TIPOS HUMANOS E NÃO HUMANOS DE JESUS (TIPOLOGIA BÍBLICA)

1-INTRODUÇAO                                                                                                                                                                                   
Tipologia é o estudo sistemático de fatos ou pessoas que no Antigo Testamento antecipavam o que ocorreria no Novo Testamento a respeito do Senhor Jesus, da dispensação da graça, da igreja e das coisas celestiais, ou seja, são sombras ou prefiguração de pessoas e eventos do Novo Testamento. A representação inicial chama-se “tipo”, e a realização dela, ”antítipo”.
Tipo é alguma pessoa ou figura que Deus utilizou ao longo da história bíblica para revelar um acontecimento futuro. Antítipo é o tipo ou figura que representa outra, é a parte espiritual de um tipo bíblico. Para ser considerado Tipo ou Antítipo é necessário um ou mais pontos de semelhanças entre eles.
A grande maioria das pessoas vêem apenas o Antigo testamento no ponto de vista histórico, mas nunca atentaram para as magníficas representações de Cristo nele contidas. O AntigoTestamento retrata uma série de figuras que apontam para algum aspecto importante da pessoa ou obra de Cristo, revelando assim Seu caráter e ministério.
Esse trabalho tem como finalidade comentar sobre alguns dos tipos do Antigo Testamento que tipificaram o ministério de Jesus aqui na terra. Como por exemplo:
- Arão e Melquisedeque “tipos”de Jesus no que diz respeito ao seu sacerdócio.
- Moisés “tipo” de Jesus no seu papel de libertador.
- Salomão com sua sabedoria e reinado tipificando o ministério de Jesus.
Não podemos nos esquecer, que no estudo de tipologia, o “antítipo” se manifesta sempre bem superior ao “tipo” que o prefigura, como por exemplo, Jesus em seu legado aqui na terra jamais cometeu as fraquezas humanas evidentes nos indivíduos que lhe serviram de “tipo”.      


   
2- MOISÉS E JESUS: PROFETAS, SACERDOTES, LEGISLADORES,  MESTRES, LÍDERES DE HOMENS
   Moisés ocupa um lugar destacado entre os personagens do Antigo Testamento, não apenas por ter sido o libertador e legislador de Israel, mas, também, pelo relacionamento tipológico com Cristo. São muitas as semelhanças encontradas entre Jesus e Moisés, tanto na vida, quanto na obra de ambos. Além disto, a Bíblia declara haver uma relação profética muito explícita entre eles.                  Moisés declarou que Deus levantaria, no futuro, um profeta também judeu, cuja vida seria semelhante à sua. Para ter a certeza de que este seria o profeta levantado por Deus, os judeus deveriam verificar se a sua vida era semelhante à de Moisés. Ele assim declarou: “O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15).                  Quando João Batista apareceu, acharam que ele poderia ser este profeta, então lhe perguntaram: “És tu o profeta?” (Jo 1.21).  Quando, porém o povo viu Jesus realizando o milagre da multiplicação dos pães, afirmaram: “Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14). Declaração semelhante foi feita por Felipe, ao dirigir-se a Natanael, a respeito de Jesus: “Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1.45), e por Estevão, em seu discurso: “Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: O Senhor vosso Deus vos levantará decomo eu; a ele ouvireis” (Jo 7.37).   
                                                                                                                                                   2.1 SEMELHANÇAS ENTRE MOISÉS E JESUS
                                                                                                                                                    “A vida de Jesus foi similar à de Moisés: ambos foram profetas, sacerdotes, legisladores, mestres, líderes de homens. Ambos ensinaram novas verdades de Deus e confirmaram seus ensinos com milagres. Ambos passaram seus primeiros anos de vida no Egito, miraculosamente protegidos daqueles que procuravam tirar suas vidas. A família de Moisés, inicialmente, não aceitava sua função. Entretanto, mais tarde seu irmão Arão e sua irmã Miriã o ajudaram. A mãe de Jesus, seus irmãos e suas irmãs inicialmente erraram em não seguí-lo. No entanto, mais tarde seu irmão Tiago tornou-se um dos líderes da igreja em Jerusalém.
