sábado, 27 de abril de 2024

GLORIFICADOS EM CRISTO

A Gloriosa Esperança da Ressurreição  dos Santos

"A nossa salvação traz-nos a um novo relacionamento que é muito melhor do que aquele que Adão e Eva desfrutavam antes da Queda.  A descrição da Nova Jerusalém demonstra que Deus tem para nós um lugar melhor do que o Jardim do Éden, com todas as bençãos do Éden intensificadas.  Deus é tão bom!  Ele sempre nos restaura a algo melhor do que aquilo que perdemos.  Desfrutamos da comunhão com Ele agora, mas o futuro reserva-nos a 'comunhão intensificada com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e com todos os santos'.  A vida na Nova Jerusalém será emocionante.  Nosso Deus infinito nunca ficará sem novas alegrias e bençãos para oferecer aos redimidos.  E posto que as portas da cidade sempre estarão abertas (Ap 21.25; cf, Is 60.11), quem sabe o que os novos céus e terra terão para explorarmos ?"  (HORTON, Stanley.  Teologia Sistemática. 1.ed.  Rio de Janeiro:  CPAD, 1996, p. 645).

A Plena Salvação nos Céus

"As Escrituras prometem que o céu será um Reio de perfeita bem-aventurança.  Nos novos céus e na nova terra não haverá lugar para lágrimas, dor, tristeza e pranto.  Lá o povo de Deus habitará com Ele por toda a eternidade, completamente livre de todos os efeitos do pecado e do mal.  Deus é retratado secando pessoalmente as lágrimas dos remidos.  No céu, a morte estará completamente aniquilada (1 Cor 15.26).  Ali não haverá doença, fome, problemas ou tragédias.  Haverá apenas a alegria completa e bençãos eternas" (LAHAYE, Tim.  Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed.Rio de Janeiro:  CPAD, 2008, p. 112)

Salvação Completa

A salvação em Cristo é um evento passado, presente e futuro.  É uma obra completa, perfeita e universal.  Por isso, o autor bíblico a denomina de "tão grande salvação" (Hb2.3).  Alguns aspectos dessa gloriosa doutrina são imensuráveis e inexplicáveis, por melhor que se tente explicar (1 Cor 13.12).  São aspectos que transcendem a compreensão humana e que serão revelados em sua totalidade somente no Reino vindouro.  Glória a Deus!

Fonte:  Lições Bíblicas  -  4° Trimestre de 2017  -  Adultos  -  Claiton Ivan Pommerening

segunda-feira, 22 de abril de 2024

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - 2° TRIMESTRE 2024 - LIÇÃO 4 - ADULTOS

 COMO SE CONDUZIR NA CAMINHADA

INTRODUÇÃO

A jornada para o Céu é um itinerário que envolve um viver marcado de fé e desenvolvimento espiritual, isto é, crescimento, inclusive a recomendação petrina é para se crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3.16).

Na jornada da vida cristã o Pai Celestial estabelece o padrão de conduta para a vida eterna. Ele sinaliza como devemos agir ao longo desse caminho para o Céu.  Por isso, como evidência do seu amor e cuidado preparando tudo para que trilhemos bem o caminho da verdade, o Pai nos corrige em nossa jornada cristã.

A condução nessa jornada não é algo emotivo, mas envolve renúncia constante, aprendizado e uma decisão séria (Lc 14.26-30), pois esse é o preço de quem escolhe viver na caminhada de fé com Cristo.

I - O PADRÃO DE CONDUTA NA CAMINHADA CRISTÃ

1 - Jesus como nosso padrão de conduta

Por padrão entendemos que se refere à forma como a pessoa se porta, a maneira como se conduz e vive.  Para ter um viver que corresponda ao querer de Deus, basta seguirmos o padrão estabelecido por Ele, o modelo adequado que é Jesus Cristo (Mt 11.29).  Jesus é o padrão certo para que a nossa caminhada para o Céu seja bem-sucedida.  Tal padrão está exarado na Bíblia, nos ensinos de Cristo.  Se vivermos segundo os princípios divinos, a viagem terá um epilogo maravilhoso.

