sexta-feira, 8 de junho de 2012

VELHO TESTAMENTO - LIVROS HISTÓRICOS



Josué

Chave: Conquista

Comentário:
O livro de Josué é a continuação, poderíamos dizer, do Pentateuco. Moisés morreu na terra de Moabe, contemplando a terra prometida. A Josué, seu sucessor, coube a missão de dirigir o povo de Israel através do Jordão e na terra prometida. A maior parte do livro descreve a conquista de Canaã e a divisão da terra entre as tribos de Israel. Depois da queda de Jericó e de Ai, e da capitulação de Gibeon, na região central de Canaã, Josué teve de enfrentar duas coligações sucessivas de estados cananeus, uma na região meridional capitaneada pelo rei de Jerusalém, e a outra no norte, sob as ordens de Jabim em Hazor. Contando com a ajuda divina Josué pôde conquistar tanto o sul como o norte, e distribuir a terra entre as tribos. Contudo, formaram-se bolsões de resistência, e cada uma das tribos teve a responsabilidade de ocupar a terra que lhe foi designada. O Livro de Josué registra a história de Israel desde a nomeação de Josué como sucessor de Moisés até sua morte aos 110 anos de idade.

Autor:
O título do livro indica que Josué é seu personagem principal. O livro em si mesmo é anônimo, embora exista sólida evidência interna de que foi escrito por uma testemunha ocular dos muitos acontecimentos aí descritos. Em sua forma atual, porém, o livro é posterior a Josué, cuja morte registra. A conquista de Debir por Otniel e de Laís pelos danitas ocorreu depois da morte de Josué
O livro talvez tenha sido escrito por um dos "anciãos que ainda sobreviveram" depois de Josué, que empregou o material escrito pelo próprio Josué (24:26; leia também 24:1-25).

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Charles F. Pfeiffer
Doutor em Filosofia e Letras



  
Juízes

Comentário:

O título do livro dos Juízes provavelmente foi sugerido pelo versículo 16 do capítulo 2, que diz: "Suscitou o Senhor juízes, que os livraram da mão dos que os pilharam." Os juízes eram pessoas cheias do Espírito Santo, que em épocas de emergência nacional conduziram o povo à guerra, e depois de libertá-los da opressão estrangeira, continuavam dirigindo os destinos da nação na paz. Exerciam as funções de magistrados militares e civis.
Mediante convite feito a duas tribos ou mais para realizar uma ação conjunta, vários dos juízes prepararam o caminho para a união das doze tribos na futura monarquia.
Na tríplice divisão da Bíblia hebraica - lei, profetas e escritos - o livro dos Juízes acha-se entre os profetas.
O livro dos Juízes contém a história dos treze juízes que governaram Israel desde a morte de Josué até à época de Eli e Samuel. É possível que alguns dos juízes tenham governado simultaneamente em diferentes regiões. O livro dos Juízes abrange um período de aproximadamente 400 anos.
Juízes é um livro valioso pelas provas históricas que apresenta sobre o desenvolvimento da religião de Israel durante os primeiros anos da conquista. O livro abrange períodos de transição que se iniciam com a vida incerta e desintegrada das tribos, até organizar-se uma federação que, finalmente, culminou na formação da monarquia. As lutas intestinas das diversas tribos, com seus problemas individuais, no meio de uma população estrangeira, são vistas com maior clareza nos Juízes do que no Pentateuco ou em Josué.
Conquanto profetas posteriores tenham feito apelo mais vigoroso, à consciência do homem, o livro dos Juízes nos apresenta uma filosofia da história que demanda a atenção do crente moderno. O descuido das ordenanças do Senhor e a adoração de deuses falsos conduzem ao castigo, ao passo que o arrependimento sincero proporciona o favor divino. O fato de que Deus trata com a nação em face da atitude desta para com as leis morais divinas, merece hoje nossa consideração.

Autor:
Na ausência de informação precisa, várias sugestões têm sido apresentadas com respeito ao autor do livro dos Juízes. A opinião mais aceita é que Samuel, além de seu cargo de profetae, compilou o livro. A época em que foi escrito este livro pode ter sido durante sua retirada da vida pública. A evidência interna insinua que o livro já estava em circulação antes de Davi conquistar Jerusalém. Sem dúvida alguma, o escritor empregou anais escritos deixados por juízes anteriores, relativos à época e aos acontecimentos de seu respectivo governo.

