Oséias
Chave: Adultério espiritual
Comentário:
O livro de Oséias apresenta-nos a
intensa rogativa de um gigante espiritual, profundamente consagrado à tarefa de
salvar a nação pecadora. Com autêntica solicitude, o pregador busca, repetidamente,
conseguir a convicção e o arrependimento do povo a fim de que os escolhidos de
Deus se sintam obrigados a voltar ao lar e ali achar o amor, o perdão e a cura.
Com fidelidade, Oséias mostra graficamente os aspectos essenciais da verdadeira
religião. Carregando nas tintas, lida com o pecado e seus resultados trágicos
na vida humana, fala do juízo destrutivo e do inesgotável amor com seus
tesouros indizíveis para o homem e para a mulher, trata da verdadeira natureza
do arrependimento, da salvação certa que será proporcionada e do pleno perdão
de Deus a todos quantos se arrependerem autenticamente com sincera fé. O
veemente evangelista conhece seu povo. Sabe que é derramar lágrimas abundantes
enquanto sua esposa infiel chafurda cada vez mais no pecado. Conhece a
profundidade do amor e a boa vontade de amar sinceramente, de perdoar, de dar
as boas-vindas e de restaurar. Tem consciência da sagrada profundidade do amor
no coração de Deus. Dia após dia lança seu desafio pessoal, penetrante e
poderoso aos recalcitrantes pecadores que devem voltar para Deus. Mediante a
pregação deste profeta, Deus convida seu povo errante a regressar. Oferece-lhe
misericórdia e perdão, a graça é abundante, a salvação os espera. É assombroso
encontrar neste século do Antigo Testamento tanta mensagem do Novo e descobrir
o apelo fundamental do verdadeiro evangelista. Todas as notas estão ali. Toda
esfera é descoberta. Faz-se todo tipo de apelo. É a forma como Deus se
manifesta.
Autor:
O autor do livro é Oséias, filho de
Beeri, de Israel. Profundamente influenciado pelo profeta Amós, tragicamente
ferido pela terrível infidelidade de sua esposa Gomer, agudamente cônscio dos
terríveis pecados de seu próprio povo, sensível à voz de Deus dirigida a um
povo pecador, o profeta roga intensamente enquanto procura fazer que o povo
infiel volte para seu Deus. É o evangelista divinamente escolhido para
persuadir os pecadores empedernidos a que se voltem para um Deus cheio de amor,
que está ansioso por perdoar-lhes e salvá-los. O ministério de Oséias
estendeu-se por vários anos depois do ano de 746 a.C.
-
Kyle M Yates
Doutor em Fisolofia e Letras
Joel
Chave: O dia do Senhor
Comentários:
Uma praga de gafanhotos havia
devastado a terra de Judá. Enquanto Joel, filho de Petuel, meditava
nesta calamidade, veio-lhe a palavra
do Senhor. Transformou-se em um grande profeta que proclamava a seu povo as
divinas implicações desta catástrofe. O livro, que traz o seu nome, registra o
sermão de Joel nesta ocasião.
O profeta descreve a praga comparando-a
a um exército humano que, em seu avanço, deixa atrás de si terra assolada
(1:4-12; 2:2-10). Joel sabe que no ataque desta praga Deus estava operando.
Sim, é o exército do Senhor (2:11), e o dia da invasão é o dia do Senhor - o
dia do juízo de Deus contra um povo pecaminoso (1:15; 2:1, 11). O profeta insta
com o povo a que se converta, e ao mesmo tempo expressa a esperança de que Deus
se arrependa e se abstenha de castigar (1:14; 2:12-17).
Não há dúvida de que o ministério de
Joel teve maior êxito do que o de muitos dos outros profetas, visto como o
perdão de Deus (2:18-27) indica que o povo se arrependeu de coração. "E
aquele que é do norte (isto é, os gafanhotos) farei partir para longe de vós...
E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto" (2:20, 25)
são promessas que o profeta faz em nome de Deus.
Contudo, o sermão de Joel ainda não
havia terminado. Havia pela frente juízos ainda mais terríveis para o mundo que
não reconhecia a sabedoria de Deus nem tampouco aceitava os padrões comuns de
ética das nações pagãs (3:2-8). Deus, misericordiosamente, enviará seu Espírito
sobre toda a carne (2:28, 29), porém as nações gentias serão julgadas e
castigadas (3:1, 2, 9-16). O povo de Deus será libertado desta ira (2:32).
