Davi); II Reis 8:20-22 (sob Jeroão); II Crônicas 20:10-23 (sob Josafá); II Reis 14:7, II Crônicas 25:11-13 (sob Amazias); II Crônicas 28:17 (sob Acaz); Salmos 137:7, Lamentações de Jeremias 4:22 (queda de Jerusalém); Salmos 83:1-6 (geral). Profecias: Isaías11:14; 34; 63:1-6; Jeremias 49:7-22, Ezequiel 25:12-14; 35; Joel 3:19; Amós 1:11-12; Malaquias 1:2-5.

Autor:
Com exceção de seu nome (que é comum no Antigo Testamento), nada se sabe do autor deste livro, o mais curto do Antigo Testamento. Nem se sabe com certeza a época em que foi escrito. Obadias parece descrever um desastre que sobreveio a Edom depois da queda de Jerusalém (vers. 5-7). Talvez seja este o primeiro ataque dos nabateus contra o monte Seir, os quais derrotaram os edomitas em determinada época compreendida entre os séculos VI e IV (compare Malaquias 1:3, 4). Esta profecia pertenceria, portanto, à época do exílio ou logo após o regresso.

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D. W. B. Robinson
Licenciado em Teologia


  
Jonas

Comentário:

Por seu conteúdo e intenção, o livro de Jonas revela a universalidade e a compaixão da graça divina. Insinua-se este fato em 3:10 e em 4:11 se confirma de modo inequívoco.
O livro é de caráter biográfico. Começa e termina com o Senhor falando a Jonas. Em primeiro lugar, Jonas é comissionado para anunciar um juízo; finalmente, o Senhor faz ver sua misericórdia e sua compaixão. Entre estas duas representações do caráter de Deus encontramos a resposta de Jonas à justiça e à compaixão divinas. No princípio Jonas se nega a aceitar a ordem do Senhor, temendo que os pagãos se arrependam e Deus demonstre misericórdia. O coração magnânimo de Deus, que perdoa aos pagãos arrependidos, estabelece nítido contraste com o espírito estreito, intolerante, não perdoador de Jonas.

Autor:
Uma vez que o livro não faz afirmação alguma sobre seu autor, é de supor-se justificadamente que o autor seja o próprio Jonas. Ele é filho de Amitai (1:1), e sem dúvida o mesmo filho de Amitai que profetizou durante o reinado de Jeroboão II (compare-se com II Reis 14:25).

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Claude A. Ries
Doutor em Teologia


  
Miquéias

Comentário:

Os três primeiros capítulos da profecia de Miquéias declaram os juízos de Deus contra Israel e Judá, e o desastre iminente que está à espera dessas nações. Os capítulos 4 e 5 oferecem consolo e esperança em face do que acontecerá no futuro, quando a casa do Senhor for estabelecida sobre os fundamentos de uma paz duradoura; um remanescente voltará para Sião, resgatado do cativeiro na Babilônia; um Libertador procedente de Belém fará que seu remanescente justo se constitua em bênção para a tera; e a terra será purificada da idolatria e da opressão. Os capítulos 6 e 7 declaram o caminho da salvação mediante uma analogia de um pleito ou contenda judicial; o Senhor é o reclamante , Israel o reclamado. Lembrando a seu povo o livramento do Egito, e falando-lhe da natureza da verdadeira adoração, Deus deplora seus tesouros de impiedade e de opressão. Esta declaração se faz seguir pela confissão de culpa da parte de Israel e pela oração, pedindo ao Senhor que volte e pastoreie seu rebanho como o fez no passado.Miquéias termina com uma pergunta: "Quem, ó Deus, é semelhante a ti?". Somente ele pode perdoar e demonstrar compaixão ao povo de sua aliança.

Autor:
Miquéias era natural de Moresete, aldeia localizada perto de Gate, na região setentrional da Filistia, a trinta e cinco quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. Provavelmente era agricultor. Seu ministério de profeta abrange o reinado de três reis, desde o ano de 738 até 698 a.C., aproximadamente. Não se menciona o nome de seu pai, razão por que os estudiosos concluem que sua família era de condição humilde. Miquéias é mestre consumado no emprego da poesia clássica hebraica. Defende a causa dos camponeses oprimidos e se põe contra os ricos arrogantes. Seus apelos em favor da verdadeira religião são igualados somente por Tiago (compare 6:6-8 com Tiago 1:27).

