1-INTRODUÇAO
Tipologia
é o estudo sistemático de fatos ou pessoas que no Antigo Testamento antecipavam
o que ocorreria no Novo Testamento a respeito do Senhor Jesus, da dispensação
da graça, da igreja e das coisas celestiais, ou seja, são sombras ou
prefiguração de pessoas e eventos do Novo Testamento. A representação inicial
chama-se “tipo”, e a realização dela, ”antítipo”.
Tipo é
alguma pessoa ou figura que Deus utilizou ao longo da história bíblica para
revelar um acontecimento futuro. Antítipo é o tipo ou figura que representa
outra, é a parte espiritual de um tipo bíblico. Para ser considerado Tipo ou
Antítipo é necessário um ou mais pontos de semelhanças entre eles.
A
grande maioria das pessoas vêem apenas o Antigo testamento no ponto de vista
histórico, mas nunca atentaram para as magníficas representações de Cristo nele
contidas. O AntigoTestamento retrata uma série de figuras que apontam para
algum aspecto importante da pessoa ou obra de Cristo, revelando assim Seu
caráter e ministério.
Esse
trabalho tem como finalidade comentar sobre alguns dos tipos do Antigo
Testamento que tipificaram o ministério de Jesus aqui na terra. Como por
exemplo:
- Arão
e Melquisedeque “tipos”de Jesus no que diz respeito ao seu sacerdócio.
-
Moisés “tipo” de Jesus no seu papel de libertador.
-
Salomão com sua sabedoria e reinado tipificando o ministério de Jesus.
Não
podemos nos esquecer, que no estudo de tipologia, o “antítipo” se manifesta
sempre bem superior ao “tipo” que o prefigura, como por exemplo, Jesus em seu
legado aqui na terra jamais cometeu as fraquezas humanas evidentes nos indivíduos
que lhe serviram de “tipo”.
2- MOISÉS E JESUS: PROFETAS, SACERDOTES,
LEGISLADORES, MESTRES, LÍDERES DE HOMENS
Moisés ocupa um lugar destacado entre os
personagens do Antigo Testamento, não apenas por ter sido o libertador e
legislador de Israel, mas, também, pelo relacionamento tipológico com Cristo.
São muitas as semelhanças encontradas entre Jesus e Moisés, tanto na vida,
quanto na obra de ambos. Além disto, a Bíblia declara haver uma relação
profética muito explícita entre eles. Moisés declarou que Deus
levantaria, no futuro, um profeta também judeu, cuja vida seria semelhante à
sua. Para ter a certeza de que este seria o profeta levantado por Deus, os
judeus deveriam verificar se a sua vida era semelhante à de Moisés. Ele assim
declarou: “O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus
irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15). Quando João Batista apareceu,
acharam que ele poderia ser este profeta, então lhe perguntaram: “És tu o
profeta?” (Jo 1.21). Quando, porém o
povo viu Jesus realizando o milagre da multiplicação dos pães, afirmaram: “Este
é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14). Declaração
semelhante foi feita por Felipe, ao dirigir-se a Natanael, a respeito de Jesus:
“Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os
Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1.45), e por Estevão, em seu
discurso: “Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: O Senhor vosso
Deus vos levantará decomo eu; a ele ouvireis” (Jo 7.37).
2.1 SEMELHANÇAS ENTRE MOISÉS E JESUS
“A vida de Jesus foi similar à de Moisés: ambos foram profetas,
sacerdotes, legisladores, mestres, líderes de homens. Ambos ensinaram novas
verdades de Deus e confirmaram seus ensinos com milagres. Ambos passaram seus
primeiros anos de vida no Egito, miraculosamente protegidos daqueles que
procuravam tirar suas vidas. A família de Moisés, inicialmente, não aceitava
sua função. Entretanto, mais tarde seu irmão Arão e sua irmã Miriã o ajudaram.