Então Judá e Jerusalém gozarão de maravilhosa prosperidade e serão abençoadas
eternamente com a presença divina (3:18-21).
Mediante estas palavras, Joel expressa
a esperança humana e a promessa divina de que Deus é soberano neste mundo, e
fará que sua vontade se cumpra na terra como no céu. Os reinos deste mundo
"vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o
sempre" (Apocalipse 11:15).
Autor:
A respeito de Joel, filho de Petuel,
nada se sabe em definitivo. Joel significava o Senhor é Deus, e era nome comum,
de origem hebraica, no tempo do Antigo Testamento. As numerosas referências que
Joel faz acerca de Jerusalém (1:14; 2:1, 15, 32; 3:1, 6, 16, 17, 20, 21)
parecem indicar que ele residia nessa cidade.
Não podemos determinar a data da praga
dos gafanhotos, a qual constitui o pano de fundo histórico deste livro. Há
divergências quanto à data em que foi escrito, embora possamos afirmar que o
livro não depende em nada da sua data; sua mensagem se aplica ao homem de
nossos dias.
-
John B. Graybill
Doutor em Filosofia e Letras
Amós
Comentário:
A grande proclamação feita no início
de sua profecia (1:2) fixa o tom da mensagem de Amós. A voz de Deus, como a de
um leão que ruge, será ouvida desde Sião no dia do juízo. Sob o respeitável
manto da prosperidade material, Amós põe a descoberto a massa putrefata do
formalismo religioso e a corrupção espiritual (5:12, 21). Aponta a total
indiferença para com os direitos humanos e para com a pessoa humana (2:6), e
assinala a deterioração da moral e da justiça social (2:7, 8). O profeta tinha
um remédio para o mal que ameaçava a vida da nação. O homem devia buscar a
Deus, devia arrepender-se e estabelecer a justiça a fim de poder viver (5:14,
15). Todavia, para ressaltar o aspecto irremediável da situação, o profeta Amós
adverte que os responsáveis pelo mal que açoitava a terra não se
"afligiam" pelo desastre que se avizinhava (6:6). Em conseqüência,
outra coisa não esperava a Israel senão a destruição (9:1-8). O dia do Senhor
não será uma vindicação de Israel, segundo acreditavam algumas pessoas daquele
tempo, mas uma confirmação das exigências do caráter moral de Deus contra os
que o haviam rejeitado. Somente quando esta verdade fosse reconhecida é que se
estabeleceria o esplendor do reino davídico. Porém esse dia era inevitável (9:11-15).
A mensagem de Amós é, em grande parte, um "clamor de justiça".
Autor:
Natural de Técoa, local situado a
vinte quilômetros ao sul de Jerusalém, Amós era pastor e também cultivava
sicômeros (figos silvestres) 1:1; 7:14, 15). Enquanto cuidava do gado, recebeu
o chamado de Deus para exercer o ministério profético. Profetizou no reino do
norte durante breve período na segunda metade do reinado de Jeroboão II
(785-744 a.C.), rei de Israel, e durante o reinado de Uzias (780-740 a.C.), rei
de Judá (1:1).
-
Arnold C. Schultz
Doutor em Teologia
Obadias
Chave: Edom
Comentário:
Este pequeno livro resume o
significado da relação de Edom e Israel (Esaú e Jacó) na história da salvação,
e ao fazê-lo revela um aspecto do dia do Senhor e do reino de Deus.
Edom, a nação oriunda de Esaú sempre
se revelou hostil a Israel, a despeito dos laços fraternais existentes, visto
que eram filhos de Isaque. Deus confiou a muitos profetas a mensagem de
condenação dirigida contra Edom (Amós, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Malaquias),
os quais frenqüentemente chamaram a atenção para o orgulho e para a
auto-suficiência de Edom como as raízes de seu pecado. Em Obadias, o profeta
parece tomar uma profecia de juízo existente contra Edom (vers. 1-4 e frases
incluídas nos vers. 5-9) - talvez o mesmo oráculo que aparece em Jeremias
49:7-22 - e observe-se quão terrivelmente se cumpria e com que justa
retribuição. Obadias relaciona, portanto, este castigo particular com o juízo
de todas as nações no dia iminente do Senhor, quando o remanescente de Israel
que escapou será como esfera de salvação e instrumento do governo de Deus sobre
todas as nações.
