Romanos
Chave: Justificação pela fé
Comentário:
Depois da saudação e da ação de
graças, o apóstolo Paulo, referindo-se a um texto do Antigo Testamento
(Habacuque 2:4), apresenta o tema da epístola que é a justificação pela fé.
Os três capítulos iniciais estabelecem
o primeiro ponto principal: que todos os homens são pecadores. Paulo começa por
uma descrição da crassa idolatria e imoralidade dos gentios; contudo, em
virtude da revelação do poder de Deus na natureza, e pelo testemunho de suas
próprias consciências de que "são dignos de morte os que tais coisas
praticam", os gentios são considerados responsáveis.
Ao mesmo tempo, os judeus são
igualmente pecadores, muito embora sejam eles objeto dos oráculos divinos. Os
gentios pecaram sem lei - perecerão sem lei, os judeus pecaram sob a lei -
serão julgados pela lei. "Porque os que ouvem a lei não são justos diante
de Deus: mas os que praticam a lei hão de ser justificados" 2:13.
Contudo, não há praticantes da lei,
quer judeus quer gentios; porque "Não há um justo, nem um
sequer"(3:10). "Por isso nennhuma carne será justificada diante
dele"(3:20).
Portanto, se alguém vier a ser
justificado, Deus mesmo terá de proporcionar misericordiosamente a justiça
necessária para a absolvição. Isto se efetua em virtude de sacrifício
propiciatório de Cristo. Seu sangue derramado satisfaz a justiça do Pai, de
maneira que Deus pode ser justo e ao mesmo tempo justificador daquele que tem
fé em Jesus.
O capítulo 4, citando a Abraão como
principal exemplo, explica mais extensamente de que forma Deus atribui a
justiça sem as obras. A seguir, o capítulo 5 estabelece um paralelo entre Adão
e Cristo. Todos aqueles a quem Adão representava foram feitos pecadores por sua
ofensa; todos quantos estão em Cristo são feitos justos por sua obediência.
Em resposta à acusação de que a
justificação pela fé estimula o pecado, "Permaneceremos no pecado, para
que a graça abunde?" (6:1), o apóstolo Paulo explica que o crente sincero
recorreu a Cristo a fim de escapar do pecado. A justificação produz
santificação, e essa luta pela santificação pessoal (7:14-25) é prova de que
escapamos à condenação. Portanto, em virtude do amor imutável de Deus (8:39),
podemos ter a segurança da salvação.
A justificação pela fé, a rejeição dos
judeus e a inclusão dos gentios são conseqüentes com as promessas de Deus a
Israel. Tais promessas foram feitas aos descendentes espirituais de Abrão. Deus
escolheu a Isaque e rejeitou a Ismael. Deus escolheu a Jacó e rejeitou a Esaú.
Estas escolhas e exclusões são inerentes às próprias promessas. A eleição de
Deus é soberana. É como o oleiro que fabrica vasos para determinados fins.
Contudo, chegará o dia quando, em
geral, os judeus serão exertados de novo.
Em virtude destas misericórdias
divinas, todo crente deve cumprir sua função particular na igreja, com
diligência e singeleza. De igual maneira, no país, todo crente deve ser bom
cidadão.
Finalmente, Paulo expressa a esperança
de visitar Roma em sua viagem com destino à Espanha, e termina a carta com
saudações pessoais.
Autor:
A epístola aos Romanos, a mais longa,
a mais sistemática e a mais profunda de todas as epístolas, e talvez o livro
mais importante da Bíblia, foi escrita pelo apóstolo Paulo (1:1, 5). Naquela
ocasião ele se encontrava em Corinto (15:26; 16:1, 2). A cuidadosa composição
da carta sugere que depois de algumas experiências tempestuosas ali, desfrutou
um período de tranqüilidade antes de receber dinheiro de ajuda aos santos em
Jerusalém. Isto situa a carta por volta do ano 58 de nossa era. Diferentemente
das demais epístolas, a dirigida aos romanos foi escrita a uma igreja que ele
nunca havia visitado (1:10, 11, 15).
-
Gordon H. Clark
Doutor em Filosofia e Letras
I Corintios
Chave: Comportamento
cristão.