A mãe de Jesus, seus irmãos e suas irmãs inicialmente erraram em não seguí-lo.
No entanto, mais tarde seu irmão Tiago tornou-se um dos líderes da igreja em
Jerusalém.
Cada
um deles foi considerado o homem mais sábio de seus dias. Ambos confrontaram
poderes demoníacos e os subjugaram com sucesso. Assim como Moisés determinou
setenta juizes sobre Israel, Jesus ungiu setenta discípulos para ensinar as
nações. Moisés enviou doze espias para Canaã; Jesus enviou doze apóstolos para
alcançar o mundo. A Bíblia não diz que algum deles tenha experimentado alguma
doença. E os corpos de ambos não permaneceram em seus túmulos. Ambos jejuaram
quarenta dias e experimentaram crises espirituais no topo de montes. Assim como
Moisés estendeu a sua mão sobre o Mar Vermelho para exercer autoridade sobre
ele, Jesus repreendeu o Mar da Galiléia e aquietou as suas ondas. As faces de
ambos brilharam com a glória dos céus, Moisés no monte Sinai e Jesus no monte
da transfiguração.
Moisés resgatou Israel de sua religiosidade
morta no Egito pagão; Jesus resgatou Israel da letra morta e da tradição da
Lei. Moisés e Jesus curaram leprosos e provaram sua autoridade através de
milagres, os quais fizeram diante de muitos. Assim como Moisés teve vitória
sobre o grande inimigo de Israel, os amalequitas, com seus braços levantados,
Jesus teve vitória sobre os nossos grandes inimigos, o pecado e a morte, ao
levantar seus braços na cruz. Moisés levantou a serpente de bronze no deserto,
a fim de curar as pessoas; Jesus foi levantado na cruz para curar dos pecados a
todos aqueles que crêem.
O povo
foi ingrato e se rebelou contra a liderança de ambos. As gerações que se
rebelaram contra eles morreram por falta de fé: uma no deserto, e a outra, no
cerco de Jerusalém em 70 d.C. Moisés e Jesus morreram num monte. Moisés
prometeu que outro profeta viria; Jesus prometeu à Igreja que seu Pai enviaria
outro "consolador", o Espírito Santo.
No Mês
de Nisã, no décimo-quarto dia, que era a festa da Páscoa, tanto Moisés quanto
Jesus libertaram aqueles que neles creram. No septuagésimo dia, na festa das
Primícias, Moisés trouxe a ressurreição para os filhos de Israel quando
passaram pelo Mar Vermelho; na mesma data Jesus trouxe as primícias da
ressurreição, quando levantou dentre os mortos. Cinqüenta dias mais tarde, na
festa de Pentecostes, Deus concedeu um grande presente a Israel e a todas as nações,
dando-lhes a Torá, a Lei. Cinqüenta dias após a ressurreição de Jesus, Deus deu
à Igreja o grande Dom do batismo do Espírito Santo”.
2.2 MOISÉS ESCREVE SOBRE JESUS
Jesus Cristo tornou claro que Moisés escrevera sobre ele, pois, em certa
ocasião, ele disse aos seus oponentes: “Se acreditásseis em Moisés, teríeis
acreditado em mim, porque este escreveu a meu respeito.” (Jo 5:46)
“Principiando por Moisés e por todos os Profetas”, quando estava em companhia
dos seus discípulos, Jesus “interpretou-lhes em todas as Escrituras as coisas
referentes a si mesmo”. (Lc 24:27, 44; veja também Jo 1:45).
Entre
as coisas que Moisés escreveu a respeito de Cristo Jesus estão as palavras de
Yehowah: “Suscitar-lhes-ei do meio dos seus irmãos um profeta semelhante a ti;
e deveras porei as minhas palavras na sua boca e ele certamente lhes falará
tudo o que eu lhe mandar.” (Dt 18:18-19) O apóstolo Pedro, citando esta
profecia, não deixou dúvida de que se referia a Jesus Cristo (At 3:19-23).