Embora muitíssimo curta, esta profecia
ressalta e exemplifica as verdades fundamentais da revelação bíblica: o governo
soberano de Deus que será universalmente reconhecido (v.21); a eleição de
Israel, o povo de Deus, para ser abençoado (v. 17b); sua eleição cumprida
mediante um remanescente (v. 17a) que será a fortaleza do braço de Deus
procedente do monte Sião; a culminância dos propósitos de Deus no dia do Senhor
que, enquanto vindica a seu povo e lhe proporciona o júbilo da terra prometida
de descanso, condenará os inimigos e opressores, dos quais Edom é aqui um tipo
(v. 15).
Embora o livro de Obadias seja somente
um dentre os muitos pronunciamentos proféticos relativos a Edom, é conveniente
considerá-lo como o ponto de concentração de todas as referências que no Antigo
Testamento se fazem concernentes a Edom, visto como não é possível, num
comentário desta natureza, tratar de outras passagens pormenorizadamente. Portanto,
apresentamos aqui uma lista das principais referências a Edom: Históricas:
Gênesis 25-36 (Jacó e Esaú); Números 20:14-21, Deuteronômio 2:1-8 (o período do
Êxodo); I Samuel 14:47 (sob Saul); II Samuel 8:14 (sob Davi); II Reis 8:20-22
(sob Jeroão); II Crônicas 20:10-23 (sob Josafá); II Reis 14:7, II Crônicas
25:11-13 (sob Amazias); II Crônicas 28:17 (sob Acaz); Salmos 137:7, Lamentações
de Jeremias 4:22 (queda de Jerusalém); Salmos 83:1-6 (geral). Profecias:
Isaías11:14; 34; 63:1-6; Jeremias 49:7-22, Ezequiel 25:12-14; 35; Joel 3:19;
Amós 1:11-12; Malaquias 1:2-5.
Autor:
Com exceção de seu nome (que é comum
no Antigo Testamento), nada se sabe do autor deste livro, o mais curto do
Antigo Testamento. Nem se sabe com certeza a época em que foi escrito. Obadias
parece descrever um desastre que sobreveio a Edom depois da queda de Jerusalém
(vers. 5-7). Talvez seja este o primeiro ataque dos nabateus contra o monte
Seir, os quais derrotaram os edomitas em determinada época compreendida entre
os séculos VI e IV (compare Malaquias 1:3, 4). Esta profecia pertenceria,
portanto, à época do exílio ou logo após o regresso.
-
D. W. B. Robinson
Licenciado em Teologia
Jonas
Comentário:
Por seu conteúdo e intenção, o livro
de Jonas revela a universalidade e a compaixão da graça divina. Insinua-se este
fato em 3:10 e em 4:11 se confirma de modo inequívoco.
O livro é de caráter biográfico.
Começa e termina com o Senhor falando a Jonas. Em primeiro lugar, Jonas é
comissionado para anunciar um juízo; finalmente, o Senhor faz ver sua
misericórdia e sua compaixão. Entre estas duas representações do caráter de
Deus encontramos a resposta de Jonas à justiça e à compaixão divinas. No
princípio Jonas se nega a aceitar a ordem do Senhor, temendo que os pagãos se
arrependam e Deus demonstre misericórdia. O coração magnânimo de Deus, que
perdoa aos pagãos arrependidos, estabelece nítido contraste com o espírito
estreito, intolerante, não perdoador de Jonas.
Autor:
Uma vez que o livro não faz afirmação
alguma sobre seu autor, é de supor-se justificadamente que o autor seja o
próprio Jonas. Ele é filho de Amitai (1:1), e sem dúvida o mesmo filho de
Amitai que profetizou durante o reinado de Jeroboão II (compare-se com II Reis
14:25).
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Claude A. Ries
Doutor em Teologia
Miquéias
Comentário:
Os três primeiros capítulos da
profecia de Miquéias declaram os juízos de Deus contra Israel e Judá, e o
desastre iminente que está à espera dessas nações. Os capítulos 4 e 5 oferecem
consolo e esperança em face do que acontecerá no futuro, quando a casa do
Senhor for estabelecida sobre os fundamentos de uma paz duradoura; um
remanescente voltará para Sião, resgatado do cativeiro na Babilônia; um
Libertador procedente de Belém fará que seu remanescente justo se constitua em
bênção para a tera; e a terra será purificada da idolatria e da opressão. Os
capítulos 6 e 7 declaram o caminho da salvação mediante uma analogia de um
pleito ou contenda judicial; o Senhor é o reclamante , Israel o reclamado.
Lembrando a seu povo o livramento do Egito, e falando-lhe da natureza da
verdadeira adoração, Deus deplora seus tesouros de impiedade e de opressão.