Comentário:
A primeira epístola aos Coríntios não
é apenas uma carta na qual o apóstolo Paulo ministra conselhos e instrução
sobre assuntos de importância da fé e do comportamento cristão; também jorra
luz reveladora sobre determinados problemas com os quais se defronta uma jovem
igreja não muito depois de sua inauguração, na metade do primeiro século de
nossa era. O apóstolo Paulo havia levado a mensagem de Cristo à cidade de
Corinto quando realizou sua segunda viagem missionária. Esta cidade constituia
um tremendo desafio ao evangelho já por tratar-se de um grande centro
cosmopolita de comércio do mundo antigo, já por ser reconhecido centro de
libertinagem e desregramentos. Se a mensagem da cruz tinha poder para
transformar a vida de homens e mulheres de tal ambiente, então essa mensagem
era realmente poderosa. E foi precisamente isto que ocorreu. Além do mais, os
membros desta jovem igreja desfrutavam de uma variedade de dons espirituais, e
esse fato constituía confirmação tanto para eles como para o mundo, de que Deus
se achava presente manifestando-se poderosamente em seu meio.
Todavia, não transcorreu muito tempo
sem que surgissem entre os crentes graves erros de doutrina e de conduta; tais
erros ameaçavam a vida mesma daquela coletividade cristã. A primeira carta aos
Coríntios destina-se à correção desses erros. Em primeiro lugar, haviam surgido
deploráveis divisões na igreja; essas divisões se haviam transformado em
partidos hostís, que abalavam os próprios alicerces da unidade que deve
vincular todos quantos se dizem irmãos em Cristo. Em segundo lugar, um de seus
membros era culpado de grosseira imoralidade, um tipo de imoralidade que até
mesmo aquela sociedade licenciosa e dissoluta teria condenado; a despeito
disso, a congregação de crentes não havia disciplinado o ofensor nem o havia
expulsado da comunhão. Em terceiro lugar, os membros daquela coletividade
cristã denunciavam-se uns aos outros perante tribunais pagãos, aos quais
recorriam para solucionar pendências que surgiam entre eles, em vez de
resolverem suas dificuldades no espírito do amor cristão dentro da igreja, ou
se disporem, segundo o exemplo de Cristo, a sofrer o mal sem vingar-se. Em
quarto lugar, alguns haviam cometido atos imorais com prostitutas e procuraram
justificar tal comportamento afirmando que o corpo apenas estivera envolvido, e
que os atos do corpo não tinham conseqüencia. Em quinto lugar, a ceia do
Senhor, que deveria ter sido uma expressão de harmonia e amor, degenerara-se em
ato de irreverência, de glutonaria e de comportamento pouco caritativo. Em
sexto lugar, comportavam-se desordenadamente quando se reuniam para os cultos
públicos, especialmente no que respeita ao exercício dos dons espirituais com
os quais haviam sido dotados. Paulo julga necessário lembrar-lhes que o dom do
amor é o maior dos dons e o que mais deve ser buscado, fora do qual todos os
demais dons estão destituídos de valor. Em sétimo lugar, insinuara-se na igreja
de Corinto um ensino herético que, negando a ressurrreição de Cristo e
igualmente a possibilidade de qualquer ressurreição, desferia um golpe severo
contra o fundamento mesmo da fé cristã. Todos estes assuntos, cada um deles
vergonhoso de per sí, recebem cuidadosa e urgente atenção nesta carta.
O apóstolo Paulo oferece também
instrução sobre outras questões que os coríntios haviam mencionando em carta
que le enviaram. Tais questões podem ser assim resumidas: Era aconselhável ao
crente casar-se? Deve o marido ou a esposa, depois de converter-se, continuar
vivendo com um cônjuge inconverso? Qual devia ser a atitude do crente quanto ao
comer carne que anteriormente havia sido oferecida em sacrifício a idolos?
Devia a mulher cobrir a cabeça quando assistia ao culto público? Qual o
significado da variedade de dons espirituais? Que medidas deveriam ser tomadas
com respeito à coleta de fundos para socorro aos crentes pobres de Jerusalém?