2.3 ISAQUE
1)
Abraão oferece Isaque (Gn 22)
•
Isaque era o único filho de Abraão (2) – Jesus, o Unigênito de Deus (Jo 3.16)
•
Isaque era o filho amado de Abraão (2) – Deus disse a respeito de Jesus: “Este
é o meu Filho Amado” (Mt 3.17)
•
Isaque seria oferecido na terra de Moriá (2). Moriá significa
“ordenado/considerado por Deus” É a mesma região do Calvário onde Jesus, por
ordenação divina foi crucificado.
• Em
um trecho do caminho estavam apenas Abraão e Isaque (5). Jesus também foi
abandonado pelos seus discípulos, só o Pai esteve com ele.
•
Isaque foi obediente a Abraão – Jesus foi obediente ao Pai, Obediente até a
morte. (Fp 2.8; Mc 14.35,36)
•
Isaque elevou sobre si a lenha do holocausto (6) Jesus levou sobre si a cruz
(Jo 19.17) Ele levou sobre si muito mais do que a cruz, levou “as nossas
enfermidades”, “as nossas dores”, “o castigo que nos traz a paz”, “a iniqüidade
de nós todos” (Is 53.4-11)
•
Isaque foi colocado em cima do altar (9).Jesus foi crucificado.
• Para
Isaque havia um carneiro substituto (13) – Mas para Jesus não havia substituto
– Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)
•
Isaque morreu e ressurgiu em figura – Jesus morreu e ressuscitou em realidade.
(Hb 11.18,19) 2) O
Casamento de Isaque (Gn 23-24).
•
Abraão representa Deus, Sara havia morrido, ela representa Israel afastado de
Deus –
•
Neste momento Abraão incumbe a Eliézer que vá a sua terra em busca de uma noiva
para Isaque – Deus enviou o Espírito Santo para preparar a noiva de Cristo – a
Igreja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível” (Ef 5.27).
• Ele
não foi de mãos vazias trouxe muitos presentes para rebeca – O Espírito Santo
trouxe muito presentes espirituais para a igreja.
•
Eliézer na viagem tomou dez camelos cheios de presentes, vasos de prata e vasos
de ouro. Na Bíblia, o número dez significa perfeita ordem divina, onde nada
falta. “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de Nosso
Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7).
•
Vasos de prata – simbolizam redenção (Êx 30.12-16; Lv 5.15;Tt 3.5; 1 Jo 1.7)
•
Vasos de Ouro – O ouro indica a glória de Deus (2 Co 318)
•
Vestidos – A Igreja jamais poderá ser apresentada ao seu Noivo trajada dos
trapos imundos da sua própria justiça. Por isso o Espírito santo dá-lhe
vestidos apropriados – vestidos de salvação e vestidos de louvor (Is 61.3,10).
•
Rebeca deixou tudo para se casar com Isaque, a Igreja deixou tudo para se casar
com Cristo.
• O
encontro de Isaque e Rebeca se deu ainda no caminho – Jesus se encontrará com a
igreja, nos ares, Isaque conduziu Rebeca à sua casa – Jesus conduzirá a Igreja
ao Céu.
• Após
o casamento de Isaque, Abraão casou-se com Quetura - Depois que Jesus receber a
Igreja,Israel será restaurado por Deus (Rm 9-11)
2.4 JOSÉ do Egito –
o Mais Perfeito Tipo de Jesus.
