sábado, 13 de abril de 2024

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - 2° TRIMESTRE 2024 - LIÇÃO 3 - ADULTOS



 O CÉU - O DESTINO DO CRISTÃO

Ao homem natural é impossível discernir as coisas espirituais, visto que elas só podem ser discernidas espiritualmente (1 Co 2.14).  Por isso, a sabedoria humana apresenta diversas concepções enganosas a respeito do céu, a ponto de negar a sua existência.  Contudo, ao cristão é garantido a gloriosa promessa de desfrutar do céu como uma morada na vida eterna com Deus (Jo 11.25,26; 14.2,3; At 1.11).  Em vista disso, o nosso propósito é o de mostrar o céu como destino glorioso de todo cristão peregrino.

Logo que aceitamos a Cristo como Salvador, nossa mente passa a ser transformada (1 Co 2.16), o que nos leva a não desejarmos mais nos moldar ao padrão de vida deste mundo pecaminoso, nem ter mais desejo de ficar aqui, pois, doravante, pensamos apenas nas coisas de cima (Cl 3.1,2), em especial a conscientização de que nossa é na Pátria Celestial.

Os que vivem piedosamente em Jesus Cristo são conscientes de que seu Reino não é deste mundo, como não era de Cristo (Jo 18.36).  Assim, vivemos nesta terra como peregrinos, isto é, a morada deste mundo é temporária, sendo que a nossa verdadeira morada está no Céu, razão pela qual somos vistos como estrangeiros.

I - CÉU: O ALVO DE TODO CRISTÃO

1 - Definindo Céu

A palavra hebraica shamayim, que significa céu, céus (Gn 1.1), aparece 419 vezes no Antigo Testamento.  O termo grego ouranós, céu (Mt 3.2; Ap 21.10), aparece 280 vezes no Novo Testamento .

Nas traduções da Bíblia em língua portuguesa a palavra shamayim foi traduzida por "altura", e ouranós, como "algo elevado".  Ambas as palavras são usadas para se referir a três  locais distintos: 1) céu atmosférico (Dt 11.11,17); 2) universo ou firmamento dos céus (Gn 1.14; 15.5; Hb 1.10); 3) morada de Deus (Is 63.15; Mt 7.11,21; Ap 3.12).  Dos três locais aplicados à palavra céu, o mais importante para o cristão é o terceiro, a morada de Deus.

Ao se falar do Céu, nossa perspectiva sobre tal temática deve ser totalmente bíblica, visto que é por intermédio das Sagradas Escrituras que nos é assegurada a promessa do Céu e sua realidade.  Como sabemos, a Palavra de Deus é verdadeira, inspirada e fiel (2 Tm 3.16; 1 Tm 4.15; 3.1; 4.9). Fora do padrão das Escrituras, o cristão pode correr o risco de ter uma visão popular sobre o Céu, tendo-o apenas como algo "fantasmagórico", de seres desencarnados, lugar onde as pessoas só vivem cantando o tempo todo, lugar entre as nuvens, onde todos serão anjos.  O crente deve procurar crer no que a Bíblia diz, caso contrário, poderá matizar diversas combinações erradas.

A melhor descrição para o Céu consta na Palavra de Deus:  ele é descrito como uma realidade maravilhosa e física, mas fora desta terra (1 Rs 21.24; Sl 19.1; At 1.11); ele é visto como uma dimensão totalmente espiritual, apontando para um lugar onde Deus habita (1 Rs 8.27; Am 9.6; At 7.55).

2 - O Céu conforme o ensino de Paulo

O apóstolo Paulo foi arrebatado até o terceiro Céu.  Não por acaso, esse céu está enfatizado nas cartas do apóstolo como lugar celestial, o lar dos salvos em Cristo Jesus, onde temos um destino assegurado: o de estar para sempre com o Senhor (1 Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6).