A palavra "padrão" expressa uma norma determinada por consenso, ou por uma autoridade oficial, que se torna base de comparação consagrada como modelo a ser seguido.  O Senhor Jesus ensinou o seguinte: "Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Esse texto expressa que Ele é o nosso modelo de conduta, o nosso padrão de vida.  Quem deseja fazer a vontade de Deus neste mundo deve olhar para Jesus, o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2).

É imprescindível que o cristão esteja sempre confiando em Deus, pois lutas e desafios surgirão, mas com Ele nunca perderemos o controle nas mais laboriosas situações.

2 - Fazendo a vontade de Deus

Como Filho de Deus, Jesus procurou agradar ao Pai na jornada desta vida, fazendo sempre a sua vontade (Jo 4.34; 6.38; 17.4).  Não por acaso, nosso Senhor nos incentivou a buscar a vontade do Pai na oração que Ele ensinou aos discípulos, o "Pai Nosso" (Mt 6.10; cf Mt 26.39,42).  Aos olhos humanos, parece muito difícil andar no padrão divino de Cristo.  Entretanto, isso é possível quando buscamos o auxílio do alto, coforme oração ensinada por Ele (Mt 6.9-13).

A motivação certa para agradar a Deus é procurar viver e obedecer à sua Palavra.  Por meio dela, tomamos consciência de que Ele é o grande Criador de todas as coisas, o Pai amoroso, bondoso, a fonte de toda a sorte de bençãos (Tg1.17), aquEle que tem o melhor plano para nossa vida:  a salvação(Jo 3.16).  Devemos entender que somos o que somos pela graça de Deus (1 Co 15.10), por sua misericórdia.  Assim, ao buscarmos agradá-lo, devemos ter uma atitude que brote de um coração reverente, certo de que o que vem dEle a nósé por causa do seu grande amor.

3 - Uma vida cristã bem-sucedida

Na vida espiritual o sucesso não quer dizer ausência de lutas, provas, batalhas, desafios; pelo contrário, somos advertidos pelos ensinos de Cristo e dos apóstolos que neste mundo sofreremos lutas e tribulações (Jo 16.33).

O apóstolo Paulo disse que estamos numa "competição espiritual" e, por isso, devemos procurar o caminho certo para nos acharmos qualificados (1 Co 9.24-27).  Dessa forma, o cristão possui um padrão que o levará a uma vida espiritual bem-sucedida.  Sabemos que pessoas bem-sucedidas procuram espelhar-se em outras pessoas ilustres, equilibradas e resilientes (cf 1 Co 11.1).  Em Cristo Jesus temos esse padrão e modelo.  Ele foi resiliente, equilibrado e ilustre até a morte, de modo que o apóstolo Paulo escreveu sobre o nosso Senhor, exortando que o imitássemos:  "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fp 2.5; cf. Mt 11;29).

O maior sucesso para o cristão é poder no futuro estar junto com Deus e com os demais salvos do mundo nas mansões celestiais (Jo 3.36).  Assim, ainda que haja lutas, problemas, desafios, doenças, perseguições, morte por causa do nome de Jesus (Mt 5.11-12), a vida eterna está garantida.  Paulo assegura que tudo que enfrentamos no tempo presente não é para ser comparado com o peso de glória que iremos receber na eternidade (Rm 8.18).

II - FAZENDO A CAMINHADA COM PRUDÊNCIA E SABEDORIA 

Prudência e sabedoria são consideradas virtudes fundamentais para o cristão se conduzir bem na jornada para o Céu.  A primeira, ainda que seja feita em uma definição fora do contexto bíblico, é descrita de modo positivo, visto que se trata da capacidade que uma pessoa possui de tomar decisões de modo prudente, ponderado, já avaliando as consequências das ações antes mesmo de elas acontecerem, isto é, de agir.

Quanto à sabedoria, na definição bíblica e teológica, ela é compreendida como a qualidade que inclui bom senso, atitudes e ações corretas (Pv 4.7; Tg 1.5; 3.17).  Em Provérbio 8, a Sabedoria é uma pessoa, apontando para Cristo(1 Cor 1.30).  Ela é descrita como conhecimento secular, humano (1 Co 1.19), porém na realidade, ela é mais que conhecimento humano; trata-se de uma percepção espiritual que vem de Deus, concedendo aos seus servos um viver justo, reto em toda e qualquer situação.  Salomão nos lembra que essa sabedoria vem para quem tem temor a Deus (Pv 9.10).