•
José, O amado do pai : “Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos”
(Gn 37.3). Deus disse acerca de Jesus: “este é o meu Filho Amado” (Mt 3.17)
• O
melhor dos irmãos. Sobre Jesus lemos: “Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade:
por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria como a nenhum dos teus
companheiros” (Hb 1.9)
• O
mais odiado e rejeitado pelos seus “aborreceram-no, e não podiam falar com ele
pacificamente” (Gn 37.4,5). Uma profecia sobre Jesus: “odiaram-me sem motivo”
(Jo 15.25). Em Isaías lemos: “Era desprezado e o mais rejeitado” (Is 53.3
• Não
suportavam as suas palavras (Gn 37.8). Disseram sobre a mensagem de Cristo:
“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (Jo 6.60)
• Jacó
enviou José para ver como estavam seus irmãos, porém eles não o receberam bem
(Gn 39.12-17). Jesus veio para o que era seu, e os seus não o receberam (Jo
1.11)
•
Conspiraram para matá-lo “Conspiraram contra ele, para o matarem” (Gn 37.18) –
O mesmo aconteceu com Jesus: “e deliberaram prender Jesus, à traição, e
matá-lo” (Mt 26.4)
•
Arrancaram-lhe a túnica (Gn 39.23). Os soldados também se apoderaram da túnica
de Jesus
• Foi
vendido por 20 moedas de prata. (Gn 39.28) – Jesus foi traído pelo preço de 30
moedas de prata (Mt 26.15)
• Quem
deu a ideia de vender José foi Judá (Gn 39.26), que traiu a Jesus foi Judas (Mt
26.14) – O Nome Judá é a forma hebraica e corresponde ao nome Judas no grego.
• José
sofreu grande tentação, sem pecar (Gn 39.7-19) – Jesus em tudo foi tentado mas
nunca pecou (Hb 2.18;4.15)
• Foi
rebaixado e acusado falsamente. (Gn 39.19,20) – Jesus foi acusado falsamente –
mesmo assim foi condenado.
• José
foi exaltado no cárcere (Gn 39.21-23) – Jesus triunfou na cruz (Cl 2.14,15)
• José
esteve entre dois presos, um foi perdoado pelo Faraó e o outro foi condenado
(Gn 40.1-23) – Jesus foi crucificado ao lado de dois malfeitores, um foi
perdoado por Deus e o outro morreu sem salvação (Lc 23.39-43)
• José
saiu do cárcere para ocupar o trono de governador do Egito – Jesus saiu da cruz
e foi exaltado ao lado de Deus, e a partir deste momento Jesus será exaltado
cada vez mais! (1 Co 15.24-28)
• José
predisse um tempo de grande fome que duraria 7 anos (Gn 41.1-37) – Jesus
predisse um tempo de muitas aflições, conhecido como a Grande Tribulação (Ap
3.10)
•
Antes do início dos 7anos de fome, José se casou com uma estrangeira (Gn 41.45)
Antes da Grande tribulação Jesus arrebatará a sua noiva, composta de judeus e
gentios.
•
Através dos sofrimentos os irmãos de José se aproximaram dele e foram perdoados
(Gn 42-50) – Após a Grande tribulação os judeus receberão a Jesus como o
Messias e serão protegidos de uma grande destruição – A batalha do Armagedom.
(Ap 19)
• O
lugar de destaque que ele ocupava fora determinado pelo rei (41.41) Como o
domínio de Cristo foi determinado pelo Pai (At 5.31)
• Fez
provisão para o povo para uma necessidade imprevista. Uma provisão suficiente
pata “todas as terras” (41.57) – Porém José não sofreu ao fazê-la. Jesus é o
Pão da Vida (Jo 6)
• Foi
uma bênção para as nações, foi chamado de “O salvador do Mundo” - Tradução do
nome Zafnate-Panéa.(Gn41,45). Jesus é o Salvador do Mundo!
• A
palavra então era “ide a José! Fazei tudo o que José vos disser!” e Hoje é
“Vinde a Jesus! Ele é o único recurso”
3- TIPOS NÃO HUMANOS DE JESUS
3.1 O
CORDEIRO PASCOAL (Êx 12.3-14)
Após
haver castigado o Egito com nove pragas, destruindo o país e castigando Faraó e
seu povo, Deus prepara um ato final, para consumar o juízo e libertar o povo de
Israel do cativeiro. Esta última praga atingiria todos os primogênitos do
Egito, “desde os homens até aos animais” (Ex 12.12), causando a morte em todos
os lares.
