Tiago
Chave: A fé sem obras é
morta. 2:26
Comentário:
Imitando o estilo da literatura de
sabedoria do Antigo Testamento, com evidentes pressupostos cristãos. Tiago
escolhe o tema da "religião pura" (1:27), a religião do amor divino
experimentado no coração. Mostra que a religião pura é posta à prova pelas
tentações e pelas dificuldades dos fiéis, e de si mesma põe à prova o carnal e
o egoísta. Estas experiências positivas e negativas da religião pura revelam o
contraste entre as qualidades espirituais, da sabedoria benéfica e da falsa, da
fé verdadeira e da falsa, do eu espiritual e do eu carnal, e da confiança
verdadeira e da falsa.
Inequivocadamente cristã em seu
reconhecimento das reivindicações de Cristo (1:2; 2:1, 7), e em sua referência
à segunda vinda (1:12; 5:7, 8) e à regeneração pessoal mediante a fé (1:18-21),
a epístola lembra-nos os ensinos da assim chamada literatura de sabedoria do
Antigo Testamento, como se observa em Jó, em alguns dos Salmos, em Provérbios e
em Eclesiastes. Coloca o bem e o mal em justaposição e faz referência
basicamente ao tema da religião pura e da religião falsa.
O autor tem em mente os crentes fiéis
que constituem exemplos da "religião pura" nas provações e
vicissitudes. A estes ele anima. Tiago leva em conta também os mais carnais e
egoístas, cuja conduta demonstra que não saíram airosos da prova da
"religião do coração, quer seja posta à prova na vida dos fiéis ou pondo a
prova e julgando a vida das pessoas carnais.
Tiago emprega repetidas vezes o
paradoxo ao afirmar a superioridade dos valores espirituais tão comumente
descumpridos. Por isso fala-nos de dois tipos de eu. Observa-los-emos à medida
que o assunto se desenvolve. Tiago é prático, e sua ênfase não é teológica. O
primeiro capítulo, que nos fala do programa de Deus no que concerne à
santificação do crente, apresenta em miniatura os temas que serão ventilados
com maior amplitude nos capítulos restantes.
Autor:
A epístola diz ter sido escrita por
Tiago. O Novo Testamento menciona três pessoas com este nome. Todavia, a igreja
cristã atribui a Tiago, filho de José e Maria, e irmão do Senhor Jesus Cristo,
a paternidade literária desta epístola. Tiago, em seus ensinos, apresenta
notável semelhança com nosso Senhor. Uma comparação desta epístola com o sermão
do Monte revela, pelo menos, doze paralelismos evidentes. Eleito moderador da
igreja de Jerusalém, na época posterior ao Pentecoste, Tiago imprime a esta
epístola uma nota de autoridade modesta. Sem desculpar-se em nenhum momento, os
108 versículos contém 54 mandamentos.
-
Stephen W. Paine
Doutor em Filosofia e Letras
I Pedro
Comentário:
Esta bela carta foi escrita aos
crentes da Ásia Menor, a fim de criar neles uma jubilosa esperança diante da
perseguição que ameaçava cair sobre eles. Era intenção do apóstolo que esta
carta circulasse entre os crentes de herança predominantemente gentia, em
congregações localizadas nas províncias do Império Romano onde, provavelmente,
o jugo imperial seria mais severo. A igreja não desconhecia a perseguição.
Desde às primeiras perseguições no tempo de Estêvão e a dispersão que se seguiu,
até à constante fustigação de que era alvo o apóstolo Paulo por onde quer que
fosse, os crentes da igreja primitiva haviam experimentado na própria carne a
fadiga e a tensão provocadas pelo antagonismo. E agora a ira do demente
imperador Nero estava prestes a explodir em Roma, a expensas da igreja.
Portanto, o apóstolo Pedro procurou preparar a igreja na Ásia Menor para o
desastre iminente que se avizinhava nestas províncias orientais, onde a
opressão se espalharia, sem dúvida, de sua origem em Roma. Inspirado de um
espírito de pastor fiel e bispo das almas, o apóstolo Pedro envia esta carta
pastoral para confirmar seu rebanho na esperança consoladora da vinda do
Espírito Santo. Uma vez que estão arraigados em Cristo, devem abster-se dos
desejos da carne. Caso se encontrem em uma sociedade hostil, seus sofrimentos
por amor à justiça serão, em realidade, uma bênção.
Autor: Pedro 1:1
Esta carta de Pedro foi,
provavelmente, enviada de Roma aos crentes da Ásia Menor, entre os anos 62 e 69
d.C. Existe uma extraordinária semelhança de pensamentos entre esta carta e a
epístola de Paulo aos Romanos (ano 56 a 57 d.C.) e a epístola anônima aos
Hebreus (provavelmente em derredor do ano 60 d.C.). Pode ser que o apóstolo
Pedro possuisse ambas as cartas quando se encontrava em Roma.