Esta declaração se faz seguir pela confissão de culpa da parte de Israel e pela
oração, pedindo ao Senhor que volte e pastoreie seu rebanho como o fez no
passado.Miquéias termina com uma pergunta: "Quem, ó Deus, é semelhante a
ti?". Somente ele pode perdoar e demonstrar compaixão ao povo de sua
aliança.
Autor:
Miquéias era natural de Moresete,
aldeia localizada perto de Gate, na região setentrional da Filistia, a trinta e
cinco quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. Provavelmente era agricultor. Seu
ministério de profeta abrange o reinado de três reis, desde o ano de 738 até
698 a.C., aproximadamente. Não se menciona o nome de seu pai, razão por que os
estudiosos concluem que sua família era de condição humilde. Miquéias é mestre
consumado no emprego da poesia clássica hebraica. Defende a causa dos
camponeses oprimidos e se põe contra os ricos arrogantes. Seus apelos em favor
da verdadeira religião são igualados somente por Tiago (compare 6:6-8 com Tiago
1:27).
-
Ross E. Price
Doutor em Divindade
Naum
Chave: Sentença contra
Nínive
Comentário:
Naum, livro contrastes, descreve o
poderoso imperialismo de uma nação despótica e pagã, e declara o triunfo certo
e final da justiça e soberania de Deus
A causa imediata da profecia foi a
premente questão da justiça de Deus e sua fidelidade às promessas. Assíria,
grande potência militar e econômica, havia dominado os destinos das nações
limítrofes, inclusive Judá. Ao impor pesados tributos e exigir onerosa
escravidão, aquela potência havia transformado Judá em um estado quase vassalo.
A fim de proteger-se, Judá estabelecera alianças com outras nações,
esquecendo-se da promessa de Deus de que ele protegeria a nação bem como seu
povo.
Portanto, era fraca a vida nacional de
Judá. Sua vida espiritual enfraquecia-se cada vez mais e sua segurança
territorial corria constante perigo por causa das inscursões de hordas
procedentes de Nínive. Surgiu, pois, a pergunta: "Esqueceu-se Deus de
Judá? Por que prospera esta nação perversa da Assíria enquanto nós sofremos? São
vazias as promessas de Deus?" E enquanto Judá não recebia resposta a tais
perguntas, a desesperação se apoderava do povo.
De repente, ouviu-se a voz retumbante
de Naum, que dizia: "Nínive cairá. Deus preservará seu povo." Esta
profecia parecia inacreditável para os de limitada compreensão espiritual. O
propósito da profecia era duplo: predizer a destruição de Nínive por causa de
seu pecado; e aliviar a aflição e desesperança de Judá, assegurando-lhe que a
promessa de Deus é fiel. A profecia tem um único assunto: Nínive cairá, Judá
será vindicada.
Em seu estilo literário, o livro é a
um tempo poético e profético, harmonizado a vivida linguagem metafórica com o
estilo rude e direto da declaração profética. O primeiro capítulo é antes de
tudo um salmo, ao passo que os capítulos 2 e 3 são proféticos.
Naum começa sua mensagem mediante uma
declaração intrépida relativa à natureza e que toma vingança, o Senhor toma
vingança e é cheio de furor: o Senhor toma vingança contra os seus adversários,
e guarda a ira contra os seus inimigos" (1:2). Este tema satura o livro.
Considerando que a Assíria pecou ao desprezar a Deus, será totalmente
destruída. Judá foi desleal por não confiar implicitamente em Deus,
estabelecendo aliança com outras nações. A queda e destruição de Nínive deve
ser uma advertência para ela.
A mensagem de Naum é aplicável a todas
as eras. Os que com arrogância resistem a Deus e não confiam na sua provisão e
cuidado, sentirão inevitavelmente sua ira; os que nele depositam sua fé, esses
serão preservados em virtude do amor divino.
Autor:
Naum, 1:1.
Pouco sabemos de Naum, excetuando-se o
que se nos diz neste breve livro. Seu nome não é mencionado em nenhuma outra
parte das Escrituras Sagradas, com a possível exceção da linha genealógica
citada em Lucas. Tudo o que dele sabemos é que viveu em Judá, provavelmente em
Elcos, localidade que não se pode indicar com certeza, e que foi contemporâneo
de Jeremias. A palavra Naum significa consolo.
De acordo com os melhores cálculos, o
livro foi escrito por volta do ano de 620 a.C.