O povo
de Israel, entretanto, deveria ser poupado da morte. Assim sendo, Deus deu
ordens a Moisés para que, no décimo dia do mês de Nisã (chamado mês de Abibe,
antes do Exílio Babilônico), o qual seria, a partir de então, o primeiro mês do
novo calendário, que o Senhor estava determinando para os hebreus, cada família
deveria separar para si um cordeiro ou cabrito macho, de um ano, sem máculas ou
defeitos, o qual deveria ser sacrificado, em um ritual coletivo, ao cair da
tarde do dia quatorze, do mesmo mês.
Uma
vez sacrificado o cordeiro, seu sangue deveria ser recolhido e aspergido nos
umbrais e na verga da porta de cada hebreu, e a carne deveria ser assada
(nenhuma parte poderia ser cozida) e comida, à noite, com pães asmos, isto é,
sem fermento, e ervas amargosas. Cada pessoa presente à mesa deveria estar
devidamente trajada, como cajado na mão, pronta para partir.
Naquela
mesma noite, o Senhor traria a morte sobre os primogênitos do Egito e apenas as
casas dos hebreus, nas quais houvesse o sangue aspergido, seriam poupadas. A
recomendação divina foi esta: “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em
que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre
vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito” (Ex 12.13).
A
relação tipológica do cordeiro pascoal com Cristo é uma das mais belas e
completas, dentre os tipos coletivos. A relação do Senhor Jesus Cristo com o
cordeiro, é apresentada no Novo Testamento, em muitas passagens. João Batista
afirma que ele é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29); o
livro do Apocalipse o apresenta como tal, muitas vezes (Ap 5.6,8,12,13; 6.1,16;
7.9,10,14; 12.11; 13.8; 14.1, entre outras); o apóstolo João faz referência ao
cordeiro, quando aplica a Cristo a profecia que dizia: “Nenhum dos seus ossos
será quebrado” (Jo 19.36); o apóstolo Pedro faz referência ao “o precioso
sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1Pe 1.19). É
o apóstolo Paulo, porém, que apresenta a declaração tipológica mais explícita, quando
afiram: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Cor 5.7), numa
alusão direta à correspondência entre tipo e antítipo.
Muitas
são as semelhanças apresentadas pelo cordeiro da Páscoa, com relação a Cristo:
O
cordeiro deveria ser macho, de um ano (Ex 12.5), uma referência à idade adulta
de Cristo em seu ministério terreno;
Não
poderia possuir defeitos ou manchas(Ex 12.5), indicando a condição de Jesus sem
pecados (Hb 4.15);
O
cordeiro deveria ser guardado desde o décimo dia (Ex 12.3,6), uma referência ao
que Pedro afirmou sobre Cristo: “conhecido, ainda antes da fundação do mundo,
mas manifestado nestes últimos tempos” (1Pe 1.20);
O
cordeiro deveria ser sacrificado ao décimo quarto dia, ao cair da tarde (Ex
12.6), uma referência ao momento da morte de Cristo, no Calvário (Jo 19.14);
O
sacrifício deveria ser feito por toda a congregação (Ex 12.6), demonstrando o
caráter universal do sacrifício de Cristo;
O
sangue do cordeiro deveria ser aspergido, nas portas e isto seria o sinal para
a libertação (Ex 12.7), uma referência à redenção através do sangue de Cristo
(Ap 5.9,10);
A
carne do cordeiro deveria ser assada no fogo (Ex 12.8,9), o que indica o juízo
divino executado na pessoa de Cristo (2Cor 5.21);
Nenhum
osso do cordeiro deveria ser quebrado (Ex 12.46), o que foi uma profecia
concernente a Cristo (Jo 19.36);
O
cordeiro deveria ser sacrificado em lugar do primogênito, isto é, um sacrifício
substitutivo, uma alusão ao sacrifício vicário de Cristo (Is 53.4-6).