1 - O que é prudência ?

A prudência por ser descrita e vista na vida de um servo de Deus quando ele busca em tudo a vontade do Senhor, para que jamais venha a agir precipitadamente.  Também podemos conceituar prudência como virtude que nos permite agir com cuidado e moderação diante de situações desafiadoras, é uma razão prática que nos permite discernir entre as escolhas mais adequadas para fazer o bem (Pv 16.16; cf. Tg 5.17).

Os que vivem dominados pela prudência terão decisões certeiras, éticas e morais, nunca falarão palavras que poderão ferir os outros, pois não agem no calor das emoções e sempre pensam antes de falar, visto que se alicerçam na Palavra de Deus.

Em Efésios 5, o apóstolo Paulo ensina a respeito da caminhada do cristão neste mundo.  Neste capítulo a palavra "prudência" se destaca.  De acordo com o Antigo Testamento, a palavra "prudência" tem conotação de compreensão, discernimento (Pv 9.9).  Em Provérbios 9.10, quando se diz que o justo "crescerá em prudência", o termo traz a ideia de ensino, instrução e capacidade para ensinar.  No Novo Testamento, a palavra remete a algo que Deus derramou sobre nós, ou seja, "toda prudência", entendimento, conhecimento e amor à vontade de Deus (Ef 1.8).

2 - Não andeis como néscios !

O apóstolo Paulo diz que não devemos andar como néscios (Ef 5.15), cujo adjetivo osophos, traz a ideia de alguém insensato, tolo, ignorante e embotado (Lc 24.25); mas como "sábios", ou seja, diligente, cuidadoso e sábio, cheio do Espírito Santo para fazer a vontade do Senhor.

Ser néscio reflete uma vida de ignorância espiritual, ausência de sabedoria e desprovida de luz divina; significa estar imerso numa jornada de pecado (Ef 2.2,3)

Em Efésios 5.15,16, Paulo está alertando, exortando os irmãos para que de fato andem como cristãos (Ef 4.17; 5.18) e o apelo do apóstolo Paulo para o crente é: "vede prudentemente como andais".  Em outras palavras:  seja prudente.  O apóstolo deixa claro que os que vivem na carnalidade jamais agradarão a Deus (Rm 8.8).

3 - Andeis como sábios !

O adjetivo que Paulo usa para qualificar quem caminha para o céu é "sábio", do grego sophós, uma pessoa hábil, perita.  Esse adjetivo descreve em essência a vida do cristão dirigida pelo Espírito Santo.  Ora, os que andam no Espírito, caminham na luz, na santidade e tem sabedoria (Ef 1.8; Cl 4.5).

Na prática, o andar do cristão se revela por meio de um viver que obedece à Palavra (Jo 14.15); no amor que ele tem para com o próximo (Mt 22.37-39); na busca da santificação, pois sem a ela, ninguém verá a Deus (Hb 12.14; 1 Pe 1.15,16); na humildade, quando coloca os outros como prioridade, e não ele mesmo (Fp 2.5-8); no coração aberto que tem para perdoar, sem qualquer resquício de mágoas (Mt 6.14-15); no tratar com compaixão e agir com justiça; no preservar a comunhão entre os irmãos, sem jamais querer divisão no Corpo de Cristo, na doutrina e na batalha para preservar a unidade no Espírito (Ef 4.3).

Por meio da luz divina, que habita no crente, seu andar é com discernimento, a sabedoria realmente o faz distinguir entre o que deve ou não fazer.  Há um compromisso de jamais voltar a conduta antiga do mundo.  Contudo, é relevante  que essa sabedoria não é  humana, não surge de cursos acadêmicos; ela é espiritual, vem de cima.  Por meio dessa sabedoria, andamos em santidade (Hb 12.14) e nos tornamos semelhantes a Jesus (1 Jo 3.2; Gl 3.26).