-
Clarence B. Bass
Doutor em Filosofia e Letras
Habacuque
Chave: O justo viverá pela
sua fé
Comentário:
Habacuque, o profeta-filósofo,
perturba-se com a gravíssima iniqüidade de Judá. Mas, em contraste com seu
contemporâneo Jeremias, sente maior solicitude pela aparente relutância de Deus
em julgar, do que pela falta de arrependimento do povo. A destruição, a
violência e a falta de consideração pelas leis divinas florescem sem que
ninguém as refreie (1:2-4), apesar das ardentes rogativas do profeta pedindo a
intervenção divina.
Deus responde a Habacuque que dentro
em breve ele receberá a resposta; os ferozes e impios caldeus (babilônios)
serão a vara de Deus que açoitará a Judá diante dos próprios olhos de Habacuque
(1:5, 6).
Em vez de aliviar a carga do profeta,
esta resposta torna-a mais pesada, ficando Habacuque angustiado por um novo e
mais espinhoso problema: Como pode Deus, cujos olhos são tão puros que não
podem contemplar o mal, permanecer em silêncio enquanto uma nação ímpia,
sedenta de sangue, destrói uma nação mais justa que ela (1:13)? O profeta
procura um lugar solitário para esperar a resposta de Deus (2:1).
A resposta vem mediante uma das mais
sublimes declarações das Escrituras Sagradas: o justo pela sua fé (ou
fidelidade) viverá; o justo será preservado no dia da angústia, porque dependeu
de Deus, o que faz que se possa depender dele; certa e repentina será a
retribuição dos invasores cheios de soberba, que compreenderão que a tirania
não faz sentido e a idolatria é uma inutilidade (2:6-19). A resposta finaliza com
um mandamento de silêncio universal diante do Deus soberano (2:20).
Com a convicção de que a justiça
triunfará, o profeta eleva seu coração numa prece rogando a Deus que realiza
uma obra portentosa como a que realizara no Êxodo e no monte Sinai (3:2-15). Depois
de descrever o majestoso esplendor do Onipotente, Habacuque reafirma sua
confiança no Deus de sua salvação, por meio de uma das mais emocionantes
confissões que encontramos nas Escrituras Sagradas (3:17-19).
Autor:
Nada se sabe acerca do profeta Habacuque,
excetuando-se as qualidades pessoais que podemos discernir em seus escritos.
Várias datas têm sido sugeridas para este livro, mas o período mais provável é
o que se encontra entre o ano de 605 a.C., data da vitória de Nabucodonosor
sobre os egípcios em Carquemis, Síria, e o ano de 597 a.C., quando os exércitos
babilônios invadiram Judá.
-
David A. Hubbard
Doutor em Filosofia e Letras
Sofonias
Comentário:
Sofonias, verdadeiro profeta do
Senhor, defronta-se com Judá, nação corrupta e ímpia. Embora identificada com o
povo escolhido, essa nação não podia perdurar, uma vez que o Senhor é um Deus
justo que não faz acepção de pessoas. Distante, ao nordeste, achava-se a
poderosa Assíria, que o Senhor utilizaria como seu instrumento para trazer a
destruição a Judá. Com esta destruição seria vindicada a justiça do Senhor.
Tratava-se, sem dúvida, do dia do Senhor.
Sofonias procura inspirar em seus
ouvintes o temor daquele dia, e lhes roga que se arrependam. Mostra que
mediante o juízo, Deus demonstraria misericórdia para com aqueles a quem o
Senhor tem a intenção de libertar. O remanescente puro, quando for libertado,
entoará louvores ao Deus justo que habita em seu meio.
Autor:
Esta breve profecia diz ser a
revelação de Sofonias que profetizou depois da ruína de Israel, durante o
reinado de Josias. Provavelmente suas mensagens foram pronunciadas antes das
reformas de Josias, visto como descrevem um povo desesperadamente mau, que não
busca ao Senhor.
-
Edward J. Young
Doutor em Filosofia e Letras
Ageu
Comentário:
A profecia de Ageu, que pertence ao
período pós-exílio, é um apelo dirigido às autoridades e ao povo para que
retomem a constução do templo, após dezesseis anos de interrupção e atrasos. O
profeta é implacável ao expor a opinião falsa, mas predominante, de que a obra
de Deus é de caráter secundário e deve esperar até que primeiro se resolvam os
problemas econômicos. Demonstra que tais problemas constituem o juízo pelo
descuido do primeiro. Quanto tanto os dirigentes como o povo respondem ao seu
apelo, assegura-lhes que receberão a ajuda de Deus, anima-os em face de
comparações odiosas, e lhes promete melhoria nas circunstâncias materiais agora
que se cumpriram a vontade e a obra de Deus.
