INTRODUÇÃO
Veremos
nesse trabalho a vida do apóstolo Paulo, que de maneira diferente dos demais
apóstolos, não teve o privilégio de andar com Jesus como os demais apóstolos,
mas é sem dúvidas o mais conhecido entre os cristãos.
Foi
usado por Deus eficazmente entre os gentios, assim como o apóstolo Pedro foi
usado entre os judeus.
Não há
um consenso comum a respeito da sua infância e adolescência.
Sabe-se
que era um homem de vasta cultura e que tinha a cidadania romana, e que foi um
grande perseguidor da igreja, consentiu com a morte de Estevão.
Foi
educado aos pés de Gamaliel e era um fariseu.
Ao ter
um encontro com Jesus no caminho de Damasco, tornou-se um grande instrumento na
obra de Deus, chegando a evangelizar no seu tempo todo o mundo habitado até
então.
Outrora
perseguidor da igreja, passou a ser perseguido, sendo por muitas vezes preso
por amor ao evangelho.
Fez
três viagens missionárias deixando comunidades cristãs estabelecidas nos locais
em que passava.
Deixando
um grande legado para o cristianismo.
Escreveu 13 cartas, as quais, talvez sejam as mais conhecidas entre os
cristãos, aonde vemos assim a grande influência que Paulo teve e continua tendo
no meio dos cristãos.
BIOGRAFIA DO APÓSTOLO PAULO
Paulo
de Tarso, o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais
conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do
cristianismo. Neste texto, nós conheceremos mais sobre a história de Paulo,
autor de treze epístolas presentes na Bíblia.
Paulo,
nome romano de Saulo, nasceu em Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25).
Tarso não era um lugar insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro
de cultura grega. Tarso era uma cidade universitária que ficava próxima da
costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora tenha nascido um cidadão romano,
Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita circuncidado da tribo de
Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Romanos 11:1; Filipenses
3:5; Atos 23:6).
A
infância e adolescência do apóstolo Paulo tem sido tema de grande debate entre
os estudiosos. Alguns defendem que o apóstolo Paulo passou toda sua infância em
Tarso, indo apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que
Paulo foi para Jerusalém ainda bem pequeno. Nesse caso, ele teria passado sua
infância longe de Tarso. Na verdade, desde seu nascimento até seu aparecimento
em Jerusalém como perseguidor dos cristãos, conforme os relatos do livro de
Atos dos Apóstolos, há pouca informação sobre a vida do apóstolo.
Embora
não se saiba ao certo com quantos anos Paulo saiu de Tarso, sabe-se com certeza
que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei,
Gamaliel, neto de Hillel. Paulo conhecia profundamente a cultura grega. Ele
também falava o aramaico, era herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito
observador da Lei e mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos
(Gálatas 1:14; Filipenses 3:5,6). Considerando todos estes aspectos, pode-se
afirmar que sua família possuía alguns recursos e desfrutava de posição
proeminente na sociedade.
O
apóstolo Paulo possuía cidadania romana. Sobre isso, ele próprio afirma ser
cidadão romano de nascimento (Atos 22:28). Provavelmente essa declaração indica
que sua cidadania foi herdada de seu pai. Estima-se que naquele tempo pelo
menos dois terços da população do Império Romano não possuía cidadania romana.
Não se sabe ao certo como o pai do apóstolo conseguiu tal cidadania. Algumas
pessoas importantes e abastadas conseguiam comprar a cidadania (Atos 22:28).
Outras, conseguiam tal cidadania ao prestar algum relevante ao governo romano.
A cidadania romana concedia alguns privilégios, dentre os quais podemos citar:
• A
garantia do julgamento perante César, se exigido, nos casos de acusação.
• Imunidade
legal dos açoites antes da condenação.
• Não
poderia ser submetido à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.
Paulo de Tarso, o perseguidor
O
livro de Atos dos Apóstolos informa que quando Estêvão foi apedrejado, suas
vestes foram depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 7:58). Após esse
episódio da morte de Estêvão, Paulo de Tarso assumiu uma posição importante na
perseguição aos cristãos. Ele recebeu autoridade oficial para liderar as
perseguições. Além disso, na qualidade de membro do concílio do Sinédrio, ele
dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (Atos 26:10).
O
próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do
Senhor” (Atos 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda
solicitou cartas ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo
era levar preso para Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto
homem como mulher (Atos 9:2). Paulo perseguia e assolava a Igreja de Deus
(Gálatas 1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e
preservando a pureza da Lei.