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Fred E. Young
Doutor em Filosofia e Letras




  
Rute

Chave: Redenção

Comentário:

O livro de Rute descreve a direção providencial de Deus na vida de uma família israelita. Devido à morte do genitor e de seus dois filhos em terra estrangeira, correm perigo o nome e a herança desta família. Contudo, a situação extrema do homem é a oportunidade de Deus. Por força da conduta de um parente que, inspirado por nobres ideais, cumpre suas obrigações, a linha hereditária permanece inalterada. A união de Boaz, o hebreu, e Rute, a moabita, converte-se no meio pelo qual Deus cumpre seu misericordioso propósito. Com relação à mensagem toda das Escrituras Sagradas, o livro nos porporciona uma perspectiva da história do Natal e dos acontecimentos do Pentecoste. A genealogia culmina no rei teocrático Davi, a cuja linha genealógica é prometido o advento do Messias. Isto, ocorre com a inclusão de uma mulher de descendência moabita, mediante a qual se abre diante de nossos olhos a perspectiva pentecostal do significado universal do Messias: não é somente o Salvador de Israel, mas da raça humana.

Autor:
No grego, e em traduções posteriores, o livro de Rute vem em seguida ao de Juízes, visto que foi em seu tempo que ocorreu a história narrada neste livro. Na Bíblia hebraica, faz parte dos chamados escritos sagrados, uma subdivisão dos cinco pergaminhos que se liam em público nos dias de festa de Israel. A história de Rute culmina na época da colheita. Este relato era lido, em geral, durante a semana, ou festa da colheita do trigo, que se denominou mais tarde festa de Pentecoste. Não se conhece seu autor. O anúncio do capítulo 1:1 no sentido de que a história aconteceu "nos dias em que julgavam os juízes", indica que a época dos juízes pertencia ao passado. Pela forma como o autor escreve acerca de Davi em 4:17 e da genealogia em 4:18-22, fica demonstrado que conhecia o esplendor do reino de Davi. Esta consideração indicaria que o livro foi escrito antes que o reinado perdesse sua glória, possivelmente na última parte do reinado de Davi ou imediatamente depois.

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P. A. Verhoef
Doutor em Teologia




I Samuel

I e II Samuel

Chave: Reino

Comentário:

Os livros de Samuel relatam o período de transição da teocracia para a monarquia, e o estabelecimento desta. A história começa nos dias finais dos juízes e nos deixa com o velho Davi firmemente entronizado como rei de Israel e de Judá. Samuel e Saul são os outros dois grandes personagens do livro.
Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Homem de profunda piedade e dircenimento espiritual, dedicava-se totalmente à realização dos propósitos de Deus para o bem de Israel. Embora não descendesse da linha genealógica de Arão, sucedeu a Eli no cargo sacerdotal. Ao que parece, foi o primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que desejavam abraçar a vocação profética. Viu-se na contingência de guiar a Israel em algumas das mais profundas crises de sua história; no desempenho de suas funções quase alcança a estatura de Moisés. Embora não tivesse ambições pessoais, achou-se no papel de "fazedor de reis", comissionado para ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o maior dos reis de Israel.
Saul, o monarca, é um personagem enigmático. Era homem de extraordinária coragem, contudo lhe faltava a perseverança, ingrediente essencial para a grandeza. A inconstância de seu temperamente empanou todas as suas relações pessoais, e um medo mórbido de que surgissem possíveis rivais embargou-lhe a mente e afetou seu raciocínio. De origem humilde, foi chamado a desempenhar a função mais elevaqda da nação. Finalmente, sem haver alcançado o êxito que lhe desse direito de ser sepultado em um túmulo real, seus ossos foram devolvidos à sua terra de origem.
Davi é um dos grandes personagens da história bíblica. Como Saul, procedia de família humilde, mas era dotado de atributos de ordem superior. Era homem com dotes de comando, capaz de conseguir e manter a lealdade de seus subordinados. Alguns de seus servos mais fiéis provinham de lugares situados fora de Judá e de Israel. Itai, por exemplo, era oriundo de Gate. Davi era administrador prudente e podia julgar com acerto a natureza humana. Sua capacidade de tomar decisões rápidas fica bem demonstrada por sua solução do delicado problema que surgiu com respeito a Melfibosete(II Samuel 19:24 e outros). Era poeta altamente inspirados; suas canções de louvor enriqueceram a adoração, primeiro do templo, e depois da igreja cristã. Pensaríamos que o elevar-se a tão grande altura e a um custo tão alto lhe houvessem dado forças para vencer a tentação. Todavia, seu poder de resistência não era maior do que o dos outros mortais. Mesmo levando-se em consideração a época em que viveu, devemos admitir que apesar de suas fraquezas, percebeu claramente os propósitos de Deus para seu povo, e previu a vinda do Rei messiânico, a quem ele, em sua vida, representou de modo imperfeito.
Os livros de Samuel proporcionam-nos um capítulo indispensável nos anais do trato de Deus com seu povo Israel, e sua preservação e preparação para seus duplos fins: serem depositários dos oráculos de Deus e trazerem à luz, no seu devido tempo, "o mais importante Filho do grande Davi".