-
Robert Paul Roth
Doutor em Filosofia e Letras
II Pedro
Comentário:
Enquanto a primeira epístola de Pedro
é uma carta de jubilosa esperança em face do sofrimento, a segunda epístola
desse apóstolo é uma mensagem da verdade fiel diante do erro. A segunda carta
começa por uma declaração direta da verdade de Deus, que se fundamenta tanto na
palavra profética como na palavra do testemunho. Adverte contra falsos mestres
que procurarão substituir a Palavra divina por palavras humanas. E termina com
a afirmação de que a vinda de Cristo é uma realidade futura que destruirá o
mundo e trará novos céus e nova terra.
Autor:
Há incerteza quanto ao autor, à data e
ao destinatário da segunda epístola de Pedro. Contudo, a igreja tem suustentado
tradicionalmente o ponto de vista de que o apóstolo Pedro foi o autor desta
carta. A diferença de estilo entre as duas epístolas poderia ser explicada da
seguinte maneira: Pedro teve diferentes ajudantes; escreveu a uma só
congregação em vez de fazê-lo a um grupo; escreveu com menor urgência porque
seu propósito e a situação eram diferentes. Quando, em sua segunda epístola, se
refere a uma anterior, não devemos supor que faça alusão à primeira epístola de
Pedro e, sim, a uma carta que se perdeu. Existe, inclusive, a possibilidade de
que Pedro tenha escrito a segunda epístola antes da que conhecemos como
primeira. As circunstâncias do escrito refletem uma situação na qual as
heresias gnósticas contaminavam a igreja. Este falso ensino levava a um
comportamento licencioso. Somente a correta compreensão da sabedoria de Deus à
luz do retorno de nosso Senhor Jesus Cristo refutaria tais erros.
-
Robert Paul Roth
Doutor em Filosofia e Letras
I João
I JOÃO, II JOÃO e III JOÃO
Comentário:
A primeira epístola de João foi
escrita a uma coletividade cristã que tinha de enfrentar a heresia gnóstica do
primeiro século. João procurava animar seus membros a viver uma vida
conseqüente com a comunhão com Deus e com Cristo. Ventila assuntos tão vitais
como a justiça, o amor, a verdade e o conhecimento. O autor não considera estes
assuntos simplesmente como requisitos éticos, mas como realidades religiosas
fundamentadas na revelação cristá de Deus e de seu Filho, o Senhor Jesus
Cristo. Portanto, a doutrina cristã é parte integrante do livro e sentimos, às
vezes a tentação de pensar nele como uma exposição doutrinal da realidade da
encarnação de Deus em Cristo. Contudo, se quisermos seguir o pensamento do
escrito, devemos evitar esta tentação, visto que o apóstolo João está
interessado principalmente na qualidade da vida cristã de seus leitores.
A segunda epístola foi escrita para
advertir uma mulher cristã contra a comunhão indiscriminada com os incrédulos.
As idéias principais da epístola são o amor, a verdade e a obediência, que em
parte se complementam entre si. A obediência sem amor é servil; o amor sem
obediência é irreal; nenhum dos dois elementos pode florescer fora do ambiente
da verdade.
A carta é dirigida "a senhora
eleita", e este é, provavelmente, seu significado, embora muitos
interpretem como expressão figurativa que designa a uma igreja. Ao que parece,
a epístola é uma carta pessoal a uma mulher cristã que João conhece, talvez uma
viúva, e o motivo foi o enncontro com alguns de seus filhos aos quais ele achou
fiéis na fé em Cristo (ver. 4).
O propósito da terceira carta é
elogiar a Gaio, leigo leal e ativo que tinha consideráveis bens, por sua
hospitalidade cristã, dando acolhida a pregadores que viajavam de uma cidade
para outra, e ajudando-os no caminho, participando assim em sua obra
missionária. A carta refere-se também a determinada cinrcunstância interna da
igreja, que envolve Gaio e Diótrefes.
AUTOR
As provas disponíveis indicam que
João, o apóstolo, foi o autor não somente do evangelho do mesmo nome, mas
também destas três epístolas. Estas cartas foram escritas, segundo se supõe,
entre os anos 85 e 100 d.C.