A conversão de Paulo de Tarso
As
narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio apóstolo Paulo em suas
epístolas, sugerem uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes
defendem que algumas experiências ao longo de sua vida devem tê-lo preparado
previamente para aquele momento. A experiência do martírio de Estêvão e sua
campanha de casa em casa para perseguir os cristãos podem ser exemplos disto
(Atos 8:1-3; 9:1,2; 22:4; 26:10,11).
O que
se sabe realmente é que Paulo de Tarso partiu furiosamente em direção a Damasco
com o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo
inesperado aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de
Paulo de Tarso, mas no curso da História.
Atos 9:3-6
3-E,
indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou
um resplendor de luz do céu.
4- E,
caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues?
5- E
ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.
6- E
ele, tremendo e atónito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o
Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém
fazer.
Ao
escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso
como um ato miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo
transformou-se em apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz,
mas não compreenderam as palavras. Eles ficaram espantados, mas não puderam ver
a Pessoa de Cristo.
Por
outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro
foi tão importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a legalidade de
seu apostolado está fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 15:8-15;
Gálatas 1:15-17). Considerando que Paulo de Tarso não havia sido um dos doze
discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e
importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente. Essa
experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível notar:
• Respondeu
ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do apóstolo Paulo
pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo:
“Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de
seu novo relacionamento com Cristo (Gálatas 2:20).
• De
perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do
apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria
cidade de Damasco. Isso é realmente impressionante. Ele começou a pregar o
Evangelho no mesmo lugar em que pretendia prender os seguidores de Cristo (Atos
9:1,2).
• Mudança
de vida total: antes da conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de
Jesus. Ele até acreditava que ao perseguir seus seguidores como um animal
selvagem, tentando força-los a blasfemar contra Jesus, estaria fazendo a
vontade de Deus (Atos 26:9-11; 1 Coríntios 12:3). É certo dizer que ele via
Jesus como um impostor. Após sua conversão, sua pregação não era outra senão
anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo duro, rigoroso,
ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar
ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas
obras.
O início do ministério do apóstolo Paulo
Após o
encontro que teve com Cristo, o apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a
visita de Ananias. Foi Ananias quem o batizou (Atos 9:17,18). Também foi ali,
naquela mesma cidade, que Paulo começou sua obra evangelística.
Não há
informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe
é que o apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um
tempo na Arábia (Atos 9:20-22; Gl 1:17). A Bíblia não esclarece o que ele fez
ali, nem mesmo qual o lugar específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o
apóstolo Paulo retornou a Damasco, onde sua pregação provocou uma oposição tão
grande que ele precisou fugir para salvar sua própria vida (2 Coríntios
11:32,33).
Naquela
ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse tempo havia completado
cerca de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos,
porém estavam todos receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a
apresentá-lo aos líderes dos cristãos. Entretanto, seu período em Jerusalém foi
muito rápido, pois novamente os judeus procuravam assassiná-lo.
Por
conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo
Senhor numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou
somente quinze dias com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de
Atos 22:17-21. Paulo acabou deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar
com os demais apóstolos, e também antes de se tornar conhecido pessoalmente
pelas igrejas da Judeia. Porém, os crentes de toda aquela região já ouviam as
boas-novas sobre Paulo.
O silêncio em Tarso e o trabalho em
Antioquia
Logo
depois o apóstolo Paulo foi enviado à sua cidade natal, Tarso. Ali ele passou
um período de silêncio de cerca de dez anos. Embora esses anos sejam conhecidos
como o sendo o período silencioso do ministério do apóstolo Paulo, é provável
que ele tenha fundado algumas igrejas naquela região. Estudiosos sugerem que as
igrejas mencionadas em Atos 15:41, tenham sido fundadas por Paulo durante esse
mesmo período.
É
certo que Barnabé, ao ouvir falar da obra que Paulo estava desempenhando,
solicitou a presença do apóstolo em Antioquia na posição de um obreiro
auxiliar. O objetivo era que Paulo o ajudasse numa promissora missão
evangelística entre os gentios. Após cerca de um ano, ocorreu um período de
grande fome. Então os crentes de Antioquia providenciaram contribuições para
servir de auxílio aos cristãos da Judéia. Essas contribuições foram levadas por
Paulo e Silas. Havendo completado sua missão, Paulo e Silas regressaram a
Antioquia.