AUTOR
Em nenhuma parte se nos diz quem escreveu estes livros. A declaração constante de I Crônicas 29:29 sugere-nos de modo vigoroso que Samuel escreveu de co-autoria com Natã e Gade.

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W. J. Martin
Doutor em Filosofia e Letras



II Samuel

I e II Samuel

Chave: Reino

Comentário:

Os livros de Samuel relatam o período de transição da teocracia para a monarquia, e o estabelecimento desta. A história começa nos dias finais dos juízes e nos deixa com o velho Davi firmemente entronizado como rei de Israel e de Judá. Samuel e Saul são os outros dois grandes personagens do livro.
Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Homem de profunda piedade e dircenimento espiritual, dedicava-se totalmente à realização dos propósitos de Deus para o bem de Israel. Embora não descendesse da linha genealógica de Arão, sucedeu a Eli no cargo sacerdotal. Ao que parece, foi o primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que desejavam abraçar a vocação profética. Viu-se na contingência de guiar a Israel em algumas das mais profundas crises de sua história; no desempenho de suas funções quase alcança a estatura de Moisés. Embora não tivesse ambições pessoais, achou-se no papel de "fazedor de reis", comissionado para ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o maior dos reis de Israel.
Saul, o monarca, é um personagem enigmático. Era homem de extraordinária coragem, contudo lhe faltava a perseverança, ingrediente essencial para a grandeza. A inconstância de seu temperamente empanou todas as suas relações pessoais, e um medo mórbido de que surgissem possíveis rivais embargou-lhe a mente e afetou seu raciocínio. De origem humilde, foi chamado a desempenhar a função mais elevaqda da nação. Finalmente, sem haver alcançado o êxito que lhe desse direito de ser sepultado em um túmulo real, seus ossos foram devolvidos à sua terra de origem.
Davi é um dos grandes personagens da história bíblica. Como Saul, procedia de família humilde, mas era dotado de atributos de ordem superior. Era homem com dotes de comando, capaz de conseguir e manter a lealdade de seus subordinados. Alguns de seus servos mais fiéis provinham de lugares situados fora de Judá e de Israel. Itai, por exemplo, era oriundo de Gate. Davi era administrador prudente e podia julgar com acerto a natureza humana. Sua capacidade de tomar decisões rápidas fica bem demonstrada por sua solução do delicado problema que surgiu com respeito a Melfibosete(II Samuel 19:24 e outros). Era poeta altamente inspirados; suas canções de louvor enriqueceram a adoração, primeiro do templo, e depois da igreja cristã. Pensaríamos que o elevar-se a tão grande altura e a um custo tão alto lhe houvessem dado forças para vencer a tentação. Todavia, seu poder de resistência não era maior do que o dos outros mortais. Mesmo levando-se em consideração a época em que viveu, devemos admitir que apesar de suas fraquezas, percebeu claramente os propósitos de Deus para seu povo, e previu a vinda do Rei messiânico, a quem ele, em sua vida, representou de modo imperfeito.
Os livros de Samuel proporcionam-nos um capítulo indispensável nos anais do trato de Deus com seu povo Israel, e sua preservação e preparação para seus duplos fins: serem depositários dos oráculos de Deus e trazerem à luz, no seu devido tempo, "o mais importante Filho do grande Davi".

AUTOR
Em nenhuma parte se nos diz quem escreveu estes livros. A declaração constante de I Crônicas 29:29 sugere-nos de modo vigoroso que Samuel escreveu de co-autoria com Natã e Gade.