Termina sua mensagem confirmando a
escolha divina do governador Zorobabel, e apontando seu significado messiânico.
Autor:
A profecia está cuidadosamente datada
(520 a.C.), e indiscutivelmente isto se deve à pena de Ageu, cujo nome traz e a
quem se faz referência em associação com Zacarias em Esdras 5:1 e 6:14. Exceto
sua parte na reconstrução do templo, nada sabemos de sua vida ou de seu
caráter. Seu estilo direto, franco, adapta-se admiravelmente à sua missão
prática de censurar e estimular.
-
Geoffrey W. Bromiley
Doutor em Filosofia e Letras
Zacarias
Comentário:
Zacarias, profeta contemporâneo de
Ageu, consagrou-se como este à tarefa de promover a obra do templo. Suas
mensagens escritas formam um vínculo significativo entre os profetas
anteriores, a cujo ministério faz referências (1:6), e as fases posteriores da
obra redentora de Deus acerca da qual seu livro dá eloqüente testemunho. Dessa
forma o profeta nos ajuda, mediante um rico conteúdo bíblico, a aguardar com
ansiedade o dia em que se estabelecerá por completo o reino de Deus, e encher
nosso coração de jubilosa expectação concernente a esse dia.
Autor:
Conquanto os oito primeiros capítulos
do livro sejam atribuídos a Zacarias, no ano de 520 a.C., a data dos capítulos
9 a 14 é motivo de controvérsia, e muitos negam que Zacarias os tenha escrito.
Embora seja difícil chegar a uma conclusão com absoluta certeza, pode
afirmar-se que as semelhanças de atitude entre as duas partes nos sugeririam a
unidade de origem deste livro. Zacarias, que iniciou seu ministério no ano de 520
a.C., poderia muito bem ter vivido até presenciar as importantes vitórias
alcançadas pela Grécia sobre os persas nos anos de 490 a 480 a.C. Essas
vitórias poderiam apontar para a futura dominação grega.
-
Martin H. Woudstra
Doutor em Teologia
Malaquias
Comentário:
Como porta-voz de Deus, Malaquias se
apresenta em uma das épocas mais decisivas da história. A terra tivera muitos
profetas, mas o ambiente cultural que cercava o profeta não trazia as marcas da
obra realizada por aqueles homens. Os sacerdotes eram corruptos (1:6 - 2:9), e
o povo, salvo algumas exceções, não era melhor (2:10 - 4:3). Deus, porém, ainda
governava de seu trono. Era soberano. Era o pai (1:6), o senhor (1:6), o grande
rei (1:14), o príncipe celestrial (implícito em 1:8), o doador das alianças e
dos mandamentos (2:5; 4:4). Como Deus do Juízo, ele havia causado a desolação
de Edom (1:3, 4). Sua maldição recaia sobre os sacerdotes desleais (1:14; 2:2,
3, 9) e sobre os que o haviam roubado (3:9). Cortaria os que se haviam casado
com pagãos (2:12). O juízo seria repentino (2:17 - 3:5). O dia do Senhor
consumiria os maus (4:1, 3). Entretanto, como Deus da graça, abençoaria o
remanescente fiel, visto que uma história de graça respaldava seu amor a Jacó
(1:2), sua aliança com Levi (2:4, 5), sua pasciência para com os filhos de Jacó
(3:6), seu oferecimento aos que não haviam sido mordomos fiéis (3:10), o livro
memorial (3:16), o nascimento do Sol da Justiça (4:2) e a prometida vinda de
Elias (4:5, 6). Vinha o dia do Senhor, diz-nos Malaquias. Seria um dia glorioso
para os justos (3:16, 17; 4:2, 3), mas um dia de destruição para os iníquos
(4:1, 3). Contudo, podem ler-se nas entrelinhas as seguintes palavras:
"Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos, pois por que razão
morrereis, ó casa de Israel" (Ezequiel 33:11).
Autor:
Não se sabe com certreza se Malaquias
é o nome de uma pessoa, ou significa antes meu mensageiro, ou um missionário.
Acredita-se, contudo, que se trata provavelmente do profeta que escreveu o
livro. Malaquias foi, talvez, escrito em torno do ano de 425 a.C., visto como
descreve as condições existentes na época da segunda chegada de Neemias a
Jerusalém, no ano de 432 a.C.
-
Burton L. Goddard
Doutor em Teologia
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