1 - INTRODUÇÃO
Esse trabalho traz um resumo da vida de Platão, sua
infância, juventude, seu afastamento da política por achar o sistema criminoso,
sua primeira viagem a Sícilia, sua morte e suas obras.
Platão nasceu em Atenas, provavelmente em 427-428
a.C.
Por volta de
388 a.C, aos 40 anos, decepcionado com o luxo e os costumes da corte de
Dionísio I de Siracusa e de lá é expulso, Platão compra um ginásio perto de
Colona, a nordeste de Atenas. Ele amplia a propriedade e constrói alojamentos para
os estudantes. Após a fundação da
escola Platão faz mais duas viagens a Sícilia.
Morreu aos 80 anos e foi sepultado no terreno da
Academia.
Houve um período na Idade Média em que quase todas
as suas obras eram desconhecidas.
Com exceção da palestra sobre o bem, todas as obras
de Platão que eram conhecidas foram preservadas.
2 - VIDA
“Quase
que fico estrangeiro em meu próprio países”
Origem
A mãe de
Platão era Perictone e cuja família gabava-se de um relacionamento com o famoso
legislador e poeta lírico ateniense Sólon Perictíone era irmã de Cármides e
sobrinha de Crítias, ambas figuras proeminentes na época da Tirania dos
Trinta, a breve oligarquia que se seguiu sobre o colapso de
Atenas no final da Guerra do Peloponeso (404–403 a.C). Além
do próprio Platão, Aristão e Perictíone tiveram outros três filhos: Adimanto,
Glaucão e uma filha, Potone, a mãe de Espeusipo (então o sobrinho e
sucessor de Platão como chefe de sua Academia). De acordo com A
República, Adimanto e Glaucão eram mais velhos que Platão. No
entanto, na Memorabilia Xenofonte apresenta
Glaucão como sendo mais novo que Platão.
Aristão parece
ter morrido na infância de Platão, embora a data exata de sua morte seja
desconhecida. Perictíone então casou-se com Perilampes, irmão de sua
mãe que tinha servido muitas vezes como embaixador para a corte
persa e era um amigo de Péricles, líder da facção democrática em
Atenas.
Em
contraste com a sua reticência sobre si mesmo, Platão muitas vezes introduziu
seus ilustres parentes em seus diálogos, ou a eles referenciou com alguma
precisão: Cármides tem um diálogo com o seu nome; Crítias fala tanto em Cármides
quanto em Protágoras e Adimanto e Glaucão têm trechos importantes em A
República. Estas e outras referências sugerem uma quantidade considerável de
orgulho da família e nos permitem reconstruir a
árvore genealógica de Platão. De acordo com Burnet, “a cena de
abertura de Cármides é uma glorificação de toda (família) ligação...os diálogos
de Platão não são apenas um memorial para Sócrates, mas também sobre os dias
mais felizes de sua própria família.
Infância
e juventude
Platão nasceu em Atenas, provavelmente em 427-428 a.C. (no
sétimo dia do mês (Thargêlion), cerca de um ano após a morte do estadista
Péricles, e morreu em 348 a.C. (no primeiro ano da
108a Olimpíada).
A data tradicional do nascimento de Platão (428/427) é baseada em uma
interpretação dúbia de Diógenes Laércio, que afirma: "Quando Sócrates
foi embora, Platão se juntou a Crátilo e
Hermógenes, que filosofou à maneira de Parmênides. Então, aos vinte e oito
anos, segundo Hermodoro, Platão foi para Euclides, em
Megara." Em sua Sétima Carta, Platão observa que a
sua idade coincidiu com a tomada do poder pelos Trinta Tiranos, comentando:
"Mas um jovem com idade inferior a vinte seria motivo de chacota se
tentasse entrar na arena política". Assim, a data de nascimento de Platão
seria 424/423.
