segunda-feira, 22 de abril de 2024

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - 2° TRIMESTRE 2024 - LIÇÃO 4 - ADULTOS

 COMO SE CONDUZIR NA CAMINHADA

INTRODUÇÃO

A jornada para o Céu é um itinerário que envolve um viver marcado de fé e desenvolvimento espiritual, isto é, crescimento, inclusive a recomendação petrina é para se crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3.16).

Na jornada da vida cristã o Pai Celestial estabelece o padrão de conduta para a vida eterna. Ele sinaliza como devemos agir ao longo desse caminho para o Céu.  Por isso, como evidência do seu amor e cuidado preparando tudo para que trilhemos bem o caminho da verdade, o Pai nos corrige em nossa jornada cristã.

A condução nessa jornada não é algo emotivo, mas envolve renúncia constante, aprendizado e uma decisão séria (Lc 14.26-30), pois esse é o preço de quem escolhe viver na caminhada de fé com Cristo.

I - O PADRÃO DE CONDUTA NA CAMINHADA CRISTÃ

1 - Jesus como nosso padrão de conduta

Por padrão entendemos que se refere à forma como a pessoa se porta, a maneira como se conduz e vive.  Para ter um viver que corresponda ao querer de Deus, basta seguirmos o padrão estabelecido por Ele, o modelo adequado que é Jesus Cristo (Mt 11.29).  Jesus é o padrão certo para que a nossa caminhada para o Céu seja bem-sucedida.  Tal padrão está exarado na Bíblia, nos ensinos de Cristo.  Se vivermos segundo os princípios divinos, a viagem terá um epilogo maravilhoso.

A palavra "padrão" expressa uma norma determinada por consenso, ou por uma autoridade oficial, que se torna base de comparação consagrada como modelo a ser seguido.  O Senhor Jesus ensinou o seguinte: "Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Esse texto expressa que Ele é o nosso modelo de conduta, o nosso padrão de vida.  Quem deseja fazer a vontade de Deus neste mundo deve olhar para Jesus, o autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2).

É imprescindível que o cristão esteja sempre confiando em Deus, pois lutas e desafios surgirão, mas com Ele nunca perderemos o controle nas mais laboriosas situações.

2 - Fazendo a vontade de Deus

Como Filho de Deus, Jesus procurou agradar ao Pai na jornada desta vida, fazendo sempre a sua vontade (Jo 4.34; 6.38; 17.4).  Não por acaso, nosso Senhor nos incentivou a buscar a vontade do Pai na oração que Ele ensinou aos discípulos, o "Pai Nosso" (Mt 6.10; cf Mt 26.39,42).  Aos olhos humanos, parece muito difícil andar no padrão divino de Cristo.  Entretanto, isso é possível quando buscamos o auxílio do alto, coforme oração ensinada por Ele (Mt 6.9-13).

A motivação certa para agradar a Deus é procurar viver e obedecer à sua Palavra.  Por meio dela, tomamos consciência de que Ele é o grande Criador de todas as coisas, o Pai amoroso, bondoso, a fonte de toda a sorte de bençãos (Tg1.17), aquEle que tem o melhor plano para nossa vida:  a salvação(Jo 3.16).  Devemos entender que somos o que somos pela graça de Deus (1 Co 15.10), por sua misericórdia.  Assim, ao buscarmos agradá-lo, devemos ter uma atitude que brote de um coração reverente, certo de que o que vem dEle a nósé por causa do seu grande amor.

3 - Uma vida cristã bem-sucedida

Na vida espiritual o sucesso não quer dizer ausência de lutas, provas, batalhas, desafios; pelo contrário, somos advertidos pelos ensinos de Cristo e dos apóstolos que neste mundo sofreremos lutas e tribulações (Jo 16.33).