O terceiro Céu, para qual Paulo foi arrebatado, é o Céu que está acima do céu atmosférico, no qual os pássaros voam; é o Céu que está acima do que é estrelado, que ornamenta a órbita.  Na verdade, o terceiro céu é descrito como o lugar onde Deus descreve sua glória.

O que podemos dizer do terceiro céu na visão de Paulo é que se trata do lugar onde moram Deus, os seres celestiais e os salvos que morrem (Is 66.1; Mt 24.36; 2 Co 5.1).

3 - O alvo do cristão

O cristão tem como meta as coisas que são de cima (Cl 3.1,2), não se amoldando mais com este mundo pecaminoso (Rm 12.2).

Depois de salvo, não pertencemos mais a este mundo. Por isso, Paulo ensina que prossegue para o alvo, isto é, a linha de chegada que o atleta alcança o prêmio (1 Co 9.24; 2 Tm 4.8).  Assim, o apóstolo persegue o prêmio com determinação, liberdade, empenho e com os olhos fixos no Autor da Salvação (Hb 12.2). Igualmente, o cristão passa a ter o céu como alvo por causa da soberana vocação, que vem de cima, isto é, de Deus por meio de Jesus Cristo.

O Céu é o alvo daquele crente que procurou viver conforme a Palavra de Deus, que priorizou a vontade do Senhor, que viveu neste mundo vil em total santidade (Hb 12.14).

Pedro diz que nós somos gerados para uma viva esperança (1 Pe 1.3; 2 Co 1.3; Ef 1.3; Jo 3.3; 1 Pe 3.21). 

O desejo que o crente tem de ir para o Céu é consequência da nova natureza que recebeu pelo novo nascimento.

Assim, um cristão que vive sua vida influenciada pelo desejo do céu nesta terra prossegue incólume, não temendo a nada, pois é consciente de que sua pátria definitiva está nos céus (Fp 3.20). A expressão a "nossa pátria está nos céus" sintetiza bem essa nova realidade.  Ao mencionar essa expressão, o apóstolo mostra que temos uma cidadania celestial (Ef 2.19).  Para viver a plenitude dessa cidadania, o cristão peregrina para algo perfeito, absoluto, em que finalmente terá o corpo abatido transformado conforme o corpo glorioso de Jesus Cristo (1 Co 15.44; 1 Jo 3.2).

II - DESCRIÇÃO DO CÉU SEGUNDO O LIVRO DO APOCALIPSE

Os capítulos 21 e 22 do Apocalipse, o livro da Revelação, evidenciam o que João pensava sobre diversos assuntos escatológicos, mas em especial sobre o Céu.

Pelas palavras de João, o Céu é descrito como o lugar em que Deus e o Cordeiro habitam, e que todos os seres angelicais o adoram .  O Céu que João descreve como morada de Deus é santo, belo, perfeito e eterno, é um lugar marcado pela adoração.  É nesse Céu que os crentes que se mantiverem fiéis a Cristo neste mundo irão morar, passando a ter uma comunhão plena e eterna com Deus.

1 - O novo Céu e a nova terra

Depois da abertura dos sete selos, conforme Apocalipse 6, em que predominaram a desordem, a tribulação e o juízo, o quadro revelado na sequência é o de um novo estado eterno. O apóstolo João diz que o primeiro céu e a primeira passaram, o mar não existe mais; esse céu (também ouranós) é o espaço astronômico, não se trata da habitação eterna de Deus.  Então, o apóstolo contempla um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1).  Isaías profetizou a criação de novos céus e nova terra (Is 65.17); o apóstolo Pedro confirmou essa esperança (2 Pe 3.13).  Esse lugar é o destino do cristão, um novo lar completamente redimido, sem qualquer semelhança com o mundo antigo, pois "eis que faço novas todas as coisas" (Ap 21.5).