Esse
período em Antioquia foi essencial no ministério do apóstolo Paulo. Foi ali que
sua missão de levar o Evangelho aos gentios começou a ganhar força. Foi
enquanto estava em Antioquia que o Espírito Santo orientou a Igreja a separar
Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os chamara. Só então tiveram início as
viagens missionárias do apóstolo Paulo.
As viagens missionárias do apóstolo Paulo
O
trabalho evangelístico do apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez
anos. Esse trabalho aconteceu principalmente em quatro províncias do Império
Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas
cidades-chave, isto é, nos maiores centros populacionais de sua época. Isso
fazia parte de seu planejamento missionário. Quando alguns judeus e gentios
aceitavam a mensagem do Evangelho, logo esses convertidos tornavam-se o núcleo de
uma nova comunidade local. Dessa forma, o apóstolo Paulo alcançou até mesmo as
áreas rurais. A estratégia missionária usada pelo apóstolo Paulo pode ser
resumida da seguinte forma:
1- Ele
trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse
nas regiões circunvizinhas.
2- Ele pregava nas sinagogas, a fim de alcançar
judeus e prosélitos gentios.
3- Ele
focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento
das profecias da antiga dispensação.
4- Ele percebia as características culturais e
as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava tais particularidades em sua
mensagem evangélica.
5- Ele mantinha o contato com as comunidades
cristãs estabelecidas. Esse contato se dava por meio da repetição de visitas e envio
de cartas e mensageiros de sua confiança.
6- Ele
estava atento as desigualdades presentes na sociedade de sua época, e promovia
a unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus. Além disso, ele solicitava
que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais pobres.
Em
Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer uma
igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho
dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho
de edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por
último, presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização
eclesiástica fosse estabelecida.
Primeira viagem missionária
A
primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13:1-14:28). Não
se sabe exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem. Sabe-se apenas que
ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi
Antioquia, um lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo
entre os gentios.
Basicamente
a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na parte sudeste da província
romana da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado momento da viagem, e
Paulo era o pregador principal. João Marcos servia como auxiliador dos
missionários principais. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os
abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse ponto, o apóstolo Paulo
assumiu a liderança da missão.
Segunda viagem missionária
A
segunda viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 15:36-18:22. O
propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por
todas as cidades em que a palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos
15:36). No entanto, ao discordarem sobre a ida de João Marcos na viagem
missionária, Paulo e Barnabé decidiram se separar. Então Paulo levou consigo
Silas, também chamado de Silvano.
A data
provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Essa segunda viagem
cobriu um território bem maior do que a primeira, estendendo-se até a Europa. A
obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas
foram: Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto.
O
apóstolo Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele
pregou o Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi
dessa cidade que ele enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco
depois, também enviou as Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou
brevemente em Éfeso, e ao partir prometeu retornar em outra ocasião (Atos
18:20,21).
Terceira viagem missionária
A
terceira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 18:23-21:16. Essa
viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O apóstolo Paulo atravessou a região da
Galácia e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal
cidade, Éfeso. Ali o apóstolo ficou por um longo período, cumprindo a promessa
anteriormente feita (Atos 19:8-10; 20:3).
É
provável que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia, tenha
sido fundada durante esse período. Parece que antes de Paulo escrever a
Primeira Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda visita à cidade de
Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveu 1
Coríntios.
Quando
deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que
ele escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente o apóstolo
Paulo passou pela terceira vez em Corinto. Antes de partir dessa cidade,
provavelmente ele escreveu a Epístola aos Romanos (cf. Romanos 15:22-25).
O
resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O
Evangelho se espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do
período apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de
quinhentos mil. Apesar de esse resultado ter sido fruto de um árduo trabalho
que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que
mais se destacou nessa missão certamente foi o apóstolo Paulo.
O debate do apóstolo Paulo com Pedro
Em um
determinado momento, devido ao crescente número de gentios na Igreja, questões
a respeito da Lei e dos costumes judaicos sugiram entre os cristãos. Muitos
cristãos judeus insistiam que os gentios deveriam observar a Lei Mosaica. Eles
queriam que os crentes gentios se enquadrassem nos costumes judaicos,
principalmente em relação à circuncisão. Para eles, só assim poderia haver
igualdade na comunidade cristã.