O apóstolo Paulo disse que estamos numa "competição espiritual" e, por isso, devemos procurar o caminho certo para nos acharmos qualificados (1 Co 9.24-27).  Dessa forma, o cristão possui um padrão que o levará a uma vida espiritual bem-sucedida.  Sabemos que pessoas bem-sucedidas procuram espelhar-se em outras pessoas ilustres, equilibradas e resilientes (cf 1 Co 11.1).  Em Cristo Jesus temos esse padrão e modelo.  Ele foi resiliente, equilibrado e ilustre até a morte, de modo que o apóstolo Paulo escreveu sobre o nosso Senhor, exortando que o imitássemos:  "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fp 2.5; cf. Mt 11;29).

O maior sucesso para o cristão é poder no futuro estar junto com Deus e com os demais salvos do mundo nas mansões celestiais (Jo 3.36).  Assim, ainda que haja lutas, problemas, desafios, doenças, perseguições, morte por causa do nome de Jesus (Mt 5.11-12), a vida eterna está garantida.  Paulo assegura que tudo que enfrentamos no tempo presente não é para ser comparado com o peso de glória que iremos receber na eternidade (Rm 8.18).

II - FAZENDO A CAMINHADA COM PRUDÊNCIA E SABEDORIA 

Prudência e sabedoria são consideradas virtudes fundamentais para o cristão se conduzir bem na jornada para o Céu.  A primeira, ainda que seja feita em uma definição fora do contexto bíblico, é descrita de modo positivo, visto que se trata da capacidade que uma pessoa possui de tomar decisões de modo prudente, ponderado, já avaliando as consequências das ações antes mesmo de elas acontecerem, isto é, de agir.

Quanto à sabedoria, na definição bíblica e teológica, ela é compreendida como a qualidade que inclui bom senso, atitudes e ações corretas (Pv 4.7; Tg 1.5; 3.17).  Em Provérbio 8, a Sabedoria é uma pessoa, apontando para Cristo(1 Cor 1.30).  Ela é descrita como conhecimento secular, humano (1 Co 1.19), porém na realidade, ela é mais que conhecimento humano; trata-se de uma percepção espiritual que vem de Deus, concedendo aos seus servos um viver justo, reto em toda e qualquer situação.  Salomão nos lembra que essa sabedoria vem para quem tem temor a Deus (Pv 9.10).

1 - O que é prudência ?

A prudência por ser descrita e vista na vida de um servo de Deus quando ele busca em tudo a vontade do Senhor, para que jamais venha a agir precipitadamente.  Também podemos conceituar prudência como virtude que nos permite agir com cuidado e moderação diante de situações desafiadoras, é uma razão prática que nos permite discernir entre as escolhas mais adequadas para fazer o bem (Pv 16.16; cf. Tg 5.17).

Os que vivem dominados pela prudência terão decisões certeiras, éticas e morais, nunca falarão palavras que poderão ferir os outros, pois não agem no calor das emoções e sempre pensam antes de falar, visto que se alicerçam na Palavra de Deus.

Em Efésios 5, o apóstolo Paulo ensina a respeito da caminhada do cristão neste mundo.  Neste capítulo a palavra "prudência" se destaca.  De acordo com o Antigo Testamento, a palavra "prudência" tem conotação de compreensão, discernimento (Pv 9.9).  Em Provérbios 9.10, quando se diz que o justo "crescerá em prudência", o termo traz a ideia de ensino, instrução e capacidade para ensinar.  No Novo Testamento, a palavra remete a algo que Deus derramou sobre nós, ou seja, "toda prudência", entendimento, conhecimento e amor à vontade de Deus (Ef 1.8).

2 - Não andeis como néscios !

O apóstolo Paulo diz que não devemos andar como néscios (Ef 5.15), cujo adjetivo osophos, traz a ideia de alguém insensato, tolo, ignorante e embotado (Lc 24.25); mas como "sábios", ou seja, diligente, cuidadoso e sábio, cheio do Espírito Santo para fazer a vontade do Senhor.