III - VENCENDO OS DIAS MAUS

A cada momento em que o cristão vai folheando as páginas das Sagradas Escrituras, prontamente se deparará com as exortações e recomendações para vencer os dias maus.  É preciso ter uma vida ativa de oração e comunhão com Deus, pois, afastado dEle, a derrota é certa (Mt 26.41).  Paulo falou que pela consolação das Escrituras podemos vencer (Rm 15.4).  Nela se encontram os conselhos divinos de renovação para a mente e orientações precisas.  Acrescente-se a isso que Paulo a configura como a arma de ataque (Ef 6.17).  Ainda que os dias sejam maus, o cristão é consciente de que quem está no comando de tudo é Deus, por isso descansa, pois tem plena certeza de que seus projetos jamais poderão ser frustrados (Jó 42.2).

1 - Remindo o tempo

O versículo 16 de Efésios 5 apresenta o verbo remir como tradução do grego exagorázõ.  Ele possui dois sentidos:  1) redimir, resgatar do poder de outro pelo pagamento de um preço; 2) comprar para uso próprio.  Então podemos dizer que remir é uma expressão usada para se referir à sabedoria dos compradores que esperavam o momento certo para comprar de acordo com o melhor preço oferecido pelo mercado.  Com a expressão "remindo o tempo", o apóstolo Paulo se refere ao cristão que se conduz de maneira proveitosa e sábia no contexto deste mundo (Ef 5.16; cf. Cl 4.3).

Um cristão que sabe realmente remir o tempo pode ser descrito como bom mordomo de Deus.  O mordomo é descrito como uma pessoa encarregada da administração de uma casa; administrador (Gn 39.4-8; Lc 12.42).  O Senhor deu um tempo para cada um de nós (Ec 3), logo, saber fazer bom uso dele no bem para com o próximo, na nossa oração e comunhão, cuidar bem de tudo o que Deus colocou em nossas mãos, tudo isso fala de remir o tempo.

2 - Remindo o tempo e a volta do Senhor

Quando se falava a respeito de remir o tempo entre os cristãos primitivos, estes tinham em mente a iminência da segunda vinda do Senhor Jesus, ou seja, esse esperado acontecimento poderia acontecer a qualquer momento (1 Co 15.51).  Por isso, os cristãos eram incentivados a procurar sabiamente aproveitar todas as oportunidades, em especial, no sentido de se prepararem espiritualmente para aquele dia.  Assim, a perspectiva da iminente volta do nosso Senhor faz com que não percamos tempo com coisas banais; antes, nos exorta a viver de maneira sábia, santa e piedosa, pois o Senhor Jesus pode voltar a qualquer momento (1 Ts 4.15).  O apóstolo Paulo nos adverte que sejamos irrepreensíveis e sinceros no meio de uma geração corrompida e perversa, resplandecemos como astros no mundo (Fp 2.15,16), o próprio Jesus disse: "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5.14).

Sejamos luz neste mundo porque breve vem o Senhor Jesus, e somente os que andam na luz, e são luz, serão arrebatados e morarão para sempre com o Senhor.

3 - Os dias são maus

Em 2 Coríntios 4.4, compreendemos quem é o deus deste século; o apóstolo João diz que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19).  Paulo aconselha cada cristão a jamais amoldar-se ao padrão do mundo sem Deus, pois ele é mal (Rm 12.2).  Paulo descreve muito bem os dias maus quando fala que Cristo se entregou a si mesmo pelos nossos pecados para nos desarraigar, isto é, arrancar, tirar deste mundo perverso (Gl 1.4).

A expressão "os dias maus" (Ef 5.16), revela que estamos inseridos numa sociedade dominada pelo pecado, que pode tomar o nosso tempo e nos levar a prática do mal.  Não podemos nos conformar com essa possibilidade, não podemos ser insensatos a tal ponto, mas entender "qual seja a vontade de Deus" (Ef 5.17). Ler e praticar a Palavra de Deus, viver uma vida de intimidade com Deus por meio da oração e do jejum, não deixar de congregar, fazer o bem ao próximo (Gl 6.10; Hb 10.25), isso faz com que fortalecemos a nossa vida espiritual, e assim conseguimos vencer os dias maus.

Reconhecemos que estamos enfrentando os dias maus, porém a Igreja não entra em crise de desespero, de medo, pois é consciente de que já foi tirada do poder do maligno.  Assim um salvo em Cristo pode ficar atribulado, mas não angustiado; perplexo, mas não desanimado; perseguido, mas não desamparado; abatido, mas não destruído (2 Co 4.8,9); pois maior é o que está em nós (1 Jo 4.4).