Cada um deles foi considerado o homem mais sábio de seus dias. Ambos confrontaram poderes demoníacos e os subjugaram com sucesso. Assim como Moisés determinou setenta juizes sobre Israel, Jesus ungiu setenta discípulos para ensinar as nações. Moisés enviou doze espias para Canaã; Jesus enviou doze apóstolos para alcançar o mundo. A Bíblia não diz que algum deles tenha experimentado alguma doença. E os corpos de ambos não permaneceram em seus túmulos. Ambos jejuaram quarenta dias e experimentaram crises espirituais no topo de montes. Assim como Moisés estendeu a sua mão sobre o Mar Vermelho para exercer autoridade sobre ele, Jesus repreendeu o Mar da Galiléia e aquietou as suas ondas. As faces de ambos brilharam com a glória dos céus, Moisés no monte Sinai e Jesus no monte da transfiguração.
 Moisés resgatou Israel de sua religiosidade morta no Egito pagão; Jesus resgatou Israel da letra morta e da tradição da Lei. Moisés e Jesus curaram leprosos e provaram sua autoridade através de milagres, os quais fizeram diante de muitos. Assim como Moisés teve vitória sobre o grande inimigo de Israel, os amalequitas, com seus braços levantados, Jesus teve vitória sobre os nossos grandes inimigos, o pecado e a morte, ao levantar seus braços na cruz. Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, a fim de curar as pessoas; Jesus foi levantado na cruz para curar dos pecados a todos aqueles que crêem.
O povo foi ingrato e se rebelou contra a liderança de ambos. As gerações que se rebelaram contra eles morreram por falta de fé: uma no deserto, e a outra, no cerco de Jerusalém em 70 d.C. Moisés e Jesus morreram num monte. Moisés prometeu que outro profeta viria; Jesus prometeu à Igreja que seu Pai enviaria outro "consolador", o Espírito Santo.
No Mês de Nisã, no décimo-quarto dia, que era a festa da Páscoa, tanto Moisés quanto Jesus libertaram aqueles que neles creram. No septuagésimo dia, na festa das Primícias, Moisés trouxe a ressurreição para os filhos de Israel quando passaram pelo Mar Vermelho; na mesma data Jesus trouxe as primícias da ressurreição, quando levantou dentre os mortos. Cinqüenta dias mais tarde, na festa de Pentecostes, Deus concedeu um grande presente a Israel e a todas as nações, dando-lhes a Torá, a Lei. Cinqüenta dias após a ressurreição de Jesus, Deus deu à Igreja o grande Dom do batismo do Espírito Santo”.       
                                                                                                                                                                                                                                                                                               2.2       MOISÉS ESCREVE SOBRE JESUS      
                                                                                                                                                  Jesus Cristo tornou claro que Moisés escrevera sobre ele, pois, em certa ocasião, ele disse aos seus oponentes: “Se acreditásseis em Moisés, teríeis acreditado em mim, porque este escreveu a meu respeito.” (Jo 5:46) “Principiando por Moisés e por todos os Profetas”, quando estava em companhia dos seus discípulos, Jesus “interpretou-lhes em todas as Escrituras as coisas referentes a si mesmo”. (Lc 24:27, 44; veja também Jo 1:45).
Entre as coisas que Moisés escreveu a respeito de Cristo Jesus estão as palavras de Yehowah: “Suscitar-lhes-ei do meio dos seus irmãos um profeta semelhante a ti; e deveras porei as minhas palavras na sua boca e ele certamente lhes falará tudo o que eu lhe mandar.” (Dt 18:18-19) O apóstolo Pedro, citando esta profecia, não deixou dúvida de que se referia a Jesus Cristo (At 3:19-23). 

2.3 ISAQUE
1) Abraão oferece Isaque (Gn 22)
• Isaque era o único filho de Abraão (2) – Jesus, o Unigênito de Deus (Jo 3.16)
• Isaque era o filho amado de Abraão (2) – Deus disse a respeito de Jesus: “Este é o meu Filho Amado” (Mt 3.17)
• Isaque seria oferecido na terra de Moriá (2). Moriá significa “ordenado/considerado por Deus” É a mesma região do Calvário onde Jesus, por ordenação divina foi crucificado.
• Em um trecho do caminho estavam apenas Abraão e Isaque (5). Jesus também foi abandonado pelos seus discípulos, só o Pai esteve com ele.