Seria erro imaginar que o conteúdo
desta epístola se aplica somente a esta situação particular da igreja do primeiro
século em Corinto, porque, muito embora as circunstâncias e a forma externa dos
problemas da igreja variem de época para época, em sua essência continuam sendo
os mesmos, e os princípios aqui lançados pelo apóstolo são aplicáveis a nosso
tempo e situação, com tanta eficácia como o foram naquele tempo.
Autor:
A evidência interna e a externa mostam
que o apóstolo Paulo foi o autor desta epístola. Não é possível fixar com
certeza a data em que foi escrita, mas provavelmente o foi na primavera do ano 55,
56 ou 57. Naquele tempo o apóstolo encontrava-se em Éfeso, durante o correr de
sua terceira viagem missionária.
-
Philip E. Hughes
Doutor em Literatura
II Corintios
Chave: Comportamento
cristão.
Comentário:
Nenhum esboço breve pode proporcionar
idéia da riqueza e simpatia desta extraordinária epístola. O principal motivo
que inspira Paulo a escrevê-la é o de reivindicar sua autoridade apostólica,
especialmente quando a igreja de Corinto tinha sido invadida por falsos
apóstolos que procuravam minar sua autoridade e desencaminhar os crentes do
evangelho que haviam recebido por seu intermédio. Escreve, contudo, não com
caráter autoritário, mas antes como pai espiritual dos crentes de Corinto, aos
quais ele ama e quer que respondam com reciprocidade ao seu amor e permaneçam
fiéis as verdades que ele lhes comunicou. A situação em Corinto chegou a tal
ponto que Paulo se vê na obrigação de falar por si mesmo. Conquanto apele para
o conhecimento pessoal e íntimo que o povo tinha dele e de seu caráter, e lhes
lembre os profundos sofrimentos e as vicissitudes porque passou a fim de
comuncar-lhes a mensagem da salvação, ele o faz com humildade e sinceridade
transparente, e por certo com relutância. Em toda a epístola, a dignidade, a
devoção, a fé serena e a apaixonada consagração do apóstolo Paulo se destacam
com um intenso resplendor que abranda o coração de todos, com exceção de alguns
obcecados e indiferentes. Apresenta-se a si mesmo perante seus leitores como
aquele que em sua própria pessoa é fraco e indigno, mas que, por meio dessa
fraqueza, a graça e o poder do Deus Todo-Poderoso são magnificados. Em
contraste com a auto-estima e interesses pessoais dos falsos apóstolos,
contrapõe-se a abnegação de Paulo: tudo é de Deus e para a glória de Deus. O
traço marcante em toda a epístola é o da segurança divina: "E disse-me: A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (12:9).
Esta nova descoberta desta epístola em nossos dias, com sua doutrina de
reconciliação em Cristo e seu tema de glória mediante o sofrimento,
significaria uma renovação da visão e vitalidade do povo de Deus, e por este
meio, uma bênção às multidões que vivem ainda em trevas espirituais.
Autor:
Não existem dúvidas razoáveis e
respeito da paternidade literária de Paulo no que se refere a esta epístola. A
segunda epístola aos Coríntios foi escrita no mesmo ano em que o foi a
primeira, provavelmente seis meses depois.
-
Philip E. Hughes
Doutor em Literatura
Gálatas
Chave: A justificação é
pela fé
SÍNTESE e AUTOR
O apóstolo Paulo escreveu esta carta
aos gálatas convertidos em alguma época situada entre os anos 48 a 53 de nossa
era. Mestres judaico-cristãos haviam procurado predispor contra o apóstolo os gálatas
convertidos., dizendo-lhes que, como gentios, deviam ser circuncidados (5:2-6;
6:12-15) e praticar o ritual da lei (4:10) para que fossem salvos. Mediante uma
carta, Paulo reivindica sua autoridade como expositor do evangelho, e condena a
posição judaizante como legalismo anticristão.