O cristão deve ser consciente de que o novo céu e a nova terra são uma promessa bíblica, não se trata de utopia, não é algo simbólico apenas para expressar um tipo de esperança e vida eterna com Deus, mas será, na verdade, o surgimento de uma nova ordem, um estado futuro literal, pois é isso que gera ainda mais no nosso coração a esperança da vida futura e o desejo de continuarmos firmes, constantes e abundantes no trabalho do Senhor até que tudo isso se concretize (! Co 15.58).

2 - A linda cidade como nossa nova morada

No livro do Apocalipse se faz menção à Nova Jerusalém, e o interessante é que ela desce do Céu, é vista como uma cidade santa, a qual é descrita como a habitação do povo de Deus.

Por meio de passagens do Novo Testamento, a Nova Jerusalém pode ser descrita como a morada de Deus, a pátria dos salvos, lugar em que os santos habitarão (Hb 12.23; Gl 4.26; Fp 3.20).  Assim, cremos e afirmamos que essa linda cidade será um lugar em que Deus e o Cordeiro são o seu templo; a glória de Deus a iluminará, e o Cordeiro será a sua lâmpada (Ap 21.22,23). Na Nova Jerusalém não haverá dor, tristeza ou sofrimento (Ap 21.4).  Além disso, depois da ressurreição (Ap 20.4), e quando todas as coisas foram consumadas, essa Jerusalém Celestial descerá do céu e ficará para sempre na nova terra.  O apóstolo João descreve a Nova Jerusalém Celestial como o lugar de redimidos que habitam a gloriosa cidade.  Portanto, para nós, a visão descrita em Apocalipse 21 refere-se ao Céu como a eternidade, a Nova Jerusalém como a Nova Cidade, o nosso novo lar criado sem pecado, onde a bem-aventurança eterna será desfrutada pelos santos para todo o sempre.

Essa promessa gera cada vez mais esperança em nossos corações. Portanto, vivamos em santidade e obediência para entrarmos nessa cidade santa pelas portas.

III - CÉU:  O FIM DA JORNADA CRISTÃ

O cristão vive sua vida neste mundo caminhando para uma meta final: estar para sempre na presença do Senhor e viver em comunhão plena com Ele.  O salvo em Cristo tem uma meta, um objetivo, não se restringe apenas as coisas terrenais.  Quando aceitou a Jesus como Salvador já se deu o início da jornada para o Céu.  Ciente de que seus pecados já foram perdoados, o cristão seguirá seu itinerário tendo o Senhor na sua vida e uma esperança futura.

Vivendo a jornada da fé cristã, o salvo precisa ser perseverante - ainda que surjam situações desafiadoras, adversas, perseguições e lutas, vencer tudo é uma prerrogativa divina (Jo 16.33)-, pois tem ao seu dispor o poder e a graça divina para auxiliá-lo nessa caminhada  até chegar ao Céu. 

A nossa jornada cristã pode e findar de duas maneiras: a primeira com a morte de um crente salvo (Ap 14.13), pois ainda estamos sujeitos, e a segunda maneira é com o arrebatamento que poderá acontecer a qualquer momento (1 Co 15.32; 1 Ts 4.17).

1 - Estaremos onde Deus está

Em Apocalipse 21, há uma concretização da jornada cristã em que o crente estará onde Deus habita, conforme o nosso Senhor disse que viria e nos levaria para estarmos com o Pai (Jo 14.3).  Nesse lugar, habitaremos com Deus  em seu tabernáculo, pois nós seremos o seu povo  e Ele o nosso Deus (Ap 21.3).  Tudo isso se tornará realidade no futuro, quando nossa união se dará sem impedimento, cumprindo toda a expectativa tanto do Antigo quanto do Novo Testamento (Lv 26.11-12; Ez 4.3-7; 2 Co 6.16; Ap 7.15).

Viveremos onde Cristo vive desfrutando do seu amor, de sua glória, poder e santidade. Vivemos nossa jornada neste mundo com o coração no Céu. pois lá é que está o nosso tesouro (Lc 12.34).