CONCLUSÃO

Em nossa caminhada para as mansões celestiais precisamos seguir o padrão divino, isto é as normas determinadas pelo Pai, que estão inseridas em sua Palavra (2 Tm 3.16)

Para nos conduzirmos na jornada para o Céu com sucesso, precisamos viver em prudência e sabedoria, mediante o ensino das Escrituras Sagradas, acrescentando a fé em Jesus, sem tirar o olhar dEle (Hb 12.2), orando constantemente (1 Ts 5.17), sendo guiados pelo Espírito Santo (Jo 14.26), tendo o pensamento sempre voltado para as coisas de cima (Cl 3.1,2), vivendo na Igreja desenvolvendo comunhão uns com os outros, aproveitando bem as oportunidades de fazer o bem, incentivando e promovendo a fé dos salvos (Hb 10.24).  Agindo assim, chegaremos lá, pois a Jerusalém Celestial será a nossa nova morada.

Fonte :  Bíblia Sagrada

Lições Bíblicas - Adultos - 2° Trimestre 2024 - CPAD

Osiel Gomes - A Carreira que nos está proposta - 1ª edição - CPAD - 2024 - Rio de Janeiro

sábado, 13 de abril de 2024

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - 2° TRIMESTRE 2024 - LIÇÃO 3 - ADULTOS



 O CÉU - O DESTINO DO CRISTÃO

Ao homem natural é impossível discernir as coisas espirituais, visto que elas só podem ser discernidas espiritualmente (1 Co 2.14).  Por isso, a sabedoria humana apresenta diversas concepções enganosas a respeito do céu, a ponto de negar a sua existência.  Contudo, ao cristão é garantido a gloriosa promessa de desfrutar do céu como uma morada na vida eterna com Deus (Jo 11.25,26; 14.2,3; At 1.11).  Em vista disso, o nosso propósito é o de mostrar o céu como destino glorioso de todo cristão peregrino.

Logo que aceitamos a Cristo como Salvador, nossa mente passa a ser transformada (1 Co 2.16), o que nos leva a não desejarmos mais nos moldar ao padrão de vida deste mundo pecaminoso, nem ter mais desejo de ficar aqui, pois, doravante, pensamos apenas nas coisas de cima (Cl 3.1,2), em especial a conscientização de que nossa é na Pátria Celestial.

Os que vivem piedosamente em Jesus Cristo são conscientes de que seu Reino não é deste mundo, como não era de Cristo (Jo 18.36).  Assim, vivemos nesta terra como peregrinos, isto é, a morada deste mundo é temporária, sendo que a nossa verdadeira morada está no Céu, razão pela qual somos vistos como estrangeiros.

I - CÉU: O ALVO DE TODO CRISTÃO

1 - Definindo Céu

A palavra hebraica shamayim, que significa céu, céus (Gn 1.1), aparece 419 vezes no Antigo Testamento.  O termo grego ouranós, céu (Mt 3.2; Ap 21.10), aparece 280 vezes no Novo Testamento .

Nas traduções da Bíblia em língua portuguesa a palavra shamayim foi traduzida por "altura", e ouranós, como "algo elevado".  Ambas as palavras são usadas para se referir a três  locais distintos: 1) céu atmosférico (Dt 11.11,17); 2) universo ou firmamento dos céus (Gn 1.14; 15.5; Hb 1.10); 3) morada de Deus (Is 63.15; Mt 7.11,21; Ap 3.12).  Dos três locais aplicados à palavra céu, o mais importante para o cristão é o terceiro, a morada de Deus.

Ao se falar do Céu, nossa perspectiva sobre tal temática deve ser totalmente bíblica, visto que é por intermédio das Sagradas Escrituras que nos é assegurada a promessa do Céu e sua realidade.  Como sabemos, a Palavra de Deus é verdadeira, inspirada e fiel (2 Tm 3.16; 1 Tm 4.15; 3.1; 4.9). Fora do padrão das Escrituras, o cristão pode correr o risco de ter uma visão popular sobre o Céu, tendo-o apenas como algo "fantasmagórico", de seres desencarnados, lugar onde as pessoas só vivem cantando o tempo todo, lugar entre as nuvens, onde todos serão anjos.  O crente deve procurar crer no que a Bíblia diz, caso contrário, poderá matizar diversas combinações erradas.