• Isaque foi obediente a Abraão – Jesus foi obediente ao Pai, Obediente até a morte. (Fp 2.8; Mc 14.35,36)
• Isaque elevou sobre si a lenha do holocausto (6) Jesus levou sobre si a cruz (Jo 19.17) Ele levou sobre si muito mais do que a cruz, levou “as nossas enfermidades”, “as nossas dores”, “o castigo que nos traz a paz”, “a iniqüidade de nós todos” (Is 53.4-11)
• Isaque foi colocado em cima do altar (9).Jesus foi crucificado.
• Para Isaque havia um carneiro substituto (13) – Mas para Jesus não havia substituto – Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)
• Isaque morreu e ressurgiu em figura – Jesus morreu e ressuscitou em realidade. (Hb 11.18,19)                        2) O Casamento de Isaque (Gn 23-24).
• Abraão representa Deus, Sara havia morrido, ela representa Israel afastado de Deus –
• Neste momento Abraão incumbe a Eliézer que vá a sua terra em busca de uma noiva para Isaque – Deus enviou o Espírito Santo para preparar a noiva de Cristo – a Igreja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27).
• Ele não foi de mãos vazias trouxe muitos presentes para rebeca – O Espírito Santo trouxe muito presentes espirituais para a igreja.
• Eliézer na viagem tomou dez camelos cheios de presentes, vasos de prata e vasos de ouro. Na Bíblia, o número dez significa perfeita ordem divina, onde nada falta. “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7).
• Vasos de prata – simbolizam redenção (Êx 30.12-16; Lv 5.15;Tt 3.5; 1 Jo 1.7)
• Vasos de Ouro – O ouro indica a glória de Deus (2 Co 318)
• Vestidos – A Igreja jamais poderá ser apresentada ao seu Noivo trajada dos trapos imundos da sua própria justiça. Por isso o Espírito santo dá-lhe vestidos apropriados – vestidos de salvação e vestidos de louvor (Is 61.3,10).
• Rebeca deixou tudo para se casar com Isaque, a Igreja deixou tudo para se casar com Cristo.
• O encontro de Isaque e Rebeca se deu ainda no caminho – Jesus se encontrará com a igreja, nos ares, Isaque conduziu Rebeca à sua casa – Jesus conduzirá a Igreja ao Céu.
• Após o casamento de Isaque, Abraão casou-se com Quetura - Depois que Jesus receber a Igreja,Israel será restaurado por Deus (Rm 9-11) 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                     2.4 JOSÉ do Egito – o Mais Perfeito Tipo de Jesus.                                                   
• José, O amado do pai : “Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos” (Gn 37.3). Deus disse acerca de Jesus: “este é o meu Filho Amado” (Mt 3.17)
• O melhor dos irmãos. Sobre Jesus lemos: “Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade: por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros” (Hb 1.9)
• O mais odiado e rejeitado pelos seus “aborreceram-no, e não podiam falar com ele pacificamente” (Gn 37.4,5). Uma profecia sobre Jesus: “odiaram-me sem motivo” (Jo 15.25). Em Isaías lemos: “Era desprezado e o mais rejeitado” (Is 53.3
• Não suportavam as suas palavras (Gn 37.8). Disseram sobre a mensagem de Cristo: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (Jo 6.60)
• Jacó enviou José para ver como estavam seus irmãos, porém eles não o receberam bem (Gn 39.12-17). Jesus veio para o que era seu, e os seus não o receberam (Jo 1.11)
• Conspiraram para matá-lo “Conspiraram contra ele, para o matarem” (Gn 37.18) – O mesmo aconteceu com Jesus: “e deliberaram prender Jesus, à traição, e matá-lo” (Mt 26.4)
• Arrancaram-lhe a túnica (Gn 39.23). Os soldados também se apoderaram da túnica de Jesus
• Foi vendido por 20 moedas de prata. (Gn 39.28) – Jesus foi traído pelo preço de 30 moedas de prata (Mt 26.15)
• Quem deu a ideia de vender José foi Judá (Gn 39.26), que traiu a Jesus foi Judas (Mt 26.14) – O Nome Judá é a forma hebraica e corresponde ao nome Judas no grego.
• José sofreu grande tentação, sem pecar (Gn 39.7-19) – Jesus em tudo foi tentado mas nunca pecou (Hb 2.18;4.15)
• Foi rebaixado e acusado falsamente. (Gn 39.19,20) – Jesus foi acusado falsamente – mesmo assim foi condenado.