De acordo com Diógenes Laércio, o filósofo foi nomeado Arístocles, como
seu avô, mas seu treinador de luta, Aristão de
Argos, o apelidou de Platon, que significa "grande", por conta
de sua figura robusta. De acordo com as fontes mencionadas por
Diógenes (todas dam do período alexandrino). Platão
derivou seu nome a partir da "amplitude" (platytês) de sua
eloquência, ou então, porque possuía a fronte (platýs) larga. Estudiosos
recentes têm argumentado que a lenda sobre seu nome ser Aristocles originou-se
no período helenístico. Platão era
um nome comum, dos quais 31 casos são conhecidos apenas em Atenas. A
juventude de Platão transcorreu em meio a agitações políticas e a desordens
devido à Guerra do Peloponeso, à instabilidade política reinante
na cidade de Atenas que foi tomada pela Oligarquia dos Qatrocentos e
assim submeteu-se ao governo dos Trinta
Tiranos. Apuleio nos informa que Espeusipo elogiou a rapidez
mental e a modéstia de Platão como os "primeiros frutos de sua juventude
infundidos com muito trabalho e amor ao estudo". Platão deve
ter sido instruído em gramática, música e ginástica pelos
professores mais ilustres do seu tempo. Dicearco foi mais longe a
ponto de dizer que Platão lutou nos jogos de Jogos Istmicos. Platão também tinha frequentado cursos de filosofia,
antes de conhecer Sócrates, mas primeiro ele se familiarizou com Crátilo (um
discípulo de Heráclito, um proeminente filósofo gregopré-socrático) e as doutrinas de Heráclito.
Afastamento
da política e primeira viagem
Após o
término da guerra em Atenas, em cerca de 404 a.C, auxiliado pelo reinado
espartano vitorioso, o terror da Tirania dos Trinta começou, e entre seu
membros, incluía-se parentes de Platão: o primo e o irmão de sua mãe, Crítias e Cármides, que participaram do governo. Platão
foi convidado a participar da vida política, mas recusou porque considerou o
então regime criminoso. Mas, a situação política após a restauração
da democracia ateniense em 403 também o desagradou, sendo um ponto de viragem
na vida de Platão, a execução de Sócrates em 399 a.C, que o abalou
profundamente, levando-o a avaliiar a ação do Estado contra seu
professor, como uma expressão de depravação moral e evidência de um defeito
fundamental no sistema político. Ele viu em Atenas a possibilidade e a
necessidade de uma maior participação filosófica na vida política e tornou-se
um crítico agudo. Essas experiências levaram-no a aprovar a demanda por um
estado governado por filósofos.
Depois de
399 a.C, Platão foi para Megara com alguns outros socráticos, como hóspedes de
Euclides (provavelmente para evitar possíveis perseguições que lhe poderiam
sobrevir pelo fato de ter feito parte do círculo socrático). Diógenes Laércio
conta que ele "foi a Cirene, juntar-se a Teodoro, o matemático, depois à
Itália, com os pitagóricos Filolau e Eurito; e daí para o Egito, avistar-se com os profetas;
ele tinha decidido encontrar-se também com os magos, mas a guerras da Ásia o
fizeram renunciar a isso". Apesar desse relato de Diógenes Laércio,
é posto em dúvida se Platão foi mesmo ao Egito, pois há evidências de que a
estadia foi inventada no Egito, para aproximar Platão à tradição de sabedoria
egípcia.
Primeira
viagem à Sicília
Por volta
de 388 a.C, Platão empreendeu sua primeira viagem a Sicília . Em
Taranto, Platão conheceu os pitagóricos, e o mais proeminente e
politicamente bem sucedido entre eles, o estadista Arquitas, que o hospedou e
protegeu. A mais famosa fonte da história do resgate de Platão por Arquitas
está na Sétima Carta, onde Platão descreve seu envolvimento nos
incidentes de seu amigo Dion de Siracusa e Dionísio I o tirano de
Siracusa, Platão esperava influenciar o tirano sobre o ideal do
rei-filósofo (exposto em Górgis, anterior à sua viagem), mas logo entrou em
conflito com o tirano e sua corte; mas mesmo assim cultivou grande amizade com
Díon, parente do tirano, a quem pensou que este pudesse ser um discípulo
capaz de se tornar um rei-filósofo. Dionísio I se irritou tanto com
Platão a ponto de vendê-lo como escravo a um embaixador espartano
de Egina, felizmente tendo sido resgatado por Anicérides de Cirene, que
estava em Egina, ou ainda, o navio em que retornava foi capturado
por espartanos o que o fez ser mantido como um escravo.
