quarta-feira, 16 de setembro de 2015

IGREJA DE FILADÉLFIA

Carta a igreja de Filadélfia (Ap. 3: 7-8)


7 “Ao anjo da igreja de Filadélfia escreva o seguinte:
Filadélfia estava situada no sopé do Monte Tmolo em uma colina baixa e ainda facilmente defendida, dominando o território extenso e fértil do rio Hermo. A cidade estava localizada a aproximadamente 45 kms a leste de Esmirna, 15 kms a sudoeste de Sardes e 20 kms a noroeste de Laodiceia. De acordo com um relato, foi originalmente criada pelo Rei Átalo II Filadelfo de Pérgamo em 189 A.C, se bem que outro relato atribua sua fundação a Ptolomeu Filadelfo. (Theocr., xvii.88). Juntamente com Sardes, Pérgamo, Éfeso e Esmirna, Filadélfia fazia parte da província Romana de Lidia.
Foi fundada com a finalidade expressa de se tornar um posto avançado do Helenismo (cultura e idioma Gregos).  Este posto pretendia impactar as províncias da Lídia e Frígia e estabelecer uma nova fronteira para uma condição melhorada da região (Helenização). Podemos ver que a cidade teve sucesso em sua missão porque em  19 C.E. os Lídios já estavam totalmente fluentes em Grego e de acordo com relatos antigos, já tinham esquecido sua língua ancestral. A propagação da cultura Grega para a cidade de Filadélfia tinha chegado de forma pacífica e extremamente bem sucedida. De fato, foi uma história de sucesso da fronteira Helenística.
Por causa de sua terra fecunda bem como outros fatores, esta área era conhecida por todo o Império por exportar vinhos finos. No entanto, em 17 C.E., um forte terremoto danificou seriamente quase todas as cidades da Ásia Menor. (Tac., ‘Ann’, ii.47). Filadélfia foi também muito danificada. Por muitos anos após o terremoto, os moradores sentiram tremores de terra mais fracos. Estrabão escreveu que, “Filadélfia tem paredes não confiáveis, mas diariamente elas estão instáveis e desmoronam em uma direção ou outra.” Ele ficava surpreso que uma cidade tinha sido fundada em tal lugar e questionava a sanidade dos seus cidadãos que  retornavam a ela, repovoando-a repetidamente. Especialmente após 17 C.E., a vida em Filadélfia foi caracterizada por um clima de insegurança constante. A maioria da população vivia fora da cidade em cabanas. O povo até temia andar nas ruas da cidade porque eles podiam ser mortos por queda de alvenaria. Aqueles que ainda se atreveram a viver na cidade foram tidos por loucos; eles gastavam seu tempo escorando os edifícios abalados e freqüentemente fugiam para espaços abertos por segurança. Aqueles dias em Filadélfia nunca foram completamente esquecidos, e os moradores subconscientemente esperavam por tremores de terra, prontos para fugir para os espaços abertos fora da cidade para salvar suas vidas.
Quando o terremoto de 17 C.E. devastou a cidade, o Imperador Tiberius foi tão generoso para com Filadélfia, como ele tinha sido com Sardes. Em gratidão, o Conselho da cidade mudou seu nome para Neocesareia  (a nova cidade de César). Mais tarde, nos dias do Imperador Vespasiano, Filadélfia mudou seu nome novamente para Flavia. Isto foi feito para refletir a conexão entre ela e o nome da família do seu novo patrono imperial (Flavius). Com o tempo, no entanto, a cidade novamente tornou-se conhecida pelo seu nome original de Filadélfia.
Quase nada é conhecido sobre a comunidade Judaica em Filadélfia. A única coisa que talvez possa estar implícita é que não era muito diferente da comunidade Judaica de Esmirna, sobre a qual nós sabemos um pouco mais. Estas são as duas congregações (Esmirna e Filadélfia) a quem Jesus fala palavras confirmando sua verdadeira identidade, repudia as declarações de seus perseguidores não-Judeus e acusa aqueles que agem como se fossem de origem Judaica. (Ap. 2:9b; 3:9). Falaremos mais sobre isso mais tarde. O que é muito  interessante é que estas são as duas únicas congregações da lista de sete que recebe só elogios e não críticas. Em seus discurso a elas, Jesus também se refere à sinagoga de Satanás que mente  sobre  sua identidade Judia/Judaica. Então, vamos explorar a mensagem que  o Sumo Sacerdote do Tabernáculo Celestial tinha para a Congregação em Filadélfia.