• José foi exaltado no cárcere (Gn 39.21-23) – Jesus triunfou na cruz (Cl 2.14,15)
• José esteve entre dois presos, um foi perdoado pelo Faraó e o outro foi condenado (Gn 40.1-23) – Jesus foi crucificado ao lado de dois malfeitores, um foi perdoado por Deus e o outro morreu sem salvação (Lc 23.39-43)
• José saiu do cárcere para ocupar o trono de governador do Egito – Jesus saiu da cruz e foi exaltado ao lado de Deus, e a partir deste momento Jesus será exaltado cada vez mais! (1 Co 15.24-28)
• José predisse um tempo de grande fome que duraria 7 anos (Gn 41.1-37) – Jesus predisse um tempo de muitas aflições, conhecido como a Grande Tribulação (Ap 3.10)
• Antes do início dos 7anos de fome, José se casou com uma estrangeira (Gn 41.45) Antes da Grande tribulação Jesus arrebatará a sua noiva, composta de judeus e gentios.
• Através dos sofrimentos os irmãos de José se aproximaram dele e foram perdoados (Gn 42-50) – Após a Grande tribulação os judeus receberão a Jesus como o Messias e serão protegidos de uma grande destruição – A batalha do Armagedom. (Ap 19)
• O lugar de destaque que ele ocupava fora determinado pelo rei (41.41) Como o domínio de Cristo foi determinado pelo Pai (At 5.31)
• Fez provisão para o povo para uma necessidade imprevista. Uma provisão suficiente pata “todas as terras” (41.57) – Porém José não sofreu ao fazê-la. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6)
• Foi uma bênção para as nações, foi chamado de “O salvador do Mundo” - Tradução do nome Zafnate-Panéa.(Gn41,45). Jesus é o Salvador do Mundo!
• A palavra então era “ide a José! Fazei tudo o que José vos disser!” e Hoje é “Vinde a Jesus! Ele é o único recurso”      
3- TIPOS NÃO HUMANOS DE JESUS
3.1 O CORDEIRO PASCOAL (Êx 12.3-14)          
Após haver castigado o Egito com nove pragas, destruindo o país e castigando Faraó e seu povo, Deus prepara um ato final, para consumar o juízo e libertar o povo de Israel do cativeiro. Esta última praga atingiria todos os primogênitos do Egito, “desde os homens até aos animais” (Ex 12.12), causando a morte em todos os lares.
O povo de Israel, entretanto, deveria ser poupado da morte. Assim sendo, Deus deu ordens a Moisés para que, no décimo dia do mês de Nisã (chamado mês de Abibe, antes do Exílio Babilônico), o qual seria, a partir de então, o primeiro mês do novo calendário, que o Senhor estava determinando para os hebreus, cada família deveria separar para si um cordeiro ou cabrito macho, de um ano, sem máculas ou defeitos, o qual deveria ser sacrificado, em um ritual coletivo, ao cair da tarde do dia quatorze, do mesmo mês.
Uma vez sacrificado o cordeiro, seu sangue deveria ser recolhido e aspergido nos umbrais e na verga da porta de cada hebreu, e a carne deveria ser assada (nenhuma parte poderia ser cozida) e comida, à noite, com pães asmos, isto é, sem fermento, e ervas amargosas. Cada pessoa presente à mesa deveria estar devidamente trajada, como cajado na mão, pronta para partir.
Naquela mesma noite, o Senhor traria a morte sobre os primogênitos do Egito e apenas as casas dos hebreus, nas quais houvesse o sangue aspergido, seriam poupadas. A recomendação divina foi esta: “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito” (Ex 12.13).
A relação tipológica do cordeiro pascoal com Cristo é uma das mais belas e completas, dentre os tipos coletivos. A relação do Senhor Jesus Cristo com o cordeiro, é apresentada no Novo Testamento, em muitas passagens. João Batista afirma que ele é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29); o livro do Apocalipse o apresenta como tal, muitas vezes (Ap 5.6,8,12,13; 6.1,16; 7.9,10,14; 12.11; 13.8; 14.1, entre outras); o apóstolo João faz referência ao cordeiro, quando aplica a Cristo a profecia que dizia: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” (Jo 19.36); o apóstolo Pedro faz referência ao “o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1Pe 1.19). É o apóstolo Paulo, porém, que apresenta a declaração tipológica mais explícita, quando afiram: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Cor 5.7), numa alusão direta à correspondência entre tipo e antítipo.