Paulo sustenta que os crentes, tanto
judeus como gentios, desfrutam de completa salvação em Cristo. São justificados
(3:6-9), adotados (4:4-7), renovados (4:6; 6:15), e feitos herdeiros de Deus
segundo a promessa do pacto com Abraão (3:15-18). Desse modo, a fé no Cristo do
Calvário liberta-nos para sempre da necessidade de buscar a salvação pelas
obras da lei. De qualquer maneira, esta busca é impossível, uma vez que a lei
não salva, nem era esse seu propósito (3:19-24). Os crentes não devem,
portanto, voltar ao princípio de guardar a lei como base para a salvação, pois
do contrário voltam à escravidão (5:1) privando-se da graça de Cristo (5:2-4).
Devem, antes, apegar-se à liberdade que Cristo lhes deu, e servir a Deus e ao
próximo no poder do Espírito, como homens livres (5:13-18), realizando com
alegria a vontade de seu Salvador (6:2).
O argumento de Paulo demonstra que
todas as versões legalistas do evangelho são corrupções deste, e que o gozo da
liberdade cristã depende de ver que a salvação é somente pela graça, unicamente
mediante Jesus Cristo, recebida exclusivamente pela fé.
-
James I. Packer
Doutor em Filosofia e Letras
Filipenses
Comentário:
Esta é uma das cartas mais pessoais do
apóstolo Paulo. Basta que observemos a freqüência da construção verbal da
primeira pessoa do singular. O apóstolo escrevia a um grupo de amigos aos quais
amava profundamente. Esta carta não se presta com facilidade a um esboço
sistemático. Nela destaca-se com caracteres nítidos a solicitude de Paulo por
estes crentes. Escreve-lhes, não tanto como o apóstolo fundador da igreja em
Filipos, mas como seu pai em Cristo. Observa-se a diferença na saudação: não
diz aqui "Paulo, apóstolo...", sua introdução costumeira; diz, antes.
"Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo...".
A nota dominante desta breve epístola
é a alegria. E esta nota se faz mais notável ainda se levarmos em conta o fato
de que Paulo a escrevia da prisão. As circunstâncias imediatas que rodeiam o
crente não devem constituir-se em fatores que determinem sua atitude com
respeito à vida em geral.
As notas gêmeas de humildade e
solicitude pelos outros também são muito evidentes. Em vista do que Cristo
realizou, não há lugar para a soberba no coração do filho de Deus. Em virtude
do profundo exemplo lançado por Cristo, seus seguidores jamais devem adotar
conduta egoísta.
Esta carta contém muito pouca teologia
no sentido habitual que se dá a este termo. Contudo, uma exceção digna de nota
é a grande passagem sobre a humilhação e exaltação de Cristo (2:5-11).
Igualmente, a carta proporciona pouquíssimas instruções sobre ética. A carta
contém advertências diretas e breves acerca dos que haviam causado ao apóstolo
tantas dificuldades em outros lugares (3:2), porém não se refuta o erro
teológico, nem se censuram com vigor as faltas dentro da igreja.
Autor:
Presentemente, a opinião quase
universalmente aceita é a de que Paulo foi quem escreveu esta epístola. Foi
escrita da prisão, porém não se menciona o lugar onde estava dita prisão. Três
localidades têm sido sugeridas: Roma, Cesaréia e Éfeso. Tradicionalmente,
acredita-se que foi em Roma que o apóstolo a escreveu. Se situarmos a escritura
desta carta próxima do encarceramento do apóstolo, a data seria por volta do
ano 62 d.C.
-
Ralph A. Gwinn
Doutor em Filosofia e Letras
Colossenses
Chave: "Cristo é
tudo" Cl 3:11
Comentário:
Os colossenses dispensavam exagerada
atenção a observância de ritos e cerimônias, e também se davam a alguma forma
de adoração de anjos. Estavam, pois, contaminados por uma heresia que
aparentemente contava com elementos tanto judeus como gnósticos. Paulo ocupa-se
do problema ao apresentar-lhes o Cristo incomparável. Em uma notável passagem,
o apóstolo fala do que o Senhor Jesus Cristo realizou na redenção e
reconciliação, e também se refere à preeminência do Senhor. Cristo é a imagem
do Deus invisível. Por ele todas as coisas foram criadas. Ele é a cabeça da
igreja. Assim, o apóstolo Paulo apresenta-lhes o Cristo que ele prega. Em
virtude da excelência de Cristo e de que ele lhes comprou a salvação, Paulo
pode rogar-lhes que se abstenham das sutilezas em que viviam. Estabelece um
contraste entre a nova vida em Cristo e sua antiga forma pecaminosa de viver, e
insta-os a praticar as virtudes cristãs. Visto que são crentes, devem pautar
todas as suas relações segundo a fé cristã. De maneira que fala das relações
que devem existir entre marido e mulher, filhos e pais, escravos e senhores.