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Ross E. Price
Doutor em Divindade



Naum

Chave: Sentença contra Nínive

Comentário:

Naum, livro contrastes, descreve o poderoso imperialismo de uma nação despótica e pagã, e declara o triunfo certo e final da justiça e soberania de Deus
A causa imediata da profecia foi a premente questão da justiça de Deus e sua fidelidade às promessas. Assíria, grande potência militar e econômica, havia dominado os destinos das nações limítrofes, inclusive Judá. Ao impor pesados tributos e exigir onerosa escravidão, aquela potência havia transformado Judá em um estado quase vassalo. A fim de proteger-se, Judá estabelecera alianças com outras nações, esquecendo-se da promessa de Deus de que ele protegeria a nação bem como seu povo.
Portanto, era fraca a vida nacional de Judá. Sua vida espiritual enfraquecia-se cada vez mais e sua segurança territorial corria constante perigo por causa das inscursões de hordas procedentes de Nínive. Surgiu, pois, a pergunta: "Esqueceu-se Deus de Judá? Por que prospera esta nação perversa da Assíria enquanto nós sofremos? São vazias as promessas de Deus?" E enquanto Judá não recebia resposta a tais perguntas, a desesperação se apoderava do povo.
De repente, ouviu-se a voz retumbante de Naum, que dizia: "Nínive cairá. Deus preservará seu povo." Esta profecia parecia inacreditável para os de limitada compreensão espiritual. O propósito da profecia era duplo: predizer a destruição de Nínive por causa de seu pecado; e aliviar a aflição e desesperança de Judá, assegurando-lhe que a promessa de Deus é fiel. A profecia tem um único assunto: Nínive cairá, Judá será vindicada.
Em seu estilo literário, o livro é a um tempo poético e profético, harmonizado a vivida linguagem metafórica com o estilo rude e direto da declaração profética. O primeiro capítulo é antes de tudo um salmo, ao passo que os capítulos 2 e 3 são proféticos.
Naum começa sua mensagem mediante uma declaração intrépida relativa à natureza e que toma vingança, o Senhor toma vingança e é cheio de furor: o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos" (1:2). Este tema satura o livro. Considerando que a Assíria pecou ao desprezar a Deus, será totalmente destruída. Judá foi desleal por não confiar implicitamente em Deus, estabelecendo aliança com outras nações. A queda e destruição de Nínive deve ser uma advertência para ela.
A mensagem de Naum é aplicável a todas as eras. Os que com arrogância resistem a Deus e não confiam na sua provisão e cuidado, sentirão inevitavelmente sua ira; os que nele depositam sua fé, esses serão preservados em virtude do amor divino.
Autor: 
Naum, 1:1.
Pouco sabemos de Naum, excetuando-se o que se nos diz neste breve livro. Seu nome não é mencionado em nenhuma outra parte das Escrituras Sagradas, com a possível exceção da linha genealógica citada em Lucas. Tudo o que dele sabemos é que viveu em Judá, provavelmente em Elcos, localidade que não se pode indicar com certeza, e que foi contemporâneo de Jeremias. A palavra Naum significa consolo.
De acordo com os melhores cálculos, o livro foi escrito por volta do ano de 620 a.C.
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Clarence B. Bass
Doutor em Filosofia e Letras



  
Habacuque

Chave: O justo viverá pela sua fé

Comentário:

Habacuque, o profeta-filósofo, perturba-se com a gravíssima iniqüidade de Judá. Mas, em contraste com seu contemporâneo Jeremias, sente maior solicitude pela aparente relutância de Deus em julgar, do que pela falta de arrependimento do povo. A destruição, a violência e a falta de consideração pelas leis divinas florescem sem que ninguém as refreie (1:2-4), apesar das ardentes rogativas do profeta pedindo a intervenção divina.
Deus responde a Habacuque que dentro em breve ele receberá a resposta; os ferozes e impios caldeus (babilônios) serão a vara de Deus que açoitará a Judá diante dos próprios olhos de Habacuque (1:5, 6).
Em vez de aliviar a carga do profeta, esta resposta torna-a mais pesada, ficando Habacuque angustiado por um novo e mais espinhoso problema: Como pode Deus, cujos olhos são tão puros que não podem contemplar o mal, permanecer em silêncio enquanto uma nação ímpia, sedenta de sangue, destrói uma nação mais justa que ela (1:13)? O profeta procura um lugar solitário para esperar a resposta de Deus (2:1).
A resposta vem mediante uma das mais sublimes declarações das Escrituras Sagradas: o justo pela sua fé (ou fidelidade) viverá; o justo será preservado no dia da angústia, porque dependeu de Deus, o que faz que se possa depender dele; certa e repentina será a retribuição dos invasores cheios de soberba, que compreenderão que a tirania não faz sentido e a idolatria é uma inutilidade (2:6-19). A resposta finaliza com um mandamento de silêncio universal diante do Deus soberano (2:20).
Com a convicção de que a justiça triunfará, o profeta eleva seu coração numa prece rogando a Deus que realiza uma obra portentosa como a que realizara no Êxodo e no monte Sinai (3:2-15). Depois de descrever o majestoso esplendor do Onipotente, Habacuque reafirma sua confiança no Deus de sua salvação, por meio de uma das mais emocionantes confissões que encontramos nas Escrituras Sagradas (3:17-19).

Autor:
Nada se sabe acerca do profeta Habacuque, excetuando-se as qualidades pessoais que podemos discernir em seus escritos. Várias datas têm sido sugeridas para este livro, mas o período mais provável é o que se encontra entre o ano de 605 a.C., data da vitória de Nabucodonosor sobre os egípcios em Carquemis, Síria, e o ano de 597 a.C., quando os exércitos babilônios invadiram Judá.

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David A. Hubbard
Doutor em Filosofia e Letras



Sofonias

Comentário:

Sofonias, verdadeiro profeta do Senhor, defronta-se com Judá, nação corrupta e ímpia. Embora identificada com o povo escolhido, essa nação não podia perdurar, uma vez que o Senhor é um Deus justo que não faz acepção de pessoas. Distante, ao nordeste, achava-se a poderosa Assíria, que o Senhor utilizaria como seu instrumento para trazer a destruição a Judá. Com esta destruição seria vindicada a justiça do Senhor. Tratava-se, sem dúvida, do dia do Senhor.
Sofonias procura inspirar em seus ouvintes o temor daquele dia, e lhes roga que se arrependam. Mostra que mediante o juízo, Deus demonstraria misericórdia para com aqueles a quem o Senhor tem a intenção de libertar. O remanescente puro, quando for libertado, entoará louvores ao Deus justo que habita em seu meio.

Autor:
Esta breve profecia diz ser a revelação de Sofonias que profetizou depois da ruína de Israel, durante o reinado de Josias. Provavelmente suas mensagens foram pronunciadas antes das reformas de Josias, visto como descrevem um povo desesperadamente mau, que não busca ao Senhor.

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Edward J. Young
Doutor em Filosofia e Letras



  
Ageu

Comentário:

A profecia de Ageu, que pertence ao período pós-exílio, é um apelo dirigido às autoridades e ao povo para que retomem a constução do templo, após dezesseis anos de interrupção e atrasos. O profeta é implacável ao expor a opinião falsa, mas predominante, de que a obra de Deus é de caráter secundário e deve esperar até que primeiro se resolvam os problemas econômicos. Demonstra que tais problemas constituem o juízo pelo descuido do primeiro. Quanto tanto os dirigentes como o povo respondem ao seu apelo, assegura-lhes que receberão a ajuda de Deus, anima-os em face de comparações odiosas, e lhes promete melhoria nas circunstâncias materiais agora que se cumpriram a vontade e a obra de Deus.
Termina sua mensagem confirmando a escolha divina do governador Zorobabel, e apontando seu significado messiânico.