Muitas são as semelhanças apresentadas pelo cordeiro da Páscoa, com relação a Cristo:
O cordeiro deveria ser macho, de um ano (Ex 12.5), uma referência à idade adulta de Cristo em seu ministério terreno;
Não poderia possuir defeitos ou manchas(Ex 12.5), indicando a condição de Jesus sem pecados (Hb 4.15);
O cordeiro deveria ser guardado desde o décimo dia (Ex 12.3,6), uma referência ao que Pedro afirmou sobre Cristo: “conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos” (1Pe 1.20);
O cordeiro deveria ser sacrificado ao décimo quarto dia, ao cair da tarde (Ex 12.6), uma referência ao momento da morte de Cristo, no Calvário (Jo 19.14);
O sacrifício deveria ser feito por toda a congregação (Ex 12.6), demonstrando o caráter universal do sacrifício de Cristo;
O sangue do cordeiro deveria ser aspergido, nas portas e isto seria o sinal para a libertação (Ex 12.7), uma referência à redenção através do sangue de Cristo (Ap 5.9,10);
A carne do cordeiro deveria ser assada no fogo (Ex 12.8,9), o que indica o juízo divino executado na pessoa de Cristo (2Cor 5.21);
Nenhum osso do cordeiro deveria ser quebrado (Ex 12.46), o que foi uma profecia concernente a Cristo (Jo 19.36);
O cordeiro deveria ser sacrificado em lugar do primogênito, isto é, um sacrifício substitutivo, uma alusão ao sacrifício vicário de Cristo (Is 53.4-6).     
3.2  A ROCHA DE HOREBE
Quando os filhos de Israel chegam a Horebe, não há água suficiente para dessedentar a grande multidão de gente e gado. Logo, como costumeiramente faziam, os israelitas põem-se a murmurar contra o Senhor. Quando Moisés consulta a Deus e lhe apresenta as queixas do povo, ele lhe responde: “Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas e o povo beberá” (Ex 17.5,6).
O apóstolo Paulo apresenta a evidência bíblica da relação tipológica da rocha com Cristo, quando afirma: “E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1Cor 10.4). Ele mostra que Cristo, ao ser ferido, trouxe o refrigério e vida para todos, assim como ocorreu com a rocha, em Horebe. Joel Leitão apresenta esta relação tipológica nos seguintes termos:
“A rocha é o tipo de Jesus Cristo, que foi ferido pelo juízo de Deus para nos dar a água da vida: “mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede...” (Jo 4.14a). Moisés executou a ordem de Deus e a água saiu da rocha ferida. “E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1Cor 10.4).
Continuou a viagem pelo deserto. Os israelitas depois de muitas paradas, chegaram a Cades (Nm 20.1-6). Outra vez é a rocha que vai dar de beber aos sedentos, mas a ordem de Deus é diferente: “...e falai à rocha...e dará a sua água...” (Nm 20.8a).
Em Horebe a pedra foi ferida para fazer o povo beber, como Jesus Cristo foi ferido por nós. Merece atenção a vara que Moisés empunhava, por ordem de Deus: “toma a vara, e ajunta a congregação tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha...” (Nm 20.8a). A vara era a autoridade. Com ela Moisés feriu o rio no Egito e a água se transformou em sangue. Com ela Moisés feriu a rocha em Horebe e jorrou a água. Mas a vara já tinha feito a sua obra. Agora não devia ser usada. Jesus Cristo só podia ser ferido uma vez. “Porque também Jesus Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus...” (1Pe 3.18a).
Para receber a água da vida, a salvação perfeita, só é preciso falar com a "Rocha Verdadeira Jesus Cristo o Filho de Deus”.
3.3 O CARNEIRO (Gn 22.13)  
Deus resolveu submeter Abraão a uma prova e mandou que ele oferecesse seu filho Isaque em holocausto. A finalidade era ensinar ao seu servo Abraão lições que, de outro modo, ele não poderia receber. Além disso era para nos dar o exemplo de fé e obediência na pessoa do velho patriarca. Abraão não hesitou, obedeceu em tudo a ordem de Deus. Levou o filho ao lugar indicado, amarrou-o, pôs em ordem a lenha e tomou o cutelo para imolá-lo. Mas o anjo bradou desde os céus: “…Não estendas a tua mão sobre o moço…” (Gn 22.12a). Olhando para trás, viu Abraão um carneiro, que foi sacrificado em lugar de Isaque, do mesmo modo como Jesus foi crucificado por nós. Na apresentação de João Batista aos seus ouvintes, Jesus é chamado: “…o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29b).
