segunda-feira, 25 de setembro de 2017

TEOLOGIA DO CULTO - MODELO DO CULTO - 3ª PARTE

Texto Básico: Romanos 12:1, 2
"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" Romanos 12.1
 “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”  Romanos 12:2.
1- Chamado ( “Rogo-vos”, gr. Parakalo, lit. “chamar ao lado”) para uma vida comprometida.
.           1- Rogo-vos...” (exorto... a vós): (v.1)      No original grego, Paulo usou a palavra exortação. Porém, no contexto, percebemos que ela tem um tom de pedido. É que a compreensão geral que se tem da palavra “exortação” é equivocada, pois não quer dizer “repreensão”, mas sim, “chamar para perto, auxiliar, ajudar, consolar, encorajar”. Portanto, neste texto, estamos diante de uma autêntica exortação.
O texto se inicia com um pedido de Paulo aos irmãos de Romanos, um apelo. Podemos perceber o tom que Paulo trata os irmãos a partir da primeira palavra do texto que é 'rogo-vos'. Esta palavra exprime uma súplica aos irmãos e esta súplica, por sua vez, objetiva aquilo que fazemos com a nossa vida diariamente.
 2-Que apresenteis o vosso corpo (Escolhendo ser o sacrificio ) (v.1)
Paulo está tratando de um tema muito conhecido dos judeus que é o sacrifício. Mas o que ele pede como sacrifício não é um animal, mas o nosso próprio corpo. Paulo está suplicando aos irmãos que seus corpos sejam oferecidos completamente a Deus. Se assim fizermos sacrificaremos a nossa vida por inteiro, pois tudo está retido em nosso corpo. Assim o nosso sacrifício deve corresponder todas as áreas do nosso corpo, ou seja, todos os meus membros, as minhas habilidades, escolhas, e tudo aquilo que está em nossas vidas.
3- Sacrifício Vivo, Santo e Agradável a Deus.(v.1)
O sacrifício do nosso corpo possui três características distintas: vivo, santo e agradável. Vejamos um pouco sobre cada uma destas características.