-
Fred L. Fisher
Doutor em Teologia
II João
I JOÃO, II JOÃO e III JOÃO
Comentário:
A primeira epístola de João foi
escrita a uma coletividade cristã que tinha de enfrentar a heresia gnóstica do
primeiro século. João procurava animar seus membros a viver uma vida
conseqüente com a comunhão com Deus e com Cristo. Ventila assuntos tão vitais
como a justiça, o amor, a verdade e o conhecimento. O autor não considera estes
assuntos simplesmente como requisitos éticos, mas como realidades religiosas
fundamentadas na revelação cristá de Deus e de seu Filho, o Senhor Jesus
Cristo. Portanto, a doutrina cristã é parte integrante do livro e sentimos, às
vezes a tentação de pensar nele como uma exposição doutrinal da realidade da
encarnação de Deus em Cristo. Contudo, se quisermos seguir o pensamento do
escrito, devemos evitar esta tentação, visto que o apóstolo João está
interessado principalmente na qualidade da vida cristã de seus leitores.
A segunda epístola foi escrita para
advertir uma mulher cristã contra a comunhão indiscriminada com os incrédulos.
As idéias principais da epístola são o amor, a verdade e a obediência, que em
parte se complementam entre si. A obediência sem amor é servil; o amor sem
obediência é irreal; nenhum dos dois elementos pode florescer fora do ambiente
da verdade.
A carta é dirigida "a senhora
eleita", e este é, provavelmente, seu significado, embora muitos
interpretem como expressão figurativa que designa a uma igreja. Ao que parece,
a epístola é uma carta pessoal a uma mulher cristã que João conhece, talvez uma
viúva, e o motivo foi o enncontro com alguns de seus filhos aos quais ele achou
fiéis na fé em Cristo (ver. 4).
O propósito da terceira carta é
elogiar a Gaio, leigo leal e ativo que tinha consideráveis bens, por sua
hospitalidade cristã, dando acolhida a pregadores que viajavam de uma cidade
para outra, e ajudando-os no caminho, participando assim em sua obra
missionária. A carta refere-se também a determinada cinrcunstância interna da
igreja, que envolve Gaio e Diótrefes.
AUTOR
As provas disponíveis indicam que
João, o apóstolo, foi o autor não somente do evangelho do mesmo nome, mas
também destas três epístolas. Estas cartas foram escritas, segundo se supõe,
entre os anos 85 e 100 d.C.
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Fred L. Fisher
Doutor em Teologia
Judas
Comentário:
A epístola de Judas foi escrita como
advertência contra certos cristãos nominais que ameaçavem solapar e destruir a
comunhão dos crentes, mediante seu caráter e conduta imorais. Os que seguiam
seus passos receberiam o justo castigo de Deus. Em realidade, o Antigo
Testamento dá testemunho de cinco juízos de Deus contra tais pecados praticados
por estas pessoas (vers. 5-11). Como se quisesse acentuar o fato de que tais
pessoas estavam prestes a sofrer a ira de Deus, Judas acrescenta uma descrição
de doze pontos acerta de sua culpa (ver. 12-16).
Em contraste com a atitude mundana e
destruidora dos falsos mestres, o crente deve demonstrar amor espiritual e
construtivo. Lembrando a misericórdia de Cristo para com eles, devem também
demonstrar misericórdia para com os que estão afundados nestes males. Talvez
sejam desse modo salvos (ver. 12-23).
A formosa doxologia (ver. 24, 25) é
especialmente apropriada para os que estão passando por grandes tentações.
Além do uso que faz do Antigo
Testamento, Judas demonstra conhecer a atual tradição judaica. (Referências em
Judas 9, 14, embora nao se encontrem no Antigo Testamento, acham-se em outros
escritos judeus da época). A epístola guarda relação particularmente íntima com
a segunda epístola de Pedro, e é provável que ambas as cartas fossem dirigidas
ao mesmo grupo de crentes. Muito embora alguns exegetas creiam que a segunda
epístola de Pedro tenha empregado material de Judas, é mais provável que a
segunda espístola de Pedro fosse a mais antiga das duas. Os males que II Pedro
(2:1; 3:3) prediz são descritos em Judas (vers. 4, 8, 19) como se houvessem
ocorrido de acordo com a profecia apostólica a esse respeito.
Autor:
Segunda a tradição, Judas é o irmão de
Jesus (Mateus 13:55) que se tornou crente só depois da ressurreição (João 7:5;
Atos 1:14), e cujo irmão, Tiago, foi o primeiro personagem dirigente da igreja
primitiva (Atos 15:13; Gálatas 1:19). Isto concorda com a referência que Judas
faz de Tiago (ver.1) como se este fosse amplamente conhecido. Em face de tudo
isto, poder-se-ia sugerir uma data que oscilaria entre os anos 70 e 80 d.C.,
para a escritura desta carta.
-
E. Earle Ellis
Doutor em Filosofia e Letras
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