O Filho de Deus e o Filho do Homem.
""É tão sublime – unanimemente O proclamamos – o Mistério da bondade divina
manifestado na carne" (1 Tim. 3:16). "Estas palavras do Apóstolo atestam de que o
milagre da encarnação do Filho de Deus excede a compreensão de nossa mente
limitada". "Realmente nós podemos acreditar, mas não podemos explicar os
acontecimentos que sucederam há dois mil anos atrás em Belém, quando na Pessoa de
Jesus Cristo onde duas naturezas diferentes e opostas na essência foram unidas: a
sobrenatural, eterna e infinita – Divina, e ao mesmo tempo a material, limitada e frágil
– a natureza humana". "Não obstante, os Evangelhos e as epístolas Apostólicas, na extensão das nossas forças,
nos revelam certos aspectos do milagre da encarnação do Filho de Deus. São João o
Teólogo, no começo do seu Evangelho eleva nosso pensamento à pré-eterna existência
da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a Quem ele denomina de verbo dizendo:
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio junto de Deus". "Tudo foi feito por Ele e sem Ele nada foi feito"... "E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João. 1:1-3,14)". "A denominação de Verbo do Filho de Deus indica que o nascimento Dele do Pai não
deve ser entendido no sentido de um nascimento comum: ele ocorreu impassível e sem
desagregação". "O Filho de Deus nasceu do Pai assim como a palavra nasce do
pensamento". "O pensamento e a palavra são diferentes um do outro e ao mesmo tempo
são inseparáveis". "Não existe palavra sem o pensamento, e o pensamento
infalivelmente é expresso na palavra". "A prédica Apostólica subsequente é mais completa ao revelar a verdade da Natureza
Divina de Cristo, ou seja, que Ele é verdadeiramente o Unigênito (o único) Filho de
Deus, o qual nasceu do Pai antes de todos os séculos, isto é, Ele é eterno, assim como
Deus Pai é eterno". "O Filho de Deus tem a mesma natureza Divina que Deus Pai, e por
esta razão – Ele é o Criador do mundo visível e invisível, e de nós homens". "Resumindo, Ele, sendo a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, é o verdadeiro e
absoluto Deus". "A fé em Jesus Cristo como o Filho encarnado de Deus representa a
fortaleza ou a pedra na qual a Igreja está estabelecida, de acordo com a palavra do
Senhor: "Sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela" (Mat. 16:18).
Sendo Deus perfeito, Cristo-Salvador é ao mesmo tempo um Homem perfeito". "Tendo
corpo humano e alma com todas suas particularidades – razão, vontade e sentimentos,
como homem, Ele nasceu da Virgem Maria". "Como Filho de Maria, Ele obedecia a Ela
e a José. Como homem, Ele foi batizado no Jordão, visitou cidades e vilarejos com
Seu sermão de salvação". "Como homem, Ele sentiu fome, sede, cansaço, necessitava
dormir e repousar; suportou sensação de enfermidades e sofrimentos físicos". "Vivendo
uma vida física inerente ao homem, o Senhor também viveu uma vida espiritual". "Ele
fortalecia Suas forças espirituais com jejum e orações". "Ele experimentou sentimentos
humanos – alegria, cólera, tristeza; derramou lágrimas". "Deste modo o Senhor Jesus
Cristo, tendo tomado nossa natureza humana, era igual a nós em tudo, EXCETO NO PECADO". "Possuindo duas naturezas, Jesus Cristo tinha também duas vontades livres". "A vontade
humana racional consciente de Jesus Cristo invariavelmente subordinava suas
aspirações humanas e o desejo da vontade Divina dentro Dele". "A vontade humana em
Cristo está claramente visível durante Seus profundos sofrimentos no jardim de
Gethsemani: "Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o
que Eu quero, mas, sim, o que Tu queres" (Mat. 26:39)". "Assim, pela Sua obediência a Deus Pai, o Senhor Jesus Cristo corrigiu nossa
desobediência e nos ensinou a colocar a vontade de Deus acima dos nossos desejos".
Fonte : Igreja Ortodoxa Antioquina.
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