 Sacrifício Vivo.                             
Este sacrifício é vivo, pois não precisaremos ser oferecidos sobre o altar das oferendas no templo de Salomão para que nosso corpo físico seja literalmente queimado. Isso não faria sentido algum, pois se perdermos nossa vida então não mais serviremos a Deus. Sendo assim, este é um sacrifício vivo e que faremos diariamente em nossas vidas e caminhada.
 Sacrifício Santo.                                            
Também precisamos oferecer nosso corpo em sacrifício de santidade. O sacrifício precisa santificar todo nosso corpo. A palavra santidade significa 'separação' no original. Isso significa que para ofereceremos o nosso corpo em santidade a Deus devemos separá-lo deste mundo e das coisas pecaminosas deste mundo. Devemos considerar todo o nosso corpo e capacidades como sendo exclusivamente para o Senhor. Não se trata de fazer coisas para o Senhor. Não é tão simples assim. Não é uma questão de fazer ou deixar de fazer. É uma questão de entender que o nosso corpo, habilidades e faculdades estão sujeitas ao Senhor e a sua vontade.
Na prática significa que todas as minhas atitudes devem ser santificadas. Neste aspecto o contrário da santidade é a rebeldia e o mundo. Talvez alguém tente fazer várias coisas para Deus, mas não se submete à sua vontade. Consequentemente esta pessoa ainda não vive em santidade. A santidade significa que meu corpo, habilidades e atitudes tem um único objetivo que é o de agradar a Deus e fazer a sua vontade.         Uma das coisas que nos impede de agradar a Deus e fazer sua vontade é o pecado. Se o pecado me afasta de Deus, então ele deve ser arrancado da minha vida. Mas também devemos fugir das outras coisas que nos separam da comunhão verdadeira com Deus como as religiões. Ser separado para Deus significa que tudo aquilo que me afasta de Deus deve ser arrancado. Não importa o que seja. Este é o nosso sacrifício.
  Sacrifício Agradável a Deus.                                                          
"Levantou Noé um altar ao SENHOR e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar. E o SENHOR aspirou o suave cheiro [...]" Gênesis 8:20-21.
Por fim o nosso sacrifício também deve ser agradável a Deus. No texto de Gênesis Noé levanta um altar ao Senhor e oferece alguns animais no altar. O texto fala que o Senhor aspirou o cheio suave do sacrifício. É interessante perceber que o nosso sacrificio  também deve subir como um cheiro agradável para o Senhor. E para que o nosso sacrifício suba como cheiro agradável o nosso corpo precisa estar limpo. Nos sacrifícios do antigo testamento os holocaustos oferecidos eram sempre dos melhores animais que haviam no rebanho. Animais limpos, conforme o Senhor ordenou na lei de Moisés.
Hoje nós também devemos nos limpar através da água da palavra e do sangue de Jesus. Conforme Jesus disse aos discípulos, nós somos limpos pela palavra que ouvimos (João 15:3). Assim devemos caminhar ouvindo a palavra de Deus para que a nossa vida seja limpa pelo seu poder e o nosso sacrifício seja agradável ao Senhor.
O Culto Racional. ( Razão )
O culto racional, em outras palavras, é por escolha própria se oferecer a Deus em sacrifício para que a vontade Dele seja superior às minhas próprias vontades e escolhes da carne. É me voltar para Deus em santificação não usando da razão para dar lugar à carne. Pelo contrário, o nosso culto racional nos levará a um lugar de arrependimento e santificação para que a carne não tenha mais domínio sobre o meu corpo físico. É racionalmente escolher viver a vida de santificação, a vida no Espírito Santo, para que em tudo seja Deus glorificado no meu corpo físico.
Devemos entender que somos um sacrifício vivo e ambulante e que temos que nos apresentar dessa forma a Deus. Apresentar a nossa vida em santidade para que sejamos agradáveis a Deus através do limpar da palavra e do sangue do Cordeiro. A decisão não pode ser feita por Deus. Somos nós que devemos escolhê-Lo todos os dias. O caminho para essa santidade começa na nossa escolha. Sem essa escolha inicial não existe possibilidade de viver em santidade. Mas se buscarmos com diligência a santidade certamente a encontraremos.
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”  Romanos 12:2.
4- E não vos conformeis com este século, (v.2)
 Ao contrário do que foi tratado na primeira parte deste estudo, o segundo versículo do capítulo 12 de Romanos não trata sobre as nossas escolhas ou sobre a minha vida de santidade unicamente. Ele fala sobre este século e retrata a nossa luta para não nos igualar a este mundo.
O exemplo de Daniel.
Quando consideramos a realidade deste mundo e até mesmo a realidade das denominações evangélicas, percebemos que a nossa situação presente se assemelha muito ao tempo em que Daniel viveu. Àquela época o Reino de Judá, que havia se separado do Reino de Israel, foi levado cativo para a Babilônia. Na Babilônia física os filhos de Israel puderam reproduzir suas vidas tranquilamente e até ofereciam sacrifícios ao Senhor ali. Eles viveram acomodados porque aparentemente tinham alguma liberdade. A verdade, porém, é que eles eram escravos.
Na nossa atualidade a situação é bem semelhante ao tempo de Daniel. Vivemos em um tempo onde a liberdade, mesmo no meio dos irmãos em Cristo, é posta em xeque, uma vez que os limites cristãos estão sendo deteriorados pela libertinagem da nossa era. O mundo nos impõe regras e padrões para que eu seja infrutífero e derrotado. A ideia do diabo é nos engodar nestas coisas para que nós não tenhamos tempo para considerar as coisas de Deus. Para isso ele nos dá todas as iguarias que quisermos e todo o vinho que conseguirmos beber. Todo mundanismo e secularismo é dominado pelas forças do mal e o príncipe deste império é Satanás, o inimigo das nossas almas. Não podemos nos deixar levar pelos mundanismos, pois certamente seremos tragados pelos prazeres destas iguarias.