Lembra-lhes que o crente deve comportar-se sabiamente perante os incrédulos. A
carta termina com uma série de saudações.
Autor:
A carta afirma ser escrita por Paulo
(1:1). Tem o estilo de Paulo e expressa as idéias do apóstolo. Foi escrita da
prisão (4:18), que, segundo muitos, foi o encarceramento em Roma, na fase final
de sua vida.
-
Leon Morris
Doutor em Filosofia e Letras
I Tessalonicenses
Chave: A segunda vinda de
Cristo.
Comentário:
A igreja de Tessalônica, fundada por
Paulo durante sua segunda viagem missionária (Atos 17), compunha-se de
convertidos judeus, gregos devotos, mulheres nobres (Atos 17:4), e de muitos
gentios que tinham vivido no paganismo. Depois de deixar Tessalônica (Atos
17:10), o apóstolo Paulo enviou Timóteo a fazer-lhes uma visita (I
Tessalonicenses 3:1-3); mais tarde o citado discípulo leva um relatório a Paulo
em Corinto. Muitos tessalonicenses sentiam-se desconsolados pela morte de entes
queridos (4:13-17). Alguns estavam ociosos (4:11); e até viviam
desordenadamente (5:14). Alguns sentiam-se tentados a voltar aos vícios pagãos
(4:1-18). A perseguição era forte (3:3, 4). Alguns punham em dúvida os motivos
e o caráter de Paulo (2:1-12), outros ansiavam por sua presença (3:6).
Respondendo ao relatório que Timóteo lhe entregara, o apóstolo Paulo escreve de
Corinto para felicitar os crentes por sua fé (1:2-10); para defender seu
apostolado (2:1-12); para unir-se a si mesmo à igreja mediante vinculos mais
estreitos (2:17-3:10); para exortá-los à pureza moral, ao amor fraternal e à
diligência no trabalho quotidiano (4:1-12); para consolá-los em sua solicitude
pelos seus entes amados que haviam morrido (4:13-17); para assegurar-lhes seu
livramento do juízo que se avizinhava em virtude do dia do Senhor (5:1-5); para
exortá-los à vigilância 5:(6-11) e para praticarem uma conduta ordenada na
assembléia e na vida diária (5:12-23).
As epístolas aos Tessalonicenses são
importantes, não só porque figuram entre as primeiras cartas de Paulo, mas
também porque revelam muito do caráter do ministério do apóstolo e das
condições prevalecentes na igreja, e porque contém tantos ensinos relativos a
segunda vinda de Cristo.
Autor:
No prefácio e saudação (1:1) afirma-se
a autoria de Paulo, tendo como seus companheiros Silvano e Timóteo. A opinião
unânime dos comentaristas da Bíblia é de que o apóstolo Paulo é o autor das
epístolas aos Tessalonicenses. A primeira epístola foi escrita de Corinto, no
ano 51 d.C.
-
J. Dwight Pentecost
Doutor em Teologia
II Tessalonicenses
Chave: A segunda vinda de
Cristo
Comentário:
O portador da primeira epístola aos
Tessalonicenses trouxe a Paulo notícias referentes ao crescimento espiritual
dos crentes. Paulo sentiu-se profundamente consolado com o relatório. Além
disso, o relatório apresentado ao apóstolo dizia que um ensino errôneo,
atribuído a Paulo, já havia chegado a Tessalônica por meio de uma carta
falsificada ou devido a informações orais ou escritas tratando de seu ensino.