Este
relatos sobre a primeira estadia em Siracusa são, em grande parte,
controversos: os historiadores tradicionais consideram assim os detalhes do
encontro entre Platão e o tirano, e a posterior ruptura com
ceticismo. Em todo caso, Platão teve contato com Dionísio e o
resultado foi desfavorável para o filósofo já que sua sinceridade parece ter
irritado o governante.
Fundação
da escola e ensino
Depois de sua primeira viagem à Sicília, por volta de 388 a.C, aos 40
anos, decepcionado com o luxo e os costumes da corte de Dionísio I de Siracusa
e de lá é expulso, Platão compra um ginásio perto de Colona, a nordeste de
Atenas, nas vizinhanças de um bosque de oliveiras em homenagem ao herói Academo
Ele amplia a propriedade e constrói alojamentos para os estudantes.
Os membros da Academia não eram estudantes no sentido moderno da
palavra, pois aos jovens, juntavam-se também anciãos; provavelmente todos
deviam contribuir para o financiamento das despesas; ademais, o objetivo último
da Academia era o saber pelo seu valor ético-político.
Durante duas décadas, Platão assumiu suas funções na Academia e
escreveu, nesse período, os diálogos chamados “da maturidade”. Fédon, Fedro,
Banquete, Menexêno, Eutidemo, Crátilo; começou também a redação de A República.
Segunda
viagem à Sicília
Em
366/367 a.C, com a morte de Dionísio e encorajado por Dion, Platão
transmite a direção da Academia a Edóxio e retorna à Sicília. O
velho Dionísio morrera em 367, logo após ter sabido que sua peça O Resgate de
Heitor, ‘111’1tinha recebido o primeiro prêmio no Festival das Lenaias em
Atenas. Seu filho, Dionísio II sucedeu-lhe o trono e Dion era seu
conselheiro. Dion teve trabalho em convencer Platão a voltar para Siracusa, ele
insistiu com argumentos como a paixão do jovem tirano pela filosofia e educação
e que a morte do velho tirano poderiam ser o "destino divino"
necessário para que enfim se realizasse a felicidade de um povo livre sob boas
leis. Platão por fim, embarcou em 366, para sua segunda viagem à Sicília.
No início
a influência de Platão sobre Dionísio II teve algum progresso, mas pouco
durou, pois o jovem era um pouco rude e não possuía o vigor mental para
aguentar um prolongado tratamento educacional, além de ser, pessoalmente
desagradável. Invejoso da influência de Dion e de sua amizade com Platão, o
obrigou a se exiliar; Platão então regressou a Atenas.
Terceira
viagem à Sicília
Em 361
a.C, Platão viaja novamente para Siracusa com seus alunos Espeusipo e
Xenócrates em um navio enviado por Dionísio II numa
tentativa final de pôr ordem as coisas.
Passou quase um ano tentando elaborar algumas medidas práticas para unir os
gregos da Sicília em face do perigo cartaginês . No final, a má vontade da
facção conservadora provou ser um obstáculo insuperável. Platão
conseguiu partir para Atenas em 360 a.C, não sem antes correr algum perigo de
morte. Em seguida, Dion recuperou sua posição à força, mas apesar de
advertências de Platão, mostrou-se um governante imprudente e acabou
assassinado. Ainda assim, Platão incitou os seguidores de Dion a prosseguirem com
a antiga política, mas os seus conselhos não foram ouvidos. O destino final da
Sicília foi ser conquistada pelos estrangeiros, como Platão
previra.
