O amor de Deus
"Sem menosprezar a paciência, misericórdia e graça de Deus, a Bíblia associa mais frequentemente o desejo de Deus em nos salvar ao seu amor. No Antigo Testamento, o enfoque primário recai sobre o amor segundo a aliança, como se vê em Deuteronômio 7.
Com respeito à redenção segundo a aliança, diz o Senhor: 'Com amor [heb.'ahavah'] eterno te amei [heb.'ahev']; também com amável benignidade [heb. chesedh] te atrai' (Jr 31.3). A despeito da apostasia e idolatria de Israel, Deus amava com amor eterno.
O Novo Testamento emprega agapaõ ou agapê para referir-se ao amor salvífico de Deus. No grego pré-bíblico, essas palavras tinham pouca relevância. No Novo Testamento, porém, são óbvios o seu poder e valor. 'Deus é agapê' (Jo 3.16). Por isso, 'ele deu seu Filho unigênito' (Jo 3.16) para salvar a humanidade. Deus tem demonstrado seu amor imerecido para conosco 'em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores' (Rm 5.8). O Novo Testamento dá amplo testemunho do fato de que o amor de Deus impeliu-o a salvar a humanidade perdida. Por isso, estes quatro atributos de Deus - a paciência, a misericórdia, a graça e o amor - demostram a sua bondade ao promover a nossa redenção". (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 345,346).
Misericórdia
"No Antigo Testamento, a palavra 'misericórdia', é a tradução da palavra grega eleos, ou 'piedade, compaixão, misericórdia' (veja seu uso em Lucas 10.37; Hebreus 4.16), e oiktirmos, isto é, 'companheirismo em meio ao sofrimento' (veja seu uso em Filipenses 2.1; Colossenses 3.12; Hebreus 10.28).
No Antigo Testamento, este termo representa duas raízes distintas: rehem, que pode significar maciez), 'o ventre', referindo-se, portanto, à compaixão materna (1 Rs 3.26, 'entranhas'), e hesed, que significa força permanente (Sl 59.16; 62.12; 144.2) ou 'mútua obrigação ou solidariedade das partes relacionadas' - portanto, lealdade. A primeira forma expressa a bondade de Deus, particularmente em relação àqueles que estão em dificuldades (Gn 43.14; Êx 34.6). A segunda expressa a fidelidade do Senhor, ou os laços pelos quais 'pertencemos' ou 'fazemos parte' do grupo de seus filhos. Seu permanente e imutável amor está subentendido, e se expressa através do termo berit, que significa 'aliança' ou 'testamento' (Êx 15.13; Dt 7.9; Sl 136.10-24)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1290).
Aspectos da salvação
"É preciso compreender e comparar dois aspectos da salvação, que são: o aspecto legal e o aspecto ético e moral. No aspecto legal está a justificação, que trata da quitação da pena do pecado. Significa que a exigência da Lei foi cumprida. Porém, no aspecto moral, está a santificação que trata da vivência cotidiana após a justificação. Como compreender então a relação entre a justificação e a santificação ?
Em primeiro lugar, a santificação trata do nosso estado, assim como a justificação trata da nossa posição em Cristo. Observe isto: Na justificação somos declarados justos. Na santificação nos tornamos justos. A justificação é a obra que Deus faz por nós como pecadores. A santificação diz respeito ao que Deus faz em nós. Pela justificação somos colocados numa correta e legal relação com Deus. Na santificação aparecem os frutos dessa relação com Deus. Pela justificação nos é outorgada a segurança. Pela santificação nos é outorgada a confiança na segurança.
Em segundo lugar, a santificação envolve, também, o aspecto posicional. Na justificação o crente é visto em posição legal por causa do cumprimento da Lei, na santificação o crente é visto em posição moral e espiritual. Posicionalmente o crente é visto nesses dois aspectos abordados que são: o legal e o moral. Legalmente, ele se torna justo pela obra justificadora de Jesus Cristo. Moralmente, ele se torna santo por obra do Espírito Santo" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2005, pp.73,74).
Fonte: Lições Bíblicas - 4° Trimestre de 2017 - Adultos - Claiton Ivan Pommerening
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