O
apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à
verdadeira natureza do Evangelho da graça. Por isso ele se posicionou
claramente contra essa situação. Diante dessas circunstâncias, o apóstolo Paulo
repreendeu Pedro publicamente (Gálatas 2:14). Pedro havia se separado de alguns
crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos cristãos judaizantes.
Esse também foi o pano de fundo que levou o apóstolo Paulo a escrever uma
epístola de advertência aos Gálatas. Nessa epístola ele apresenta com grande
ênfase o tema da salvação pela graça mediante a fé.
Podemos
dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que
o problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência
com os apóstolos e anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma
geral, os gentios que se convertessem não estavam sob a obrigação de observar
os costumes judaicos.
Prisões e morte do apóstolo Paulo
Existe
muita discussão em relação ao número de prisões o apóstolo Paulo sofreu. Essa
discussão se dá, principalmente pelo fato de o livro de Atos não descrever toda
a história do apóstolo Paulo. Além disso, provavelmente o apóstolo Paulo foi
preso algumas vezes por um período muito curto de tempo, como por exemplo, em
Filipos (Atos 16:23).
Ao falar sobre suas próprias prisões, o
apóstolo Paulo escreve o seguinte:
Considerando
apenas as principais prisões do apóstolo Paulo, sabe-se que ele foi preso em
Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi transferido
para Cesareia. Nessa cidade Felix, o governador romano, deixou o apóstolo Paulo
na prisão por dois anos (Atos 23-26). Festo, sucessor de Felix, sinalizou que
poderia entregar Paulo aos judeus, para que por eles ele fosse julgado.
Como
Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável a sua
pessoa, então na qualidade de cidadão romano, ele apelou para César. Depois de
um discurso perante o rei Agripa e Berenice, o apóstolo Paulo foi enviado sob
escolta para Roma. Após uma terrível tempestade, o navio a qual ele estava
naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta.
Finalmente
o apóstolo Paulo chegou a Roma na primavera. Na capital do Império ele passou
dois anos em prisão domiciliar. Apesar disso ele tinha total liberdade para
ensinar sobre o Evangelho (Atos 28:31). É exatamente nesse ponto que termina a
história descrita no livro de Atos dos Apóstolos. O restante da vida de Paulo
precisa ser contado utilizando-se os registros de outras fontes.
Por
isso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento sobre
a biografia do apóstolo Paulo, parte das Epistolas Pastorais. Essas epístolas
parecem sugerir que o apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em
Roma relatada em Atos por volta de 63 d.C. (2 Timóteo 4:16,17). Após ser solto,
ele teria visitado a área do Mar Egeu e viajado até a Espanha.
O martírio em Roma
Depois,
novamente Paulo foi aprisionado em Roma. Dessa última vez ele acabou executado
pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo 4:6-18). Tudo isso
indica que as Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos.
A Epístola de Clemente (cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170
d.C.) testificam sobre uma viagem do apóstolo Paulo a Espanha.
A
tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de
Óstia, fora da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. Talvez o texto que
mais defina a biografia do apóstolo Paulo seja exatamente esse:
CONCLUSÃO
Paulo foi um grande exemplo do
poder de Deus na vida do ser humano.
Um homem que outrora era um
perseguidor por ser muito fiel ao judaísmo, tornou-se um grande instrumento na
mão de Deus.
Ele mesmo testificou que entre
os pecadores era o maior, mas que foi alcançado pela bondade e misericórdia de
Deus.
Dos 27 livros do novo
testamento, 13 foram escritos por Paulo.
Deus usa quem Ele quer e como
quer, mas podemos observar que pessoas com vasta cultura, quando se entregam e
se dedicam a Deus podem ser bem mais usadas, por terem um amplo conhecimento,
foi o caso de Paulo nesse contexto.
Mesmo sendo perseguido não
negou sua fé, ensinou mesmo estando em cadeias, e ainda hoje exerce grande
influência no meio dos cristãos.
O amor de Deus alcançou um
homem que por amar e obedecer sua religião perseguiu a igreja, porém quando
teve um real encontro com Jesus, se entregou inteiramente nas mãos de Deus e
deixou ser usado com muita propriedade pelo seu Senhor e Salvador.
Sabemos que por ignorância
agiu contra os cristãos, mas o Deus que não leva em conta o tempo da ignorância
mostrou a Paulo e também a nós, que todo ser humano pode ser restaurado pelo
Criador e ser usado poderosamente nas suas mãos.
BIBLIOGRAFIA
https://estiloadoracao.com/historia-do-apostolo-paulo/
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