Platão
escreveu sobre a morte de seu amigo comparando-o a um navegante que antecipa
corretamente uma tempestade mas subestima sua força de destruição: "que
eram perversos os homens que o puseram por terra, ele sabia, mas não a extensão
de sua ignorância, de sua depravação e avidez¨.
Velhice e
morte
Ao
regressar em 360 a.C, Platão voltou a ensinar e escrever na Academia
permanecendo como um autor ativo até a sua morte, em 348/347 a.C.,
aos oitenta anos de idade conta-se que fora sepultado no terreno da
Academia, para dentro do muro de demarcação da propriedade, ou ainda no
jardim da Academia. Com sua morte, a Academia passou a ser dirigida
por Espeusipo, forte simpatizante do
aspecto matemático da filosofia de Platão.
3 - OBRAS
Houve um
período na Idade Média em que quase todas as suas obras eram
desconhecidas; mas, antes disso e depois da redescoberta de seus textos (Petrarca,
no século XIV, tinha um manuscrito de Platão), Platão foi lido e tomado como
ponto de referência.
Tradição
e autenticidade
Todas as
obras de Platão que eram conhecidas na antiguidade foram preservadas, com
exceção da palestra sobre o bem, a partir do qual houve um pós-escrito de
Aristóteles, que se encontra perdido. Há também obras que foram
distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são
genuínas; apesar disso, elas também pertencem ao Corpus Platonicum (o
conjunto das obras tradicionalmente atribuída a Platão), mesmo com sua
falsidade sendo reconhecida mesmo nos tempos antigos. Um total de 47 obras são
reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou para o qual ele tomado como
o autor.
O Corpus
platonicum é constituído de diálogos (incluindo Crítias, , de
final inacabado), a Apologia de Sócrates, uma coleção de 13 cartas e
uma coleção de definições, o Horoi Fora do corpus, há uma coleção
de dieresis, mais duas cartas, 32 epigramas e um fragmento de poema (7
hexâmetros) que, com exceção de uma parte desses poemas, não são obras de
Platão.
É
importante notar que na Antiguidade, vários diálogos considerados como
falsamente atribuídos a Platão eram considerados genuínos, e alguns desses
fazem parte do Canon de Trásilio, um filósofo e astrólogo
alexandrino que serviu na corte de Tibério
Forma
literária
Com a
exceção das Epístolas e da Apologia, todas as
outras obras não foram escritas em forma de poemas didáticos ou tratados - como
eram escritos a maioria dos escritos filosóficos, - mas em forma de diálogos.
A Apologia contém passagens ocasionais de diálogos, onde há um
personagem principal, Sócrates, e diferentes interlocutores em debates
filosóficos separados por inserções e discursos indiretos, digressões ou
passagens mitológicas. Além disso, outros alunos de Sócrates como Xenofonte, Ésquines, Antístenes, Euclides
de Megara e Fédon de Elis têm obras escritas na forma de diálogo
socrático (Σωκρατικοὶ λόγοι Sokratikoì logoi).
Platão
foi certamente o representante máximo desse gênero literário, superior a todos
os outros e, mesmo, o único representante, pois apenas em seus escritos é que
se pode reconhecer a natureza autêntica do filosofar socrático, que nos outros
escritores, degenerou em maneirismos; sendo assim, o diálogo, em Platão, é
mais do que um gênero literário: é sua forma de fazer filosofia. Nem todos
os trabalhos no Corpus de Platão são diálogos. A Apologia parece
ser o relato da defesa de Sócrares e seu julgamento, e Menêxeno
é um pronunciamento para funeral. As treze cartas são ditas serem de Platão,
mas a maioria são rejeitadas pelos pesquisadores modernos como sendo
ilegítimas. A Sétima Carta ou Carta VII é uma
das mais importantes cuja disputa permanece por dois motivos: (a) oferece detalhes
biográficos de Platão e (b) coloca afirmações filosóficas sem paralelos em
outros diálogos. Provavelmente a Sétima Carta é uma obra
ilegítima e portanto não é uma fonte confiável para
conhecer a biografia e filosofia de Platão.