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W. J. Martin
Doutor em Filosofia e Letras





I Reis

I e II Reis

Chave: Realeza

Comentário:

Em parte alguma se diz com clareza qual o propósito destes livros. Porém, mesmo uma leitura casual deixará bem claro que o escritor se propõe demonstrar que embora Israel tivesse uma aliança com Deus, a maior parte de seus reis havia rejeitado e ultrajado as obrigações inerentes a tal aliança.
Passa-se em revista tanto os reis de Judá como os de Israel, e até onde possível, são tratados segundo a época em que viviam. O valor de cada rei é determinado mediante comparação com dois reis de épocas anteriores. O rei Davi que se manteve bastante fiel à aliança, e o rei Jeroboão de Israel, que menosprezou, a referida aliança.
A comparação, feita desta forma, demonstra se um determinado rei "andou em todo o caminho de Davi seu pai", ou andou em "todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate". É evidente que o escritor dos livros dos Reis descobriu que sobre estas bases foram muito poucos os reis de Israel ou de Judá que guardaram a aliança com Deus. Exceções notáveis são Asa (I Reis 15), Josafá (I Reis 22), Ezequias (II Reis 18-20), e Josias (II Reis 22-23), e mesmo estes tinham falhas.
Davi foi o rei que mais se aproximou do ideal. Pouco antes de morrer, aconselha seu filho Salomão a guardar os preceitos do Senhor (I Reis 2:3). Essa conduta é a única esperança de prosperidade e paz. O afastamento desse caminho, dessa conduta, equivalia a expor-se ao juízo divino.
A Lealdade a aliança de Deus era requisito antigo em Israel. Teve sua origem em Abraão, mas encontrou expressão nacional na época do Êxodo, quando Israel, que acabava de ser libertado do Egito, se apresentou no monte Sinai e estabeleceu uma aliança solene com Deus (Êxodo 19:5; 24:3-8). Desse momento em diante, Israel seria povo escolhido de Deus, separado das outras nações, obediente a seus mandamentos e leal a ele. Aos israelitas era proibido fazer alianças com outras nações ou outros deuses. A adesão a aliança com Deus resultaria em bênçãos; a desobediência a essa aliança traria maldição e castigo. Estes princípios estão elaborados com clareza em II Reis 17-23.
O escritor remonta à história de Israel desde Salomão até ao último rei de Judá. De maneira sincera, franca, narra a história triste da rejeição da aliança por parte da maioria dos reis. O colapso final de Israel diante da Síria (II Reis 17) e o de Judá diante da Babilônia (II Reis 25), constituiam uma demonstração da verdade do princípio que o livro sublinhava, e não constituiu surpresa alguma para os homens de discernimento espiritual.
Em dias prosteriores, os dois livros dos Reis passaram a ser uma advertência para o remanescente do povo de Deus, proporcionando assim uma lição prática no sentido de que a rejeição da aliança com Deus, um ato pecaminoso e rebelde, só pode provocar o castigo divino.

Autor:
Não se sabe quem seja o autor dos livros dos Reis. Sabe-se que tinha acesso aos anais escritos, tais como o "livro dos sucessos de Salomão"(I Reis 11:41), o "livro das crônicas dos reis de Israel" (I Reis 14:19), e o "livro das crônicas do rei de Judá" (I Reis 14:29), que eram provavelmente documentos oficiais. Talvez tivesse acesso a outras fontes anteriores, possivelmente compilados por alguns dos profetas.
O compilador final deve ter vivido depois da queda de Judá no ano 596 a.C., visto que registra o livramento de Joaquim, por volta do ano 560 a.C. (II Reis 25:27-30).
Pelo interesse que demonstra na aliança, podemos conjeturar que se tratava de um profeta aproximadamente contemporâneo de Jeremias, e que escreveu na primeira metade do século dezesseis antes de Jesus Cristo.