O ato de Abraão foi aceito por Deus como coisa consumada, porque diz: “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado… considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar. E daí também em figura ele o recobrou” (Hb 11.17-19).
Quando iam caminhando, Isaque perguntou: “…onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22.7c). Abraão respondeu:”Deus provera…” (v.8a). Depois quDeus mostrou o carneiro, que foi imolado, Abraão pôde compreender ainda melhor, que Deus provera sempre todas as coisas.
Aquela cena do sacrifício de Isaque foi no monte Moriá (Gn 22.2). Naquele terreno ficava a eira de Orna ou Araúna, comprada por Davi (2 Sm 24.18-25), onde Salomão construiu o Templo, em Jerusalém (2 Cr 3.1). Em Jerusalém, Jesus foi condenado à morte de cruz para que nós pudéssemos ser salvos.
A pergunta de Isaque: “Onde está o cordeiro para o holo­causto?” (Gn 22.7c) foi respondida de um modo completo por João Batista:”Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29b,36c).      
3.4 A LUZ (Gn 1.3-5)
“Aos quais…se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, falando do que respeita ao reino de Deus” (At 1.3).
Quando as trevas cobriam a face do abismo, tudo era caos. Deus disse: “Haja luz. E houve luz”. Foi o começo da obra da criação, no sentido de preparar o ambiente para a criatura.     A vinda de Jesus ao mundo foi de modo idêntico. O profeta Isaías teve uma visão, que expressou em forma de narrativa: “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz” (Is 9.2a). Cumpriu-se esta profecia em Capernaum, quando Jesus começou a pregar. O evangelista diz: “Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías”. E em seguida transcreve as palavras do profeta (Mt 4.12-16).
Estando o mundo em trevas, Deus enviou o seu Filho, que é a luz do mundo (Jo 9.5; 12.35,46).
Luz simboliza prosperidade (Is 58.8; Et 8.16) e alegria (SI 97.11).
A luz é chamada para a conversão. Paulo viu “…uma luz mais forte que o sol” (At 26.13a).
A luz é a comunhão com Deus: “…vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9b).
A luz é o conforto e a segurança do crente. “O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei?…” (SI 27.1a).
Agora somos filhos da luz (Jo 12.36) “…no Senhor” (Ef 5.8a).
                                                                                                  


4-   CONCLUSÃO

Concluindo o estudo da Tipologia Bíblica, podemos verificar a soberania de Deus, escrevendo profecias através de pessoas, objetos e eventos, e as cumprindo na pessoa de Jesus Cristo, e a perfeita relação entre o Antigo e o Novo Testamento, apresentado o tipo e o antítipo, em perfeita harmonia.
Além disto, podemos observar a riqueza de material e significado que o Antigo Testamento nos dá a fim de nos ensinar profundas verdades espirituais.
Não devemos abrir mão desta riqueza de significado que os tipos bíblicos nos mostram, tendo o cuidado de não ferir os princípios de interpretação da Bíblia, evitando a alegorização dos tipos bíblicos e verificando o significado e a relação tipológica que a própria Bíblia nos apresenta, bem como não podemos no esquecer do principal objetivo da Tipologia que é nos fazer reconhecer o imensurável valor que a palavra de Deus tem em nossas vidas.



5- BILIOGRAFIA
- teomania.blogspot.com/2012/04/tipologia-biblica.htmlrocha.rocha de.orebe
- https://magnusnascimento.wordpress.com/.../tipo-nao-humano-de-jesus-3.cordeiro pascal.
- https://magnusnascimento.wordpress.com/.../tipo-nao-humano-de-jesus-2..carneiro.
 -raquelfragoso.blogspot.com/2009/05/jose-tipo-messianico-de-cristo.html
- http://teomania.blogspot.com.br/2012/04/tipologia-biblica.htm
-http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/04/moisespart  -8.html.                                          
-https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=                                                                                                                
https://pt.scribd.com/doc/73665678/Tipos-Humanos-de-Jesus                                                                                                   
slideplayer.com.br/slide/50943/    


Trabalho pesquisado por Maria de Fátima Santos Pereira


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