Cronologia
A questão
da cronologia ainda continua a gerar opiniões conflitantes. Análises
estilométricas dos diálogos demonstram que eles podem ser agrupados em
três categorias definidas como obras do período Inicial, Médio e Tardio, embora
exista este consenso comum, não há nenhum consenso sobre a ordem em que as
obras devem figurar em seus respectivos grupos. Outro método usado para
determinar a ordem cronológica dos diálogos se baseia na conexão entre os
vários trabalhos. Os estudiosos têm usado a evidência de pontos de vista
filosóficos similares nos diálogos para sugerir uma ordem cronológica interna.
As referências textuais dentro dos diálogos também ajudam a construir uma
cronologia, ainda que existam pouquíssimos casos de um diálogo se referir a
outro. Finalmente, a cronologia pode ser determinada a partir do testemunho de
fontes antigas.
Filosofia
Para
Giovanni Reale, , os três grandes pontos focais da filosofia de Platão
são: a Teoria das Idéias,dos Principios e do Demiurgo. A obra
Fédon engloba too o quadro da metafísica platônica e enfatiza essas três
teorias, mas Platão advertiu os leitores de sua obra sobre a dificuldade
existente em compreendê-las
Política
Platão, em sua obra A República, faz uma critica a forma de
governo de sua época, pois afirma que os governantes deveriam brigar para não
governar, como brigam para chegar ao poder. Diz, ainda, que o verdadeiro chefe
não nasce para atender os interesses de si próprio, mas sim de toda a
coletividade a ele subordinada.
Dessa forma, entende-se que a critica de Platão estava ligada ao governo
que fcriava leis visando seus interesses, e os determinando como justo,
entretanto, punindo como injusto aquele que transgredir suas regras, uma vez
que o elegido para governar poderia ser o mais votado, mas não sendo, portanto,
o mais preparado para aquela função.
Nesse sentido, Platão afirma que " Efetivamente,
arriscar-nos-íamos, se houvesse um Estado de homens de bem, a que houvesse
competições para não governar, como agora as há para alcançar o poder, e
tornar-se-ia, então evidente do verdadeiro chefe não nasceu para velar pela sua
conveniência, mas pela dos seus subordinados. (Platão, A República, p.
34)".
Conclui-se que, deve se buscar uma harmonia entre o governante e o seus
subordinados, em outras palavras, o ideal de Estado deveria corresponder ao
ideal de homem.
Teoria
das Ideia
A Teoria das Ideias ou Teoria das Formas afirma que formas (ou ideias) abstratas não-materiais
(mas substanciais e imutáveis) é que possuem o tipo mais alto e mais
fundamental da realidade e não o mundo material mutável conhecido por nós
através dos sentidos. Em
uma analogia de Reale, as coisas que captamos com os "olhos do
corpo" são formas físicas, as coisas que captamos com os "olhos da
alma" são as formas não-físicas; o ver da inteligência capta formas
inteligíveis que são as essências puras. As Ideias são as essências eternas do
bem, do belo etc. Para Platão, há uma conexão metafísica entre a visão do olho
da alma e o objeto em razão do qual tal visão não existe. Este "mais
real do que o que vemos habitualmente" é descrito em sua Alegoria da
caverna.
Epistemologia
Epistemologia
platônica
Muitos
têm interpretado que Platão afirma — e mesmo foi o primeiro a escrever — que
conhecimento é crença verdadeira justificada, uma visão influente que informou
o desenvolvimentos futuro da epistemologia. Esta interpretação
é parcialmente baseada na uma leitura do Teeteto, no qual Platão argumenta
que o conhecimento se distingue da mera crença verdadeira porque o conhecedor
deve ter uma "conta" do objeto de sua crença verdadeira. (Teeteto 201C-d).Essa
mesma teoria pode novamente ser vista no Mênon onde é sugerido que a crença
verdadeira pode ser aumentada para o nível de conhecimento, se está ligada a
uma conta quanto à questão do "por que" o objeto da verdadeira crença
é assim definido (Mênon 97d-98a). Muitos anos depois,
Edmund Gettier demonstraria os problemas das crenças verdadeiras
justificadas no contexto do conhecimento.
