A
Eleição Bíblica é Segundo a Presciência Divina
“Qualquer
estudo sobre eleição deve sempre começar por Jesus. E toda conclusão teológica que não fizer
referência ao coração e ao ensinos do Salvador, seja tida forçosamente por
suspeita. Sua natureza reflete o Deus
que elege, e em Jesus não achamos nenhum particularismo. Nele achamos o amor. Por isso, é relevante que em quatro ocasiões
Paulo vincule o amor à eleição ou á predestinação: ‘Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição [gr.
eklogên] é de Deus’ (1 Ts 1.4). ‘Como
eleitos [gr. ekletoí] de Deus’, santos e amados...’(Cl 3.12) - nesse contexto, amados por Deus. ‘Como também nos elegeu [gr. exelaxato] nele
antes da fundação do mundo..e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito [gr. eudokia] de sua vontade’ (Ef 1.4,5). Embora a intenção divina não esteja ausente nesta última palavra grega (eudokia), ela
inclui também um sentido de calor que não fica tão evidente em thelõ ou
boulomai. A forma verbal aparece em
Mateus 3.17, onde o Pai diz: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo [gr. eudokêsa]’.
Finalmente,
Paulo diz: ‘Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do
Senhor, por vos ter Deus elegido [gr. heilato] desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade’ (2 Ts 2.13). O Deus que elege é o Deus que ama, e Ele ama
o mundo. Tornar-se-ia válido o conceito de um Deus que arbitrariamente escolheu
alguns e desconsidera os demais, deixando-os ir à perdição eterna, diante de um
Deus que ama o mundo ?” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 363,364).
Armínio e o
Livre-Arbítrio - Pontos Básicos da Doutrina de Armínio
Jacó-Armínio
(*1560 +1609) nasceu na Holanda, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu
o título de doutor em Teologia pela Universidade de Leiden. Desenvolveu uma tese bíblica a partir dos
primeiros Pais da igreja, que foi denominada de Armininianismo.
O
livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e
tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da
salvação. Cabe a cada um deixar-se
convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou não, embora Deus dê a
todos a oportunidade da salvação.
Pontos
Básicos da Doutrina de Armínio
1.
A predestinação depende da forma de o pecador corresponder ao chamado da
salvação. Logo: acha-se fundamentada na
presciência divina; não é um ato arbitrário de Deus.
2.
Cristo morreu, indistintamente, por toda a humanidade, mas somente serão salvos
os que crerem.
3.
Como o ser humano não tem a capacidade de crer, precisa da assistência da graça
divina.
4.
Apesar de sua infinitude, a graça pode ser resistida.
5.
Nem todos os que aceitaram a Cristo perseverarão.
Soberania Divina e
Livre-Arbítrio
“Ainda
de acordo com a ideia de que o relacionamento entre o divino e o humano é uma
via de mão dupla, a posição compatibilista de Lewis, que aventa o que foi
chamado de ‘coexistência pacífica entre soberania divina e livre-arbítrio” ou
‘compatibilidade incognoscível’, é exemplificada pelo autor de As Crônicas de
Nárnia, com a ideia de perdão. A
necessidade de tal ato da parte de Deus, ‘move’ a divindade e, “Nesse sentido’,
diz ele, ‘a ação divina é consequência do nosso comportamento, [e] é por ele
condicionada e induzida’. Lewis então
questiona retoricamente: ‘Será que isso
significa que podemos ‘influenciar’ Deus ?’.
O anglicano acredita que é até possível responder afirmativamente caso
se quiser e diz que, se isso for dessa forma, é preciso então que se
flexibilize a noção de ‘impassibilidade’ divina, ‘de forma que admita isso’,
aventando a hipótese de que o comportamento humano, de alguma forma,
‘influencia’ o Criador, ‘pois sabemos que Deus perdoa muito mais do que
entendemos o significado de ‘impassível’.
Assim é que, a respeito dessa questão, Lewis diz que prefere ‘dizer que,
antes de existirem todos os mundos, Seu ato providencial e criativo (porque são
uma coisa só) leva em conta todas as situações engendradas pelos atos de suas
criaturas’. Mas, questiona, ‘se Deus
leva em conta nossos pecados, por que não nossas súplicas ?’ Isso significa que a oração, a súplica, move
a Deus. Numa palavra, ‘Deus e o homem
não se excluem mutuamente, como o homem exclui ao seu semelhante no ponto de
junção, por assim dizer, entre Criador e criatura; no ponto em que o mistério
da criação - infinito para Deus e incessante no tempo para
nós -
ocorre de fato’. Isso significa
que, ‘Deus fez (ou disse) tal coisa’ e ‘eu fiz (ou disse) tal coisa’ podem
ambos ser verdadeiros’. Esta, inclusive,
é a forma arminiana e pentecostal de crer.
A soberania divina coexiste com o livre-arbítrio e qualquer tentativa de
explicar como isso ocorre leve a equívocos e discussões desnecessárias’
(CARVALHO, Cesar Moisés. O Sermão do
Monte; A justiça sob a ótica de Jesus.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.
114,115).
Fonte: Lições Bíblicas - 4°
Trimestre - Adultos
- Claiton Ivan Pommerening
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