Alguns sustentavam que as tribulações e perseguições que eles sofriam eram as
tribulações do dia do Senhor, e em conseqüência disso haviam sido excluídos da
transladação, ou então Paulo havia comunicado ensinos errôneos (I
Tessalonicenses 4:13 - 5:10). Paulo escreve-lhes a segunda epístola para
felicitá-los por seu crescimento espiritual (1:3, 4); para consolá-los em suas
perseguições (1:5-10); para transmitir-lhes a informação correta e acalmar os
temores acerca do dia do Senhor (2:1-12); e para corrigir a conduta desordenada
na igreja (3:6-15).
Autor: Paulo 1:1
Pela semelhança das condições nas duas
epístolas, chega-se à conclusão de que o apóstolo Paulo escreveu a segunda
epístola pouco depois da primeira, provavelmente dentro de um período de poucos
meses. Foi escrita de Corinto no ano 51 d.C.
-
J. Dwight Pentecost
Doutor em Teologia
I Timóteo
Comentário:
A primeira epístola de apóstolo Paulo
a Timóteo foi escrita da Macedônia, depois de haver visitado a cidade de Éfeso,
onde havia deixado Timóteo, para enfrentar sérios problemas de ensinos falsos
surgidos no seio da Igreja (l:3-4). A experiência de Paulo invocada no texto
(1:12-20), serve como uma espécie de escudo para as lições que vai dar ao jovem
pastor. O ensino correto levará a atitudes acertadas. Estabelecendo-se o
governo constituído, com a escolha criteriosa de oficiais que hão de secundar a
ação pastoral (3:1-13). Assim se resolvem os vários problemas que agitam a
igreja (Caps. 5 e 6). Dando orientação para cada um deles: viúvas, heresias,
escravos, riquezas, disputas etc, e termina com uma exortação.
Desse modo o tema principal desta
epístola envolve a organização, administração e cuidados pastorais de uma
igreja local, e é endereçada a Timóteo, verdadeiro filho na fé de Paulo
(1:1-2). E, tem como propósito básico: 1. Ajudar Timóteo em refutar os falsos
ensinos; 2. Instruir Timóteo acerca da administração e do pastoreio da igreja;
3. Encorajar Timóteo e desafiá-lo a sã doutrina, e vida exemplar.
Na leitura e meditação desta carta,
observamos o esboço a seguir que muito nos auxilia na compreensão de todo texto:
1. INTRODUÇÃO (1:1-2)
2. ORGANIZAÇÃO DA IGREJA (2.1-3;
3:16);
2.1 O perfil das orações públicas
2:1-8);
2.2 O perfil das mulheres (2:9-15);
2.3 O perfil dos bispos (3:1-7);
2.4 O perfil dos diáconos (3:8-16);
3. A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA (4:1 a
6:19);
3.1 Cuidado contra hereges (4:1-5);
3.2 Cuidado da vida pessoal (4:6-16);
3.3 Cuidado dos membros (5:1-16);
3.4 Cuidado dos líderes (5:17-25);
3.5 Cuidado empresarial (6:1-2);
3.6 Cuidado da avareza (6:3-10);
3.7 Cuidado da vida exemplar
(6:11-16);
3.8 Cuidado dos ricos (6:17-19).
Autor: Paulo, 1:1
Esta carta de Paulo a Timóteo dá
orientações seguras de como proceder-se à frente do rebanho do Senhor (3:15;
4:11,13; 5:21). Timóteo é exortado a cuidar da doutrina (4:16; 6:12, 14).
-Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia
II Timóteo
Comentário:
Esta segunda epístola a Timóteo foi
escrita pelo apóstolo Paulo por volta do ano 68 d.C., do calabouço onde se
encontrava chamado de "Prisão Mamertina", em Roma, no final do seu
segundo aprisionamento. É conhecida como Epistola Pastoral, e foi endereçada a
Timóteo, que dá nome a mesma.
Foi a última das treze epístolas de
Paulo cronologicamente. Não muito antes do seu martírio. 4: 6-8.*
Timóteo, é filho na fé do apóstolo
Paulo que o discipulou e nesta oportunidade o escreve com o propósito de: a)
informar-lhe de seu aprisionamento; b) desafiar Timóteo à firmeza e fidelidade
na vida pessoal e no ministério; c) pedir que Timóteo viesse a Roma o quanto
antes (2 Tm 4:13, 21).