Dialética
A
dialética de Platão não é um método simples e linear, mas um conjunto de
procedimentos, conhecimentos e comportamentos desenvolvidos sempre em relação a
determinados problemas ou "conteúdos" filosóficos. O papel da
dialética no pensamento de Platão é contestada, mas existem duas
interpretações principais: a dialética platônica é tipo de raciocínio ou um
método de intuição. Simon Blackbum adota o primeiro, dizendo que a
dialética de Platão é "o processo de extrair a verdade por meio de perguntas
destinadas a abrir o que já é implicitamente conhecida, ou de expor as
contradições e confusões de posição de um oponente". Karl Popper afirma
que a dialética é a arte da intuição para "visualizar os originais
divinos, as formas ou ideias, de desvendar o grande mistério por trás do comum
mundo das aparências do cotidiano do homem."
Ética e
justiça
Na República,
Platão define a justiça como a vontade de um cidadão de exercer sua profissão e
atingir seu nível pré-determinado e não interferir em outros assuntos, Para
que a justiça tenha alguma validade, ela terá que ser uma virtude e,
portando, contribuidora de modo constitutivo para a boa vida de quem é justo.
Na
filosofia de Platão, é possível visualizar duas modalidades de justiça: uma,
absoluta, e outra, relativa. A justiça relativa é a justiça humana que
espelha-se nos princípios da alma e tenta dela se aproximar. Platão situa
a justiça humana como uma virtude indispensável à vida em comunidade, é ela que
propicia a convivência harmônica e cooperativa entre os seres humanos em
coletividade.
Conceitos
Considerada
por Platão como o princípio do cosmos e fonte de todas as almas
individuais, o termo é um conceito cosmológico de uma alma compartilhada ou
força regente do universo pela qual o pensamento divino pode se manisfestar em
leis que afetam a matéria. O termo foi criado por Platão pela primeira vez na
obra República ou ainda na obra Timeu.
Demiurgo
O
uso filosófico e o substantivo próprio derivam do diálogo Timeu, a causa
do universo, de acordo com a exigência de que tudo que sofre transformação
ou geração (genesis) sofre-a em virtude de uma causa. A meta perseguida pelo
demiurgo platônico é o bem do universo que ele tenta construir. Este bem é
recorrentemente descrito em termos de ordem, Platão descreve o demiurgo como
uma figura neutra (não-dualista), indiferente ao bem ou ao mal.
CONCLUSÃO
Platão
um dos maiores filósofos viveu no período clássico da Grécia antiga, era
filósofo e matemático e fundador da Academia de Atenas, a primeira instituição
de ensino superior do mundo ocidental.
Junto
com Sócrates e Aristóteles foram os maiores pensadores da História.
Percebe-se
o quanto ele foi influente na sua época.
Ele não falava apenas de política, era capaz de abordar vários assuntos.
Muito
do pensamento de Platão influencia o pensamento atual. Ele defendia por
exemplo, que a mulher tivesse a mesma educação que o homem recebe. Ele também
acreditava que a ciência seria fruto da inteligência humana e do amor.
Platão
nos deixou um legado muito grande através da sua vida e das suas obras. Podemos ressaltar aqui algumas das suas
frases mais ilustres:
“A harmonia se consegue através da virtude.”
Vencer
a si próprio é a maior das vitórias.”
“Praticar injustiças é pior que sofrê-las.”
“O que mais vale não é viver, mas viver bem.”
Vemos
com Platão que quando se é discípulo de algum sábio como ele foi de Sócrates,
possivelmente trilharemos o mesmo caminho, em busca do conhecimento.
BIBLIOGRAFIA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o#Vida.obras
https://aminoapps.com/page/otanix/3549095/platao/vida.e/obras