Ser néscio reflete uma vida de ignorância espiritual, ausência de sabedoria e desprovida de luz divina; significa estar imerso numa jornada de pecado (Ef 2.2,3)

Em Efésios 5.15,16, Paulo está alertando, exortando os irmãos para que de fato andem como cristãos (Ef 4.17; 5.18) e o apelo do apóstolo Paulo para o crente é: "vede prudentemente como andais".  Em outras palavras:  seja prudente.  O apóstolo deixa claro que os que vivem na carnalidade jamais agradarão a Deus (Rm 8.8).

3 - Andeis como sábios !

O adjetivo que Paulo usa para qualificar quem caminha para o céu é "sábio", do grego sophós, uma pessoa hábil, perita.  Esse adjetivo descreve em essência a vida do cristão dirigida pelo Espírito Santo.  Ora, os que andam no Espírito, caminham na luz, na santidade e tem sabedoria (Ef 1.8; Cl 4.5).

Na prática, o andar do cristão se revela por meio de um viver que obedece à Palavra (Jo 14.15); no amor que ele tem para com o próximo (Mt 22.37-39); na busca da santificação, pois sem a ela, ninguém verá a Deus (Hb 12.14; 1 Pe 1.15,16); na humildade, quando coloca os outros como prioridade, e não ele mesmo (Fp 2.5-8); no coração aberto que tem para perdoar, sem qualquer resquício de mágoas (Mt 6.14-15); no tratar com compaixão e agir com justiça; no preservar a comunhão entre os irmãos, sem jamais querer divisão no Corpo de Cristo, na doutrina e na batalha para preservar a unidade no Espírito (Ef 4.3).

Por meio da luz divina, que habita no crente, seu andar é com discernimento, a sabedoria realmente o faz distinguir entre o que deve ou não fazer.  Há um compromisso de jamais voltar a conduta antiga do mundo.  Contudo, é relevante  que essa sabedoria não é  humana, não surge de cursos acadêmicos; ela é espiritual, vem de cima.  Por meio dessa sabedoria, andamos em santidade (Hb 12.14) e nos tornamos semelhantes a Jesus (1 Jo 3.2; Gl 3.26).

III - VENCENDO OS DIAS MAUS

A cada momento em que o cristão vai folheando as páginas das Sagradas Escrituras, prontamente se deparará com as exortações e recomendações para vencer os dias maus.  É preciso ter uma vida ativa de oração e comunhão com Deus, pois, afastado dEle, a derrota é certa (Mt 26.41).  Paulo falou que pela consolação das Escrituras podemos vencer (Rm 15.4).  Nela se encontram os conselhos divinos de renovação para a mente e orientações precisas.  Acrescente-se a isso que Paulo a configura como a arma de ataque (Ef 6.17).  Ainda que os dias sejam maus, o cristão é consciente de que quem está no comando de tudo é Deus, por isso descansa, pois tem plena certeza de que seus projetos jamais poderão ser frustrados (Jó 42.2).

1 - Remindo o tempo

O versículo 16 de Efésios 5 apresenta o verbo remir como tradução do grego exagorázõ.  Ele possui dois sentidos:  1) redimir, resgatar do poder de outro pelo pagamento de um preço; 2) comprar para uso próprio.  Então podemos dizer que remir é uma expressão usada para se referir à sabedoria dos compradores que esperavam o momento certo para comprar de acordo com o melhor preço oferecido pelo mercado.  Com a expressão "remindo o tempo", o apóstolo Paulo se refere ao cristão que se conduz de maneira proveitosa e sábia no contexto deste mundo (Ef 5.16; cf. Cl 4.3).

Um cristão que sabe realmente remir o tempo pode ser descrito como bom mordomo de Deus.  O mordomo é descrito como uma pessoa encarregada da administração de uma casa; administrador (Gn 39.4-8; Lc 12.42).  O Senhor deu um tempo para cada um de nós (Ec 3), logo, saber fazer bom uso dele no bem para com o próximo, na nossa oração e comunhão, cuidar bem de tudo o que Deus colocou em nossas mãos, tudo isso fala de remir o tempo.