A melhor descrição para o Céu consta na Palavra de Deus:  ele é descrito como uma realidade maravilhosa e física, mas fora desta terra (1 Rs 21.24; Sl 19.1; At 1.11); ele é visto como uma dimensão totalmente espiritual, apontando para um lugar onde Deus habita (1 Rs 8.27; Am 9.6; At 7.55).

2 - O Céu conforme o ensino de Paulo

O apóstolo Paulo foi arrebatado até o terceiro Céu.  Não por acaso, esse céu está enfatizado nas cartas do apóstolo como lugar celestial, o lar dos salvos em Cristo Jesus, onde temos um destino assegurado: o de estar para sempre com o Senhor (1 Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6).

O terceiro Céu, para qual Paulo foi arrebatado, é o Céu que está acima do céu atmosférico, no qual os pássaros voam; é o Céu que está acima do que é estrelado, que ornamenta a órbita.  Na verdade, o terceiro céu é descrito como o lugar onde Deus descreve sua glória.

O que podemos dizer do terceiro céu na visão de Paulo é que se trata do lugar onde moram Deus, os seres celestiais e os salvos que morrem (Is 66.1; Mt 24.36; 2 Co 5.1).

3 - O alvo do cristão

O cristão tem como meta as coisas que são de cima (Cl 3.1,2), não se amoldando mais com este mundo pecaminoso (Rm 12.2).

Depois de salvo, não pertencemos mais a este mundo. Por isso, Paulo ensina que prossegue para o alvo, isto é, a linha de chegada que o atleta alcança o prêmio (1 Co 9.24; 2 Tm 4.8).  Assim, o apóstolo persegue o prêmio com determinação, liberdade, empenho e com os olhos fixos no Autor da Salvação (Hb 12.2). Igualmente, o cristão passa a ter o céu como alvo por causa da soberana vocação, que vem de cima, isto é, de Deus por meio de Jesus Cristo.

O Céu é o alvo daquele crente que procurou viver conforme a Palavra de Deus, que priorizou a vontade do Senhor, que viveu neste mundo vil em total santidade (Hb 12.14).

Pedro diz que nós somos gerados para uma viva esperança (1 Pe 1.3; 2 Co 1.3; Ef 1.3; Jo 3.3; 1 Pe 3.21). 

O desejo que o crente tem de ir para o Céu é consequência da nova natureza que recebeu pelo novo nascimento.

Assim, um cristão que vive sua vida influenciada pelo desejo do céu nesta terra prossegue incólume, não temendo a nada, pois é consciente de que sua pátria definitiva está nos céus (Fp 3.20). A expressão a "nossa pátria está nos céus" sintetiza bem essa nova realidade.  Ao mencionar essa expressão, o apóstolo mostra que temos uma cidadania celestial (Ef 2.19).  Para viver a plenitude dessa cidadania, o cristão peregrina para algo perfeito, absoluto, em que finalmente terá o corpo abatido transformado conforme o corpo glorioso de Jesus Cristo (1 Co 15.44; 1 Jo 3.2).

II - DESCRIÇÃO DO CÉU SEGUNDO O LIVRO DO APOCALIPSE

Os capítulos 21 e 22 do Apocalipse, o livro da Revelação, evidenciam o que João pensava sobre diversos assuntos escatológicos, mas em especial sobre o Céu.

Pelas palavras de João, o Céu é descrito como o lugar em que Deus e o Cordeiro habitam, e que todos os seres angelicais o adoram .  O Céu que João descreve como morada de Deus é santo, belo, perfeito e eterno, é um lugar marcado pela adoração.  É nesse Céu que os crentes que se mantiverem fiéis a Cristo neste mundo irão morar, passando a ter uma comunhão plena e eterna com Deus.