Esta é a mensagem daquele que é santo e verdadeiro. Ele tem a chave que pertencia ao rei Davi, quando ele abre,  ninguém fecha, e quando ele fecha, ninguém abre.
Cristo descreve a si mesmo como santo ou como aquele totalmente verdadeiro. Devemos ver esta descrição levando em conta a referência a ele como tendo a chave de Davi e como aquele que é capaz de abrir e fechar de modo que ninguém seria capaz de reverter a ação. Em Isaías 22, lemos sobre Sebna (22:15), que é o administrador do palácio  e ainda a quem o Senhor planejou depor (22:18-19). Em vez de Sebna o impostor, o Senhor Deus de Israel diz que ele irá chamar seu servo Eliaquim, filho de Hilquias. Lemos em Isaías 22:20-23: “Então ele virá naquele dia, que chamarei a Meu servo Eliaquim, filho de Hilquias, e vou vesti-lo com sua túnica e amarrar sua faixa seguramente sobre ele. Eu vou confiar a ele sua autoridade, e ele se tornará um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. Em seguida, porei a chave da casa de Davi em seu ombro, quando ele abrir ninguém  fechará, quando ele fechar ninguém abrirá. Eu o firmarei como uma estaca em lugar firme, e ele se tornará um trono de glória para a casa de seu pai.” Jesus Cristo afirma aqui que o cumprimento final das palavras de Deus a Eliaquim encontra sua realização no próprio Cristo. Ele é o único que é santo e verdadeiro, ele é aquele que carrega a chave da casa de Davi em seu ombro. Sua autoridade para abrir e fechar é máxima e firme.
8 Eu sei o que vocês estão fazendo. Sei que têm pouca força. Vocês tem seguido os Meus ensinamentos e têm sido fiéis a Mim. Eu abri diante de vocês uma porta que ninguém pode fechar.
Uma vez que Cristo afirmou que ele manteve uma verificação minuciosa sobre a vida da congregação em Filadélfia, ele começou a dizer que usando a chave de Davi ele ia abrir uma porta que ninguém seria capaz de fechar.
Em Atos 15 lemos sobre um debate apostólico Judaico interno tratando de questões sobre o estilo de vida Israelita que deve permanecer ligado aos antigos pagãos seguidores do Cristo Judeu. Após uma ampla discussão, Tiago, irmão de Jesus, decidiu  da seguinte forma: “Irmãos, escutem: Simão acabou de explicar como Deus primeiro mostrou os seus cuidados pelos não-Judeus, escolhendo do meio deles um povo que seria dele. As palavras dos Profetas estão bem de acordo com isso, pois as Escrituras Sagradas dizem: Depois disso eu voltarei – diz o Senhor – e construirei de novo o reino de Davi, que é como uma casa que caiu. Juntarei de novo os pedaços dela e tornarei a levanta-la. Assim todas as outras pessoas, todos os outros povos que eu chamei para serem meus, vão procurar conhecer o Senhor. Assim diz o Senhor que anunciou essas coisas desde os tempos antigos” (Atos 15:13-18).
A conversão dos pagãos Romanos ao Deus de Israel, de acordo com Atos 15, constitui nada menos que a reconstrução da tenda de Davi como casa de Deus para todas as nações. A citação acima em Atos 15 é tirada diretamente de Amos 9:11, mas em Isaías 16:5 ´e também referido um outro texto com a mesma idéia da tenda de Davi. Lemos: “então um descendente de Davi será rei. Ele governará com fidelidade, procurará julgar com justiça e se esforçará para fazer o que é direito.” Em outras palavras, os profetas antigos imaginaram um momento no futuro, quando a casa de Davi (tenda de Davi) iria ser mesclada com a casa de Deus e estaria aberta a todas as nações da terra. O último servo Davídico de Deus governará sobre eles com justiça e retidão. Projetando esta conexão; Jesus, portanto, afirmou que esse tempo já chegou – Ele abre a porta para a Congregação em Filadélfia, que ninguém pode fechar – será a porta que acolhe gentios seguidores do Cristo Judeu para a tenda de Davi. O testemunho dele é poderoso: mesmo que tivessem pouca força, eles mantiveram a palavra de Cristo e apesar de pressões incríveis não negaram o nome de Cristo. Ouvir isto dos lábios do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores é uma alegria que não pode ser descrita.

Fonte :  Estudos judaicos para cristãos - Blog por Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg

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