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J. A. Thompson
Mestre em Teologia




  
II Reis

I e II Reis

Chave: Realeza

Comentário:

Em parte alguma se diz com clareza qual o propósito destes livros. Porém, mesmo uma leitura casual deixará bem claro que o escritor se propõe demonstrar que embora Israel tivesse uma aliança com Deus, a maior parte de seus reis havia rejeitado e ultrajado as obrigações inerentes a tal aliança.
Passa-se em revista tanto os reis de Judá como os de Israel, e até onde possível, são tratados segundo a época em que viviam. O valor de cada rei é determinado mediante comparação com dois reis de épocas anteriores. O rei Davi que se manteve bastante fiel à aliança, e o rei Jeroboão de Israel, que menosprezou, a referida aliança.
A comparação, feita desta forma, demonstra se um determinado rei "andou em todo o caminho de Davi seu pai", ou andou em "todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate". É evidente que o escritor dos livros dos Reis descobriu que sobre estas bases foram muito poucos os reis de Israel ou de Judá que guardaram a aliança com Deus. Exceções notáveis são Asa (I Reis 15), Josafá (I Reis 22), Ezequias (II Reis 18-20), e Josias (II Reis 22-23), e mesmo estes tinham falhas.
Davi foi o rei que mais se aproximou do ideal. Pouco antes de morrer, aconselha seu filho Salomão a guardar os preceitos do Senhor (I Reis 2:3). Essa conduta é a única esperança de prosperidade e paz. O afastamento desse caminho, dessa conduta, equivalia a expor-se ao juízo divino.
A Lealdade a aliança de Deus era requisito antigo em Israel. Teve sua origem em Abraão, mas encontrou expressão nacional na época do Êxodo, quando Israel, que acabava de ser libertado do Egito, se apresentou no monte Sinai e estabeleceu uma aliança solene com Deus (Êxodo 19:5; 24:3-8). Desse momento em diante, Israel seria povo escolhido de Deus, separado das outras nações, obediente a seus mandamentos e leal a ele. Aos israelitas era proibido fazer alianças com outras nações ou outros deuses. A adesão a aliança com Deus resultaria em bênçãos; a desobediência a essa aliança traria maldição e castigo. Estes princípios estão elaborados com clareza em II Reis 17-23.
O escritor remonta à história de Israel desde Salomão até ao último rei de Judá. De maneira sincera, franca, narra a história triste da rejeição da aliança por parte da maioria dos reis. O colapso final de Israel diante da Síria (II Reis 17) e o de Judá diante da Babilônia (II Reis 25), constituiam uma demonstração da verdade do princípio que o livro sublinhava, e não constituiu surpresa alguma para os homens de discernimento espiritual.
Em dias prosteriores, os dois livros dos Reis passaram a ser uma advertência para o remanescente do povo de Deus, proporcionando assim uma lição prática no sentido de que a rejeição da aliança com Deus, um ato pecaminoso e rebelde, só pode provocar o castigo divino.

Autor:
Não se sabe quem seja o autor dos livros dos Reis. Sabe-se que tinha acesso aos anais escritos, tais como o "livro dos sucessos de Salomão"(I Reis 11:41), o "livro das crônicas dos reis de Israel" (I Reis 14:19), e o "livro das crônicas do rei de Judá" (I Reis 14:29), que eram provavelmente documentos oficiais. Talvez tivesse acesso a outras fontes anteriores, possivelmente compilados por alguns dos profetas.
O compilador final deve ter vivido depois da queda de Judá no ano 596 a.C., visto que registra o livramento de Joaquim, por volta do ano 560 a.C. (II Reis 25:27-30).
Pelo interesse que demonstra na aliança, podemos conjeturar que se tratava de um profeta aproximadamente contemporâneo de Jeremias, e que escreveu na primeira metade do século dezesseis antes de Jesus Cristo.

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J. A. Thompson
Mestre em Teologia