1 - O novo Céu e a nova terra

Depois da abertura dos sete selos, conforme Apocalipse 6, em que predominaram a desordem, a tribulação e o juízo, o quadro revelado na sequência é o de um novo estado eterno. O apóstolo João diz que o primeiro céu e a primeira passaram, o mar não existe mais; esse céu (também ouranós) é o espaço astronômico, não se trata da habitação eterna de Deus.  Então, o apóstolo contempla um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1).  Isaías profetizou a criação de novos céus e nova terra (Is 65.17); o apóstolo Pedro confirmou essa esperança (2 Pe 3.13).  Esse lugar é o destino do cristão, um novo lar completamente redimido, sem qualquer semelhança com o mundo antigo, pois "eis que faço novas todas as coisas" (Ap 21.5).

O cristão deve ser consciente de que o novo céu e a nova terra são uma promessa bíblica, não se trata de utopia, não é algo simbólico apenas para expressar um tipo de esperança e vida eterna com Deus, mas será, na verdade, o surgimento de uma nova ordem, um estado futuro literal, pois é isso que gera ainda mais no nosso coração a esperança da vida futura e o desejo de continuarmos firmes, constantes e abundantes no trabalho do Senhor até que tudo isso se concretize (! Co 15.58).

2 - A linda cidade como nossa nova morada

No livro do Apocalipse se faz menção à Nova Jerusalém, e o interessante é que ela desce do Céu, é vista como uma cidade santa, a qual é descrita como a habitação do povo de Deus.

Por meio de passagens do Novo Testamento, a Nova Jerusalém pode ser descrita como a morada de Deus, a pátria dos salvos, lugar em que os santos habitarão (Hb 12.23; Gl 4.26; Fp 3.20).  Assim, cremos e afirmamos que essa linda cidade será um lugar em que Deus e o Cordeiro são o seu templo; a glória de Deus a iluminará, e o Cordeiro será a sua lâmpada (Ap 21.22,23). Na Nova Jerusalém não haverá dor, tristeza ou sofrimento (Ap 21.4).  Além disso, depois da ressurreição (Ap 20.4), e quando todas as coisas foram consumadas, essa Jerusalém Celestial descerá do céu e ficará para sempre na nova terra.  O apóstolo João descreve a Nova Jerusalém Celestial como o lugar de redimidos que habitam a gloriosa cidade.  Portanto, para nós, a visão descrita em Apocalipse 21 refere-se ao Céu como a eternidade, a Nova Jerusalém como a Nova Cidade, o nosso novo lar criado sem pecado, onde a bem-aventurança eterna será desfrutada pelos santos para todo o sempre.

Essa promessa gera cada vez mais esperança em nossos corações. Portanto, vivamos em santidade e obediência para entrarmos nessa cidade santa pelas portas.

III - CÉU:  O FIM DA JORNADA CRISTÃ

O cristão vive sua vida neste mundo caminhando para uma meta final: estar para sempre na presença do Senhor e viver em comunhão plena com Ele.  O salvo em Cristo tem uma meta, um objetivo, não se restringe apenas as coisas terrenais.  Quando aceitou a Jesus como Salvador já se deu o início da jornada para o Céu.  Ciente de que seus pecados já foram perdoados, o cristão seguirá seu itinerário tendo o Senhor na sua vida e uma esperança futura.

Vivendo a jornada da fé cristã, o salvo precisa ser perseverante - ainda que surjam situações desafiadoras, adversas, perseguições e lutas, vencer tudo é uma prerrogativa divina (Jo 16.33)-, pois tem ao seu dispor o poder e a graça divina para auxiliá-lo nessa caminhada  até chegar ao Céu. 

A nossa jornada cristã pode e findar de duas maneiras: a primeira com a morte de um crente salvo (Ap 14.13), pois ainda estamos sujeitos, e a segunda maneira é com o arrebatamento que poderá acontecer a qualquer momento (1 Co 15.32; 1 Ts 4.17).

1 - Estaremos onde Deus está

Em Apocalipse 21, há uma concretização da jornada cristã em que o crente estará onde Deus habita, conforme o nosso Senhor disse que viria e nos levaria para estarmos com o Pai (Jo 14.3).  Nesse lugar, habitaremos com Deus  em seu tabernáculo, pois nós seremos o seu povo  e Ele o nosso Deus (Ap 21.3).  Tudo isso se tornará realidade no futuro, quando nossa união se dará sem impedimento, cumprindo toda a expectativa tanto do Antigo quanto do Novo Testamento (Lv 26.11-12; Ez 4.3-7; 2 Co 6.16; Ap 7.15).