2 - Remindo o tempo e a volta do Senhor

Quando se falava a respeito de remir o tempo entre os cristãos primitivos, estes tinham em mente a iminência da segunda vinda do Senhor Jesus, ou seja, esse esperado acontecimento poderia acontecer a qualquer momento (1 Co 15.51).  Por isso, os cristãos eram incentivados a procurar sabiamente aproveitar todas as oportunidades, em especial, no sentido de se prepararem espiritualmente para aquele dia.  Assim, a perspectiva da iminente volta do nosso Senhor faz com que não percamos tempo com coisas banais; antes, nos exorta a viver de maneira sábia, santa e piedosa, pois o Senhor Jesus pode voltar a qualquer momento (1 Ts 4.15).  O apóstolo Paulo nos adverte que sejamos irrepreensíveis e sinceros no meio de uma geração corrompida e perversa, resplandecemos como astros no mundo (Fp 2.15,16), o próprio Jesus disse: "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5.14).

Sejamos luz neste mundo porque breve vem o Senhor Jesus, e somente os que andam na luz, e são luz, serão arrebatados e morarão para sempre com o Senhor.

3 - Os dias são maus

Em 2 Coríntios 4.4, compreendemos quem é o deus deste século; o apóstolo João diz que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19).  Paulo aconselha cada cristão a jamais amoldar-se ao padrão do mundo sem Deus, pois ele é mal (Rm 12.2).  Paulo descreve muito bem os dias maus quando fala que Cristo se entregou a si mesmo pelos nossos pecados para nos desarraigar, isto é, arrancar, tirar deste mundo perverso (Gl 1.4).

A expressão "os dias maus" (Ef 5.16), revela que estamos inseridos numa sociedade dominada pelo pecado, que pode tomar o nosso tempo e nos levar a prática do mal.  Não podemos nos conformar com essa possibilidade, não podemos ser insensatos a tal ponto, mas entender "qual seja a vontade de Deus" (Ef 5.17). Ler e praticar a Palavra de Deus, viver uma vida de intimidade com Deus por meio da oração e do jejum, não deixar de congregar, fazer o bem ao próximo (Gl 6.10; Hb 10.25), isso faz com que fortalecemos a nossa vida espiritual, e assim conseguimos vencer os dias maus.

Reconhecemos que estamos enfrentando os dias maus, porém a Igreja não entra em crise de desespero, de medo, pois é consciente de que já foi tirada do poder do maligno.  Assim um salvo em Cristo pode ficar atribulado, mas não angustiado; perplexo, mas não desanimado; perseguido, mas não desamparado; abatido, mas não destruído (2 Co 4.8,9); pois maior é o que está em nós (1 Jo 4.4).

CONCLUSÃO

Em nossa caminhada para as mansões celestiais precisamos seguir o padrão divino, isto é as normas determinadas pelo Pai, que estão inseridas em sua Palavra (2 Tm 3.16)

Para nos conduzirmos na jornada para o Céu com sucesso, precisamos viver em prudência e sabedoria, mediante o ensino das Escrituras Sagradas, acrescentando a fé em Jesus, sem tirar o olhar dEle (Hb 12.2), orando constantemente (1 Ts 5.17), sendo guiados pelo Espírito Santo (Jo 14.26), tendo o pensamento sempre voltado para as coisas de cima (Cl 3.1,2), vivendo na Igreja desenvolvendo comunhão uns com os outros, aproveitando bem as oportunidades de fazer o bem, incentivando e promovendo a fé dos salvos (Hb 10.24).  Agindo assim, chegaremos lá, pois a Jerusalém Celestial será a nossa nova morada.

Fonte :  Bíblia Sagrada

Lições Bíblicas - Adultos - 2° Trimestre 2024 - CPAD

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