O tratamento dado pelo apóstolo a
Timóteo, é a de amigo para amigo, sem nenhum tratamento sistemático, tratando
dos assuntos movimentando-se para a frente e para trás entre as idéias que
apresenta.
Na leitura e meditação desta carta,
observamos o esboço a seguir que muito nos auxilia na compreensão de todo o
texto:
1. INTRODUÇÃO (1:1-5)
2. EXORTAÇÕES A TIMÓTEO (1:6- 2:26);
2.1 Para firmeza no evangelho
(1:6-18);
2.2 Para fidelidade no sofrimento
(2:1-13);
2.3 Para fidelidade no ministério
(2:14-26);
2.4 O perfil dos diáconos (3:8-16).
3. CONSELHOS A TIMÓTEO (3:1-4.8);
3.1 Sobre a apostasia (3.1-9);
3.2 Sobre a sã doutrina (3:10-17);
3.3 Sobre o ministério (4:1-5).
4. CONCLUSÃO
4.1 Previsão da morte (4:6-8);
4.2 Informação da situação (4:10-18);
4.3 Instruções a Timóteo (4:9,13,
19-22).
Igualmente à primeira epístola, o
apóstolo Paulo exorta Timóteo a exercer o ministério que lhe foi confiado pelo
Senhor com toda a dedicação, amor e zelo. São ensinos, com aplicação prática
também em nossos dias, pelo que devemos estar atentos para o bom exercício do
ministério pastoral à frente do rebanho do Senhor.
-Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia
* nota de Rogério Dias
Tito
Autor: Paulo 1:1
Comentário:
Esta epístola do apóstolo Paulo, foi
endereçada a Tito, seu verdadeiro filho na fé (Tt 1:4), também tratado como
irmão em Cristo conforme está descrito em II Co 2:13; companheiro e cooperador
em II Co 8:23; fiel administrador financeiro em II Co 12:18. Ainda usando outro
referencial fora desta carta temos em Gl 2:13, que Tito é grego de nascimento.
Foi escrita pelo apóstolo Paulo por
volta do ano 66 d.C., segundo comentários sobre o Novo Testamento, talvez da
cidade de Corinto.
Segundo o texto, o apóstolo Paulo
escreveu a Tito com os seguintes propósitos:
1. Ajudar Tito a refutar os falsos
mestres;
2. Instruir Tito acerca da
administração e do pastoreio da igreja;
3. Encorajar Tito e pedir-lhe que
venha a Nicópolis (3:12)
No esboço a seguir temos o perfil
desta carta:
1. INTRODUÇÃO (1:1-4);
2. QUALIFICAÇÃO DOS ANCIÃOS E BISPOS
(1:5-16);
3. EXORTAÇÃO AOS MEMBROS DA IGREJA
(2:1-3.11);
4. CONCLUSÃO (4:12-15);
Igualmente às epístolas anteriores,
vemos o apóstolo Paulo preocupado com as questões doutrinárias, pelo que pede a
Tito para exortar os fiéis a serem sãos na fé (1:13); e a falar o que convém a
sâ doutrina (2:1);
São ensinos com aplicação prática
também em nossos dias, pelo que devemos estar atentos para o bom exercício do
ministério pastoral à frente do rebanho do Senhor.
Os problemas que Tito estava
enfrentando são semelhantes aos que nos deparamos em nossos dias,
principalmente com relação as "novidades teológicas" ou
"teologias" que surgem a cada dia. Sem consistente respaldo bíblico,
se tratando de verdadeiras heresias; o que acaba por requerer constante
vigilância e zelo doutrinário.
Augusto Bello de Souza Filho
Bacharel em Teologia
Filemom
Autor: Paulo, 1:1
Comentário:
Filemom era um crente abastado, tinha
um escravo chamado Onésimo, que o furtou algo, provavelmente dinheiro, e fugiu
para Roma.
Em Roma encontrou-se com Paulo e
converteu-se.
Paulo intercede por Onésimo.
Filemom recebe Onésimo como irmão
amado. Vs 16.