Viveremos onde Cristo vive desfrutando do seu amor, de sua glória, poder e santidade. Vivemos nossa jornada neste mundo com o coração no Céu. pois lá é que está o nosso tesouro (Lc 12.34).

2 - As lágrimas cessarão

Uma das mais gloriosas bençãos que desfrutaremos no Céu é a de que Deus enxugará de nossos olhos todas as lágrimas (Ap 21.4), na verdade está se referindo ás lágrimas que foram geradas por causa das tristezas humanas, resultado de grandes misérias, tragédias e males que não terão lugar nessa nova realidade de vida, pois todas as primeiras coisas são passadas (1 Co 15.26,54; Is 61.3; 65.39).

Tudo isso será possível porque haverá também uma transformação no mundo físico, de modo que ele será inteiramente transformado e liberto da corrupção, como Paulo esclareceu a respeito da redenção do mundo material (Rm 8.21).

Ainda que enfrentamos lutas e batalhas nesta vida, a promessa que tudo vai mudar para melhor é revigorante e um conforto para nossa alma, razão pela qual Paulo diz que as tribulações do tempo presente não podem ser comparadas com a glória que será revelada (Rm 8.16).

3 - O Céu como repouso eterno

O Céu é o lugar de descanso do crente.  Nele não existirá mais pranto, lutas, dores, sofrimentos, morte e lá viveremos em plena felicidade, não mais sujeitos às lutas desta vida.

A expressão "repouso" nada tem a ver com tédio, pois no Céu haverá constantes atividades: adoração (Ap 19.1-8); serviço (Ap 22.3); ilimitada aprendizagem (1 Co 13.12).  Trata-se de uma dimensão completamente distinta do que conhecemos atualmente.  Por isso, quando afirmamos que o Céu será um lugar de repouso ou de descanso é pelo fato de que o crente descansará de suas fatigas, cansaço e exaustão presentes hoje (Ap 14.13); estaremos plenamente satisfeitos em comunhão uns com os outros e com o Nosso Senhor (Mt 8.11; Ap 19.9).  Esse lugar de repouso é o fim de nossa jornada cristã, é a experimentação da morada dos redimidos.  Portanto, toda nossa vida cristã atual deve ser vivida com a mente voltada para a realidade eterna do Céu, como verdadeira esperança (Cl 3.2).

Devemos viver o nosso dia como se "Cristo voltasse amanhã", e desfrutar ainda em vida, parte da glória do Senhor em nosso ser.

Não há mensagem mais consoladora para o crente do que a do Céu, pois é uma promessa divina.  Ainda que vivamos os dissabores deste mundo vil, logo estaremos no Novo Céu e nova terra, e veremos o Senhor face a face (Ap 22.4), e estaremos eternamente com Ele.

CONCLUSÃO

Para se viver a esperança celestial é preciso nascer de novo, viver em Cristo e transformar a mente.  É preciso ter uma nova natureza (Jo 3.12).  Sem isso, é impossível crer nas coisas espirituais, pois estas só podem ser discernidas espiritualmente (1 Co 2.14).  Portanto, prossigamos a nossa jornada para o Céu de glória, o alvo de todo salvo em Cristo, conforme as regras divinas estabelecidas na Palavra de Deus (1 Co 9.24; 2 Tm 4.8).

Ainda que enfrentemos lutas e dissabores nesta vida, há uma mensagem profética para nós, a qual gera esperança e consolo em nossos corações/:  que brevemente estaremos para sempre com o Senhor nas mansões celestiais, onde não haverá mais dor, morte, lutas, tribulações, pois todas as coisas serão novas: novo Céu e nova terra.  Nesse lugar como bem destaca Pedro, habita a paz e a justiça (2 Pe 3.13). Anelamos viver no Céu porque é real e é lá que Deus está.

E para alcançarmos essa promessa a nossa fé deve estar cada dia mais alicerçada na Palavra de Deus, precisamos andar na luz e fazer a obra do Senhor enquanto é dia sempre em obediência a Deus, certos de que um poucochinho de tempo, o que há de vir virá e não tardará (Hb 10.37).

Fonte:  Bíblia Sagrada

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