Autor:
A profecia está cuidadosamente datada (520 a.C.), e indiscutivelmente isto se deve à pena de Ageu, cujo nome traz e a quem se faz referência em associação com Zacarias em Esdras 5:1 e 6:14. Exceto sua parte na reconstrução do templo, nada sabemos de sua vida ou de seu caráter. Seu estilo direto, franco, adapta-se admiravelmente à sua missão prática de censurar e estimular.

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Geoffrey W. Bromiley
Doutor em Filosofia e Letras



  
Zacarias

Comentário:

Zacarias, profeta contemporâneo de Ageu, consagrou-se como este à tarefa de promover a obra do templo. Suas mensagens escritas formam um vínculo significativo entre os profetas anteriores, a cujo ministério faz referências (1:6), e as fases posteriores da obra redentora de Deus acerca da qual seu livro dá eloqüente testemunho. Dessa forma o profeta nos ajuda, mediante um rico conteúdo bíblico, a aguardar com ansiedade o dia em que se estabelecerá por completo o reino de Deus, e encher nosso coração de jubilosa expectação concernente a esse dia.

Autor:
Conquanto os oito primeiros capítulos do livro sejam atribuídos a Zacarias, no ano de 520 a.C., a data dos capítulos 9 a 14 é motivo de controvérsia, e muitos negam que Zacarias os tenha escrito. Embora seja difícil chegar a uma conclusão com absoluta certeza, pode afirmar-se que as semelhanças de atitude entre as duas partes nos sugeririam a unidade de origem deste livro. Zacarias, que iniciou seu ministério no ano de 520 a.C., poderia muito bem ter vivido até presenciar as importantes vitórias alcançadas pela Grécia sobre os persas nos anos de 490 a 480 a.C. Essas vitórias poderiam apontar para a futura dominação grega.

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Martin H. Woudstra
Doutor em Teologia


  
Malaquias

Comentário:

Como porta-voz de Deus, Malaquias se apresenta em uma das épocas mais decisivas da história. A terra tivera muitos profetas, mas o ambiente cultural que cercava o profeta não trazia as marcas da obra realizada por aqueles homens. Os sacerdotes eram corruptos (1:6 - 2:9), e o povo, salvo algumas exceções, não era melhor (2:10 - 4:3). Deus, porém, ainda governava de seu trono. Era soberano. Era o pai (1:6), o senhor (1:6), o grande rei (1:14), o príncipe celestrial (implícito em 1:8), o doador das alianças e dos mandamentos (2:5; 4:4). Como Deus do Juízo, ele havia causado a desolação de Edom (1:3, 4). Sua maldição recaia sobre os sacerdotes desleais (1:14; 2:2, 3, 9) e sobre os que o haviam roubado (3:9). Cortaria os que se haviam casado com pagãos (2:12). O juízo seria repentino (2:17 - 3:5). O dia do Senhor consumiria os maus (4:1, 3). Entretanto, como Deus da graça, abençoaria o remanescente fiel, visto que uma história de graça respaldava seu amor a Jacó (1:2), sua aliança com Levi (2:4, 5), sua pasciência para com os filhos de Jacó (3:6), seu oferecimento aos que não haviam sido mordomos fiéis (3:10), o livro memorial (3:16), o nascimento do Sol da Justiça (4:2) e a prometida vinda de Elias (4:5, 6). Vinha o dia do Senhor, diz-nos Malaquias. Seria um dia glorioso para os justos (3:16, 17; 4:2, 3), mas um dia de destruição para os iníquos (4:1, 3). Contudo, podem ler-se nas entrelinhas as seguintes palavras: "Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos, pois por que razão morrereis, ó casa de Israel" (Ezequiel 33:11).

Autor:
Não se sabe com certreza se Malaquias é o nome de uma pessoa, ou significa antes meu mensageiro, ou um missionário. Acredita-se, contudo, que se trata provavelmente do profeta que escreveu o livro. Malaquias foi, talvez, escrito em torno do ano de 425 a.C., visto como descreve as condições existentes na época da segunda chegada de Neemias a Jerusalém, no ano de 432 a.C.

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Burton L. Goddard
Doutor em Teologia


















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