3.2 A ROCHA DE HOREBE
Quando
os filhos de Israel chegam a Horebe, não há água suficiente para dessedentar a
grande multidão de gente e gado. Logo, como costumeiramente faziam, os
israelitas põem-se a murmurar contra o Senhor. Quando Moisés consulta a Deus e
lhe apresenta as queixas do povo, ele lhe responde: “Eis que eu estarei ali
diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão
águas e o povo beberá” (Ex 17.5,6).
O
apóstolo Paulo apresenta a evidência bíblica da relação tipológica da rocha com
Cristo, quando afirma: “E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque
bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1Cor 10.4).
Ele mostra que Cristo, ao ser ferido, trouxe o refrigério e vida para todos,
assim como ocorreu com a rocha, em Horebe. Joel Leitão apresenta esta relação
tipológica nos seguintes termos:
“A
rocha é o tipo de Jesus Cristo, que foi ferido pelo juízo de Deus para nos dar
a água da vida: “mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá
sede...” (Jo 4.14a). Moisés executou a ordem de Deus e a água saiu da rocha
ferida. “E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra
espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1Cor 10.4).
Continuou
a viagem pelo deserto. Os israelitas depois de muitas paradas, chegaram a Cades
(Nm 20.1-6). Outra vez é a rocha que vai dar de beber aos sedentos, mas a ordem
de Deus é diferente: “...e falai à rocha...e dará a sua água...” (Nm 20.8a).
Em
Horebe a pedra foi ferida para fazer o povo beber, como Jesus Cristo foi ferido
por nós. Merece atenção a vara que Moisés empunhava, por ordem de Deus: “toma a
vara, e ajunta a congregação tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha...” (Nm
20.8a). A vara era a autoridade. Com ela Moisés feriu o rio no Egito e a água
se transformou em sangue. Com ela Moisés feriu a rocha em Horebe e jorrou a
água. Mas a vara já tinha feito a sua obra. Agora não devia ser usada. Jesus
Cristo só podia ser ferido uma vez. “Porque também Jesus Cristo padeceu uma vez
pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus...” (1Pe 3.18a).
Para
receber a água da vida, a salvação perfeita, só é preciso falar com a
"Rocha Verdadeira Jesus Cristo o Filho de Deus”.
3.3 O
CARNEIRO (Gn 22.13)
Deus
resolveu submeter Abraão a uma prova e mandou que ele oferecesse seu filho
Isaque em holocausto. A finalidade era ensinar ao seu servo Abraão lições que,
de outro modo, ele não poderia receber. Além disso era para nos dar o exemplo
de fé e obediência na pessoa do velho patriarca. Abraão não hesitou, obedeceu
em tudo a ordem de Deus. Levou o filho ao lugar indicado, amarrou-o, pôs em
ordem a lenha e tomou o cutelo para imolá-lo. Mas o anjo bradou desde os céus:
“…Não estendas a tua mão sobre o moço…” (Gn 22.12a). Olhando para trás, viu
Abraão um carneiro, que foi sacrificado em lugar de Isaque, do mesmo modo como
Jesus foi crucificado por nós. Na apresentação de João Batista aos seus
ouvintes, Jesus é chamado: “…o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
(Jo 1.29b).
O ato
de Abraão foi aceito por Deus como coisa consumada, porque diz: “Pela fé
ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado… considerou que Deus era poderoso
para até dos mortos o ressuscitar. E daí também em figura ele o recobrou” (Hb
11.17-19).
Quando
iam caminhando, Isaque perguntou: “…onde está o cordeiro para o holocausto?”