Como lemos no livro de Daniel o Rei Nabucodonosor ordenou que fossem dadas das iguarias reais e do vinho que ele bebia aos jovens que haviam sido trazidos de Judá. Tudo isso ele fez para que as pessoas que ali chegassem também se adentrassem na cultura de Babilônia. Quando Paulo nos incita a não nos conformar a este século o que ele quer dizer é que não devemos nos alimentar das iguarias nem do vinho do rei. Paulo está nos dizendo para fugir do padrão deste mundo, dos seus prazeres e concupiscências. Ele deseja que tenhamos uma vida separada para Deus não apenas no nosso coração, mas nas nossas atitudes e nas coisas que tocamos neste mundo. Todo modismo, secularismo e mundanismo vão passar, mas nós não devemos confiar nestas coisas. "Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente" (1 João 2:17).
5- Mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento (v.2)
 Nós verificamos que para comprovar a vontade de Deus nós não podemos nos conformar a este século. A religião tenta continuamente macular a realidade da vida de Deus. Foi assim no tempo de Daniel, de João Batista e também é assim no nosso tempo. Perceber esta realidade é base para grande parte da compreensão daquilo que se tornou o cristianismo nos nossos dias. Mas isso não é tudo. O texto de Romanos complementa esta instrução nos dizendo que devemos também renovar a nossa mente. Ou seja, não adianta apenas perceber a realidade do mundo à nossa volta e fugir dos seus padrões. Se não renovamos a nossa mente, será impossível experimentar a vontade de Deus.
O que costuma acontecer é que as pessoas se magoam com alguma denominação e tendem a ter este discurso de que tudo é religião. Apesar deste pensamento ser verdade na maioria das vezes ele, por si só, não te levará a experimentar a vontade de Deus. Se percebermos o que está à nossa volta mas não renovamos a nossa mente então não somos melhor que ninguém. Na verdade seremos piores porque a nossa tendência será criticar os nossos irmãos independente da denominação. Por isso a necessidade de renovar a mente.
Veja que João Batista, apesar de grande crítico do judaísmos que havia se perdido, não se ateve às críticas, mas se levantou no deserto seguindo o chamado que Deus o havia designado. Por essa razão João foi descrito por Jesus como o maior dos nascidos de mulher. De fato João Batista foi um homem como nenhum outro. Ele abriu mão do judaísmo por entender o plano de Deus e por enxergar segunda a sua perspectiva. Se ele fosse considerar as coisas dos homens certamente ele seria sacerdote como seu pai e nunca pregaria arrependimento batizando no deserto da Judeia. Mas por renovar a sua mente ele percebeu a vontade de Deus e trilhou o caminho pelo qual Deus o designou.
6-  A renovação da mente  , (não nos conformar mais Renovar a mente). (v.2)
"Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra" Colossenses 3:1-2.
Na prática renovar a mente é sempre ver as coisas desta vida com a perspectiva celestial. É considerar tudo pela visão de Deus, do alto, onde nós também estamos. Quando consideramos as coisas desta forma podemos confiar a Deus toda a nossa vida.
Renovar a nossa mente é desafiar aquilo que temos como segurança em nossa doutrina cristã para permitir que a água viva flua com liberdade em nosso coração e depois também em nossa mente e razão. Será que estou caminhando corretamente conforme a palavra de Deus? Renovar a mente é julgar todas as coisas conforme a palavra genuína e verdadeira. É considerar apenas a verdade e nada mais. É desestabilizar o seu conhecimento para assumir a visão celestial em relação a alguma coisa. É pensar unicamente na verdade da palavra de Deus e em como praticar a sua verdade.
7-  Para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (v.2)
E de repente começa a luta, e você pensa:
– Ora, a vontade de Deus não deveria ser boa, agradável e perfeita? Toda essa luta está me consumindo, estou fraca, triste, sozinha.
Sim, talvez você chegue a questionar tal verdade bíblica. Mas não desanime. A palavra do Senhor é fiel e verdadeira.
A renovação do entendimento é uma prova teórica e prática. E só depois de passar por elas é que você poderá experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
É necessário primeiro que você absorva os desejos do Senhor para a sua vida. É necessário primeiro que você ame a Deus de todo o seu coração, alma e entendimento, com todas as suas forças. Na hora da luta, é hora de por em prática as suas convicções, a sua fé. E depois, certamente vem a bonança.
Depois de ter sido aprovado na luta, você vai olhar para o seu presente, comparar com o seu passado e vai dizer: valeu a pena. Você vai compreender como teria sido ruim se você desistisse de perseverar. E concluirá que sim, a vontade do Senhor é sempre boa, agradável e perfeita.

Ainda que no meio da luta seja difícil visualizar, veja por meio da fé. O Espírito Santo nos fortalecerá. Peça ao Senhor, como Eliseu, diante do impossível, Ele abra os nossos olhos espirituais e  contemplaremos a vitória que o Senhor tem preparado para nós.

Fonte:  Trabalho pesquisado por Maria de Fátima, bacharelando em Teologia.

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