2 - As lágrimas cessarão

Uma das mais gloriosas bençãos que desfrutaremos no Céu é a de que Deus enxugará de nossos olhos todas as lágrimas (Ap 21.4), na verdade está se referindo ás lágrimas que foram geradas por causa das tristezas humanas, resultado de grandes misérias, tragédias e males que não terão lugar nessa nova realidade de vida, pois todas as primeiras coisas são passadas (1 Co 15.26,54; Is 61.3; 65.39).

Tudo isso será possível porque haverá também uma transformação no mundo físico, de modo que ele será inteiramente transformado e liberto da corrupção, como Paulo esclareceu a respeito da redenção do mundo material (Rm 8.21).

Ainda que enfrentamos lutas e batalhas nesta vida, a promessa que tudo vai mudar para melhor é revigorante e um conforto para nossa alma, razão pela qual Paulo diz que as tribulações do tempo presente não podem ser comparadas com a glória que será revelada (Rm 8.16).

3 - O Céu como repouso eterno

O Céu é o lugar de descanso do crente.  Nele não existirá mais pranto, lutas, dores, sofrimentos, morte e lá viveremos em plena felicidade, não mais sujeitos às lutas desta vida.

A expressão "repouso" nada tem a ver com tédio, pois no Céu haverá constantes atividades: adoração (Ap 19.1-8); serviço (Ap 22.3); ilimitada aprendizagem (1 Co 13.12).  Trata-se de uma dimensão completamente distinta do que conhecemos atualmente.  Por isso, quando afirmamos que o Céu será um lugar de repouso ou de descanso é pelo fato de que o crente descansará de suas fatigas, cansaço e exaustão presentes hoje (Ap 14.13); estaremos plenamente satisfeitos em comunhão uns com os outros e com o Nosso Senhor (Mt 8.11; Ap 19.9).  Esse lugar de repouso é o fim de nossa jornada cristã, é a experimentação da morada dos redimidos.  Portanto, toda nossa vida cristã atual deve ser vivida com a mente voltada para a realidade eterna do Céu, como verdadeira esperança (Cl 3.2).

Devemos viver o nosso dia como se "Cristo voltasse amanhã", e desfrutar ainda em vida, parte da glória do Senhor em nosso ser.

Não há mensagem mais consoladora para o crente do que a do Céu, pois é uma promessa divina.  Ainda que vivamos os dissabores deste mundo vil, logo estaremos no Novo Céu e nova terra, e veremos o Senhor face a face (Ap 22.4), e estaremos eternamente com Ele.

CONCLUSÃO

Para se viver a esperança celestial é preciso nascer de novo, viver em Cristo e transformar a mente.  É preciso ter uma nova natureza (Jo 3.12).  Sem isso, é impossível crer nas coisas espirituais, pois estas só podem ser discernidas espiritualmente (1 Co 2.14).  Portanto, prossigamos a nossa jornada para o Céu de glória, o alvo de todo salvo em Cristo, conforme as regras divinas estabelecidas na Palavra de Deus (1 Co 9.24; 2 Tm 4.8).

Ainda que enfrentemos lutas e dissabores nesta vida, há uma mensagem profética para nós, a qual gera esperança e consolo em nossos corações/:  que brevemente estaremos para sempre com o Senhor nas mansões celestiais, onde não haverá mais dor, morte, lutas, tribulações, pois todas as coisas serão novas: novo Céu e nova terra.  Nesse lugar como bem destaca Pedro, habita a paz e a justiça (2 Pe 3.13). Anelamos viver no Céu porque é real e é lá que Deus está.

E para alcançarmos essa promessa a nossa fé deve estar cada dia mais alicerçada na Palavra de Deus, precisamos andar na luz e fazer a obra do Senhor enquanto é dia sempre em obediência a Deus, certos de que um poucochinho de tempo, o que há de vir virá e não tardará (Hb 10.37).

Fonte:  Bíblia Sagrada

Lições Bíblicas - Adultos - 2º Trimestre 2024 - CPAD

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