(Gn 22.7c). Abraão respondeu:”Deus provera…” (v.8a). Depois quDeus mostrou o
carneiro, que foi imolado, Abraão pôde compreender ainda melhor, que Deus
provera sempre todas as coisas.
Aquela
cena do sacrifício de Isaque foi no monte Moriá (Gn 22.2). Naquele terreno
ficava a eira de Orna ou Araúna, comprada por Davi (2 Sm 24.18-25), onde
Salomão construiu o Templo, em Jerusalém (2 Cr 3.1). Em Jerusalém, Jesus foi
condenado à morte de cruz para que nós pudéssemos ser salvos.
A
pergunta de Isaque: “Onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22.7c) foi
respondida de um modo completo por João Batista:”Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo” (Jo 1.29b,36c).
3.4 A
LUZ (Gn 1.3-5)
“Aos
quais…se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles
por espaço de quarenta dias, falando do que respeita ao reino de Deus” (At 1.3).
Quando
as trevas cobriam a face do abismo, tudo era caos. Deus disse: “Haja luz. E
houve luz”. Foi o começo da obra da criação, no sentido de preparar o ambiente
para a criatura. A vinda de Jesus ao
mundo foi de modo idêntico. O profeta Isaías teve uma visão, que expressou em
forma de narrativa: “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz” (Is
9.2a). Cumpriu-se esta profecia em Capernaum, quando Jesus começou a pregar. O
evangelista diz: “Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías”. E
em seguida transcreve as palavras do profeta (Mt 4.12-16).
Estando
o mundo em trevas, Deus enviou o seu Filho, que é a luz do mundo (Jo 9.5;
12.35,46).
Luz
simboliza prosperidade (Is 58.8; Et 8.16) e alegria (SI 97.11).
A luz
é chamada para a conversão. Paulo viu “…uma luz mais forte que o sol” (At
26.13a).
A luz
é a comunhão com Deus: “…vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1
Pe 2.9b).
A luz
é o conforto e a segurança do crente. “O Senhor é a minha luz e a minha
salvação, a quem temerei?…” (SI 27.1a).
Agora
somos filhos da luz (Jo 12.36) “…no Senhor” (Ef 5.8a).
4- CONCLUSÃO
Concluindo o estudo da
Tipologia Bíblica, podemos verificar a soberania de Deus, escrevendo profecias
através de pessoas, objetos e eventos, e as cumprindo na pessoa de Jesus
Cristo, e a perfeita relação entre o Antigo e o Novo Testamento, apresentado o
tipo e o antítipo, em perfeita harmonia.
Além disto, podemos observar a
riqueza de material e significado que o Antigo Testamento nos dá a fim de nos
ensinar profundas verdades espirituais.
Não devemos abrir mão desta
riqueza de significado que os tipos bíblicos nos mostram, tendo o cuidado de
não ferir os princípios de interpretação da Bíblia, evitando a alegorização dos
tipos bíblicos e verificando o significado e a relação tipológica que a própria
Bíblia nos apresenta, bem como não podemos no esquecer do principal objetivo da
Tipologia que é nos fazer reconhecer o imensurável valor que a palavra de Deus
tem em nossas vidas.
5-
BILIOGRAFIA
- teomania.blogspot.com/2012/04/tipologia-biblica.htmlrocha.rocha
de.orebe
- https://magnusnascimento.wordpress.com/.../tipo-nao-humano-de-jesus-3.cordeiro
pascal.
- https://magnusnascimento.wordpress.com/.../tipo-nao-humano-de-jesus-2..carneiro.
-raquelfragoso.blogspot.com/2009/05/jose-tipo-messianico-de-cristo.html
- http://teomania.blogspot.com.br/2012/04/tipologia-biblica.htm
-http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/04/moisespart -8.html.
-https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=
https://pt.scribd.com/doc/73665678/Tipos-Humanos-de-Jesus
slideplayer.com.br/slide/50943/
Trabalho pesquisado por Maria de Fátima Santos Pereira
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