segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

SALVAÇÃO E LIVRE ARBÍTRIO



A Eleição Bíblica é Segundo a Presciência Divina
                             
“Qualquer estudo sobre eleição deve sempre começar por Jesus.  E toda conclusão teológica que não fizer referência ao coração e ao ensinos do Salvador, seja tida forçosamente por suspeita.  Sua natureza reflete o Deus que elege, e em Jesus não achamos nenhum particularismo.  Nele achamos o amor.  Por isso, é relevante que em quatro ocasiões Paulo vincule o amor à eleição ou á predestinação:  ‘Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição [gr. eklogên] é de Deus’ (1 Ts 1.4).  ‘Como eleitos [gr. ekletoí] de Deus’, santos e amados...’(Cl 3.12) -  nesse contexto, amados por Deus.  ‘Como também nos elegeu [gr. exelaxato] nele antes da fundação do mundo..e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito [gr. eudokia] de sua  vontade’ (Ef 1.4,5).  Embora a intenção divina não esteja ausente  nesta última palavra grega (eudokia), ela inclui também um sentido de calor que não fica tão evidente em thelõ ou boulomai.  A forma verbal aparece em Mateus 3.17, onde o Pai diz: ‘Este é o meu Filho amado, em  quem me comprazo [gr. eudokêsa]’.
Finalmente, Paulo diz: ‘Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido [gr. heilato] desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade’ (2 Ts 2.13).  O Deus que elege é o Deus que ama, e Ele ama o mundo.  Tornar-se-ia válido o conceito de um Deus que arbitrariamente escolheu alguns e desconsidera os demais, deixando-os ir à perdição eterna, diante de um Deus que ama o mundo ?” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 363,364).

Armínio e o Livre-Arbítrio  -  Pontos Básicos da Doutrina de Armínio
Jacó-Armínio (*1560 +1609) nasceu na Holanda, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu o título de doutor em Teologia pela Universidade de Leiden.  Desenvolveu uma tese bíblica a partir dos primeiros Pais da igreja, que foi denominada de Armininianismo.
O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação.  Cabe a cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou não, embora Deus dê a todos a oportunidade da salvação.
Pontos Básicos da Doutrina de Armínio
1. A predestinação depende da forma de o pecador corresponder ao chamado da salvação.  Logo: acha-se fundamentada na presciência divina; não é um ato arbitrário de Deus.
2. Cristo morreu, indistintamente, por toda a humanidade, mas somente serão salvos os que crerem.
3. Como o ser humano não tem a capacidade de crer, precisa da assistência da graça divina.
4. Apesar de sua infinitude, a graça pode ser resistida.
5. Nem todos os que aceitaram a Cristo perseverarão.
Soberania Divina e Livre-Arbítrio
“Ainda de acordo com a ideia de que o relacionamento entre o divino e o humano é uma via de mão dupla, a posição compatibilista de Lewis, que aventa o que foi chamado de ‘coexistência pacífica entre soberania divina e livre-arbítrio” ou ‘compatibilidade incognoscível’, é exemplificada pelo autor de As Crônicas de Nárnia, com a ideia de perdão.  A necessidade de tal ato da parte de Deus, ‘move’ a divindade e, “Nesse sentido’, diz ele, ‘a ação divina é consequência do nosso comportamento, [e] é por ele condicionada e induzida’.  Lewis então questiona retoricamente:  ‘Será que isso significa que podemos ‘influenciar’ Deus ?’.  O anglicano acredita que é até possível responder afirmativamente caso se quiser e diz que, se isso for dessa forma, é preciso então que se flexibilize a noção de ‘impassibilidade’ divina, ‘de forma que admita isso’, aventando a hipótese de que o comportamento humano, de alguma forma, ‘influencia’ o Criador, ‘pois sabemos que Deus perdoa muito mais do que entendemos o significado de ‘impassível’.  Assim é que, a respeito dessa questão, Lewis diz que prefere ‘dizer que, antes de existirem todos os mundos, Seu ato providencial e criativo (porque são uma coisa só) leva em conta todas as situações engendradas pelos atos de suas criaturas’.  Mas, questiona, ‘se Deus leva em conta nossos pecados, por que não nossas súplicas ?’  Isso significa que a oração, a súplica, move a Deus.  Numa palavra, ‘Deus e o homem não se excluem mutuamente, como o homem exclui ao seu semelhante no ponto de junção, por assim dizer, entre Criador e criatura; no ponto em que o mistério da criação  -  infinito para Deus e incessante no tempo para nós  -  ocorre de fato’.  Isso significa que, ‘Deus fez (ou disse) tal coisa’ e ‘eu fiz (ou disse) tal coisa’ podem ambos ser verdadeiros’.  Esta, inclusive, é a forma arminiana e pentecostal de crer.  A soberania divina coexiste com o livre-arbítrio e qualquer tentativa de explicar como isso ocorre leve a equívocos e discussões desnecessárias’ (CARVALHO, Cesar Moisés.  O Sermão do Monte;  A justiça sob a ótica de Jesus. 1.ed. Rio de Janeiro:  CPAD, 2017, pp. 114,115).

Fonte:  Lições Bíblicas  -  4° Trimestre  -  Adultos  -  Claiton  Ivan Pommerening


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