quarta-feira, 23 de setembro de 2015

CONCÍLIOS E CREDO

Concílios e Credo

Como a Ortodoxia tem evitado qualquer tendência de restringir a visão da Revelação de Deus a apenas um aspecto de sua vida, também a Igreja tem evitado a definição sistemática ou extensiva de sua Fé. A Ortodoxia afirma que a Fé Cristã expressa e sinaliza para o benevolente e misterioso relacionamento entre Deus e a humanidade. Deus tornou-se homem na pessoa de Jesus Cristo não para instituir uma nova filosofia ou código de conduta, mas principalmente para nos conceder "vida nova" na Santíssima Trindade. Esta Verdade, que é manifesta na Igreja, não pode ser apreendida totalmente em linguagem, fórmulas ou definições. A essência da Fé não é oposta à razão, mas frequentemente está além dos limites da razão, assim como estão muitas das realidades importantes da vida. A Ortodoxia reconhece o Poder Supremo de Deus, bem como as limitações da mente humana. A Igreja está feliz em aceitar o elemento de mistério em seu caminho para Deus.
Somente quando as verdades fundamentais da Fé são seriamente colocadas em perigo pelas falsas doutrinas é que a Igreja age para definir dogmaticamente um artigo de fé. Por esta razão, as decisões dos sete Concílios Ecumênicos da antiga Igreja indivisa são consideravelmente respeitados. Os Concílios foram sínodos a que os bispos de todo o mundo Cristão reuniram-se para determinar a fé verdadeira. Os Concílios Ecumênicos não criaram novas doutrinas mas proclamaram, em um lugar determinado e num tempo determinado, o que a Igreja sempre acreditou e ensinou.
O Credo Niceno, que foi formulado nos Concílios de Nicéia, em 325 e de Constantinopla em 381, foi reconhecido desde então como a expressão oficial das doutrinas fundamentais da Igreja Ortodoxa. O Credo é muitas vezes apresentado como o "Símbolo da Fé." Esta descrição indica que o Credo não é uma declaração analítica, mas que sinaliza para uma realidade maior que si própria e à qual dá testemunho. Para gerações o Credo tem sido o critério de Fé autêntico e a base da educação Cristã. O Credo é recitado na hora do Batismo e durante cada Divina Liturgia.
O Credo
    • Creio em Um só Deus, Pai Onipotente, Criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis.

    • E em Um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos.

    • Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial com o Pai, através de quem foram feitas todas as coisas.

    • Por nós e por nossa salvação Ele desceu do céu e encarnou-se pelo Espírito Santo e a Virgem Maria e tornou-se Homem.  ***

    • Foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, e padeceu e foi sepultado.

    • Ao terceiro dia ressuscitou conforme as Escrituras.

    • Ascendeu ao céu e está sentado à direita do Pai.

    • Virá novamente com glória julgar os vivos e os mortos. Seu reino não terá fim.

    • E no Espírito Santo, o Senhor, Vivificador, que procede do Pai, que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, que falou pelos profetas.

    • Na Igreja una, santa, católica e apostólica.

    • Confesso um só batismo para o perdão dos pecados.

    • E aguardo a ressurreição da morte; e a vida do tempo futuro. Amém.


Fonte :  Doutrina da Igreja Ortodoxa
Rev. Thomas Fitzgerald
Escola de Teologia Santa Cruz



*** O termo "Theodokos" não era utilizado, o que nós dá a entender que foi acrescentado com o decorrer do tempo, causando assim a excomunhão de Nestório.
Provavelmente no 1° século da igreja, não se conhecia, ou não era crido entre os primeiros cristãos, os ensinamentos à respeito da virgem Maria.
Em nenhum dos livros do Novo Testamento temos ensinamentos concernentes a esse assunto, ou seja, não foi ensinado por Jesus, e nem pelos apóstolos. Os apóstolos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nos transmitiram somente ensinamentos cristológicos, concernentes à Jesus Cristo, nada há escrito pelos apóstolos que nos levam à devoção a Maria.  Não venerar a mãe de Jesus não significa que ignoramos a importância que ela teve, porém como ela mesma disse nas bodas de Caná:  "Fazei tudo o que Ele vos disser", obedecendo a Cristo, estamos obedecendo ao que ela disse, como Jesus não nos mandou, e nem ensinou a veneração à sua mãe, não a veneramos, não há nenhum texto nos evangelhos e nas cartas apostólicas nos orientando à respeito da veneração a ela.  Penso que não temos como ter certeza se após o parto Maria continuou virgem, pois nos evangelhos há registros que Jesus teve irmãos, irmãos esses que os antigos interpretam como parentes, porém, possivelmente esse parecer dos antigos tem como meta, sustentar a ideia de que a mãe de Jesus, após o seu nascimento continuou virgem, ou seja, não teve relacionamento físico com seu esposo, José. Mas se formos analisar biblicamente, Maria teve filhos e filhas com José, após o nascimento de Jesus (grifo nosso).


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