  
I Crônicas

I e II Crônicas

Comentário:
Nas Escrituras hebraicas, nossos dois livros das Crônicas formavam originalmente um só. Os tradutores da Versão dos Setenta (cerca do ano 220 a.C.) foram os primeiros a fazer a divisão. Jerônimo (morto no ano 420 d.C.) adotou esta divisão na Vulgata Latina. Tinha por título a frase hebraica "Dibrey hay-yamim", que significa "atos dos dias", ou relato dos acontecimentos diários. A Versão dos Setenta, ou Septuaginta, denomina os livros das Crônicas Paraleipomena, que quer dizer "coisas omitidas" nos livros de Samuel e dos Reis. Contudo, os livros das Crônicas se ocupam dos mesmos fatos que estes livros, porém os apresenta com um propósito diferente e de outra forma. O título Crônicas foi adotado do termo Chronicon, empregado por Jerônimo. É um nome apropriado.
Parece evidente que quando o cronista se propõe abranger o mesmo terreno que os livros de Samuel e dos Reis, deseja apresentar os fatos segundo seu próprio ponto de vista da história do povo de Deus, desde os dias de Samuel até ao cativeiro. A nação necessitava de reconstruir-se sobre sólidos alicerces espirituais, visto que o longo cativeiro havia produzido uma séria brecha no que respeita aos ideais e tradições de seu próprio povo. Anteriormente, haviam pertencido a uma teocracia, na qual se esperava que os dirigentes civis e religiosos honrassem e obedecessem tanto à verdade divina como a lei.
Israel estivera sob a monarquia persa, cujo rei era estrangeiro e pagão, nada sabia do Deus de Israel. Só mediante uma vigorosa e estrita organização eclesiástica pôde a nação manter a unidade religiosa. Quanto mais passavam os dias, tanto mais se sentiam os judeus convencidos de que a prometida soberana davídica, perpétua se prendia mais ao reino espiritual do que ao secular. Daí que se escrevesse o livro das Crônicas. Não se tratava de uma hábil casta sacerdotal que desejasse impor suas idéias contra os profetas, como costumavam declará-lo os críticos liberais. Os que haviam regressado do cativeiro deviam compreender sua própria relação com o povo de Deus.
Depois de passar em revista a história do homem antes da época de Davi, o cronista nos aponta o significado superior da promessa feita à linha genealógica de Davi, especialmente com respeito ao futuro Messias. Acentua-se a atitude anterior dos reis com referência a assuntos religiosos mais que seus empreendimentos civis. Acentua-se a imensa importância do templo, do sacerdócio, dos ritos religiosos e da lei moral. Demonstra-se que quando os reis desafiam a lei de Deus, são eles apanhados por inequívoco castigo, enquanto os que honram as ordenanças divinas, esses prosperam. O livro das Crônicas é acentuadamente didático, e insiste nas bênçãos recebidas por aqueles que vivem uma vida religiosa autêntica. O livro deve ter causando efeito estimulante na religião nacional. Ressalta somente as partes da história que exemplificam a vida eclesiástica (que era agora a única esfera sagrada); por exemplo, a história das dez tribos apóstatas é abondanada, visto como não conduz à edificação espiritual.

Autor:
Os livros das Crônicas, de Esdras e de Neemias estão intimamente relacionados, e refletem o mesmo espírito. Crônicas é o antecedente dos outros dois, e se ocupa dos acontecimentos ocorridos depois do cativeiro. O Talmude, e a maior parte dos escritores judeus, bem como os pais da igreja cristã, atribuem os livros das Crônicas a Esdras. Os livros das Crônicas e de Esdras são semelhantes no que respeita à linguagem e ponto de vista. Têm-se feito objeções no sentido de que as Crônicas contêm relatos de acontecimentos posteriores à época de Esdras. Poderíamos muito bem aceitar Esdras como o principal autor (ou compilador), mesmo quando pudessem ter sido feitas algumas adições mais tarde. Muitos exegetas conservadores não vêem necessidade de reconhecer tais acréscimos.
O livro das Crônicas foi compilado de ricas fontes históricas que constavam de arquivos anteriores, além de Samuel e de Reis. Um estudo cuidadoso do livro tem levado muitos comentaristas dignos de crédito a fixar sua data entre os anos 430 e 400 a.C. Não existe necessidade de admitir uma data posterior.

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Alexandre M. Renwick
Doutor em Divindade



II Crônicas

I e II Crônicas

Comentário:

Nas Escrituras hebraicas, nossos dois livros das Crônicas formavam originalmente um só. Os tradutores da Versão dos Setenta (cerca do ano 220 a.C.) foram os primeiros a fazer a divisão. Jerônimo (morto no ano 420 d.C.) adotou esta divisão na Vulgata Latina. Tinha por título a frase hebraica "Dibrey hay-yamim", que significa "atos dos dias", ou relato dos acontecimentos diários. A Versão dos Setenta, ou Septuaginta, denomina os livros das Crônicas Paraleipomena, que quer dizer "coisas omitidas" nos livros de Samuel e dos Reis. Contudo, os livros das Crônicas se ocupam dos mesmos fatos que estes livros, porém os apresenta com um propósito diferente e de outra forma. O título Crônicas foi adotado do termo Chronicon, empregado por Jerônimo. É um nome apropriado.
Parece evidente que quando o cronista se propõe abranger o mesmo terreno que os livros de Samuel e dos Reis, deseja apresentar os fatos segundo seu próprio ponto de vista da história do povo de Deus, desde os dias de Samuel até ao cativeiro. A nação necessitava de reconstruir-se sobre sólidos alicerces espirituais, visto que o longo cativeiro havia produzido uma séria brecha no que respeita aos ideais e tradições de seu próprio povo. Anteriormente, haviam pertencido a uma teocracia, na qual se esperava que os dirigentes civis e religiosos honrassem e obedecessem tanto à verdade divina como a lei.
Israel estivera sob a monarquia persa, cujo rei era estrangeiro e pagão, nada sabia do Deus de Israel. Só mediante uma vigorosa e estrita organização eclesiástica pôde a nação manter a unidade religiosa. Quanto mais passavam os dias, tanto mais se sentiam os judeus convencidos de que a prometida soberana davídica, perpétua se prendia mais ao reino espiritual do que ao secular. Daí que se escrevesse o livro das Crônicas. Não se tratava de uma hábil casta sacerdotal que desejasse impor suas idéias contra os profetas, como costumavam declará-lo os críticos liberais. Os que haviam regressado do cativeiro deviam compreender sua própria relação com o povo de Deus.
Depois de passar em revista a história do homem antes da época de Davi, o cronista nos aponta o significado superior da promessa feita à linha genealógica de Davi, especialmente com respeito ao futuro Messias. Acentua-se a atitude anterior dos reis com referência a assuntos religiosos mais que seus empreendimentos civis. Acentua-se a imensa importância do templo, do sacerdócio, dos ritos religiosos e da lei moral. Demonstra-se que quando os reis desafiam a lei de Deus, são eles apanhados por inequívoco castigo, enquanto os que honram as ordenanças divinas, esses prosperam. O livro das Crônicas é acentuadamente didático, e insiste nas bênçãos recebidas por aqueles que vivem uma vida religiosa autêntica. O livro deve ter causando efeito estimulante na religião nacional. Ressalta somente as partes da história que exemplificam a vida eclesiástica (que era agora a única esfera sagrada); por exemplo, a história das dez tribos apóstatas é abondanada, visto como não conduz à edificação espiritual.

Autor:
Os livros das Crônicas, de Esdras e de Neemias estão intimamente relacionados, e refletem o mesmo espírito. Crônicas é o antecedente dos outros dois, e se ocupa dos acontecimentos ocorridos depois do cativeiro. O Talmude, e a maior parte dos escritores judeus, bem como os pais da igreja cristã, atribuem os livros das Crônicas a Esdras. Os livros das Crônicas e de Esdras são semelhantes no que respeita à linguagem e ponto de vista. Têm-se feito objeções no sentido de que as Crônicas contêm relatos de acontecimentos posteriores à época de Esdras. Poderíamos muito bem aceitar Esdras como o principal autor (ou compilador), mesmo quando pudessem ter sido feitas algumas adições mais tarde. Muitos exegetas conservadores não vêem necessidade de reconhecer tais acréscimos.
O livro das Crônicas foi compilado de ricas fontes históricas que constavam de arquivos anteriores, além de Samuel e de Reis. Um estudo cuidadoso do livro tem levado muitos comentaristas dignos de crédito a fixar sua data entre os anos 430 e 400 a.C. Não existe necessidade de admitir uma data posterior.

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Alexandre M. Renwick
Doutor em Divindade


  
Esdras

Comentário:

Este livro contêm quase tudo o que se sabe da história dos judeus entre o ano de 538 a.C., quando Ciro, o persa, conquistou Babilônia, e o ano de 457 a.C., quando Esdras chegou a Jerusalém. Note-se a conexão de 1:1-3 com o final do livro das Crônicas.
Observa-se que a mão de Deus faz que o rei Ciro permita aos judeus regressar do exílio babilônico a fim de reconstruir o templo em ruínas (1:1-11). Contudo, muitos foram os judeus que preferiram as comodidades da civilização babilônica às vicissitudes da Judéia açoitada pela pobreza (2:1-70). Os que voltaram, começaram a dar preeminência a Deus (3:1-13), embora tenham permitido que o inimigo fizesse paralisar a reedificação do templo e da cidade (4:1-24). Decorridos dezesseis anos, verificou-se o avivamento em virtude da pregação de Ageu e de Zacarias, e o templo foi completado por volta do ano de 516 a.C., a despeito de novas oposições (5:1 - 6:22).
No ano de 437 a.C. interrompe-se um silêncio de quase sessenta anos, com a chegada de Esdras (7:1-10), comissionado pelo rei persa para ensinar a lei judaica e pô-la em vigor (7:11-28). Esdras reuniu uma nova geração de exilados para o acompanharem e realizou a perigosa viagem sem escolta (8:1-36). Quase de imediato se vê às voltas com o problema suscitado pelos casamentos entre judeus e pagãos, e depois de oração e confissão, pôde conseguir o apoio da maioria do povo mediante um profundo exame deste escândalo, inspirando as pessoas a fazerem uma nova aliança com o Senhor (9:1 - 10:44).
O livro demonstra a forma pela qual Deus emprega os governantes pagãos para cumprir seus fins, proporcionando ânimo e ao mesmo tempo advertência ao povo de Deus. Podem estar atemorizados pela oposição, quando Deus quer que avancem; talvez estejam contentes com os padrões de vida do mundo pagão; ou, talvez, tenham a mesma fé revelada por Esdras e pelos profetas.

Autor:
Não se conhece o autor ou compilador deste livro, mas poderia ser o próprio Esdras. Empregou documentos existentes para fazer uma crônica dos acontecimentos que ele não presenciou pessoalmente. Duas seções do livro estão escritas em aramaico (4:8 - 6:18 e 7:12-26). Este idioma semítico era empregado comumente em todo o Oriente Próximo naquela época.

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J. Stafford Wright
Licenciado em Teologia



  
Neemias

Chave: Restauração

Comentário:

Este livro leva-nos uma lição quando ao sacrifício, à oração e à tenacidade. Neemias, o personagem principal, renunciou a um cargo de responsabilidade e bem remunerado perante o rei da Pérsia, no ano de 445 a.C., a fim de construir os muros de Jerusalém e congregar os judeus como nação (1:1 - 3:32). Seus trabalhos provocaram a intensa oposição de homens poderosos, mas Neemias se sobrepôs às ameaças, adotando sábias medidas defensivas (4:1-23). Solucionou a falta de unidade interna enfrentando o problema mediante exemplo pessoal digno (5:1-19), e resolveu as acusações falsas mediante discernimento e coragem (6:1-14).
Terminada a reconstrução dos muros, tomou medidas para que a cidade estivesse plenamente habitada (6:15 - 7:73), mas, acima de tudo, tomou providências para que Esdras lesse a lei a fim de que o povo pudesse reger sua vida por ela (8:1-18). Ele e o povo confessaram os pecados nacionais, buscaram o perdão divino, e renovaram a aliança com Deus (9:1 - 10:39). Foi trazida gente da cidade, fizeram-se preparativos para os cultos de adoração, e os muros foram consagrados (11:1 - 12:47). Mas com o decorrer dos anos, o fervor do povo começou a declinar, e Neemias viu-se forçado a introduzir novas reformas, mesmo em face da oposição. (13:1-31).
O livro mostra a necessidade da oração e de uma atitude firme na obra de Deus. As orações de Neemias constituem um excelente estudo.

Autor:
Acredita-se, em geral, que Esdras e Neemias constituíam originalmente um só livro. O compilador emprega aqui as memórias pessoais de Neemias, bem como outros materiais.

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J. Stafford Wright
Licenciado em Teologia



Ester

Chave: Providência

Comentário:

O livro de Ester descreve graficamente as lutas vitoriosas dos judeus dispersos, durante o período do rei persa Assuero, contra as iníquas conspirações de certo primeiro-ministro por nome Hamã. Embora nunca se mencione neste livro o nome de Deus, sua mão se manifesta continuamente em todos os pormenores circunstanciais da narrativa. Ester, por sua beleza, é escolhida rainha em lugar de Vasti; Mardoqueu, em virtude de sua capacidade, toma o lugar de Hamã no cargo de primeiro-ministro. Todos os personagens desde o rei até ao escravo obsequioso, desempenham seu papel no momento oportuno. Hamã é encarnado do mal; Mardoqueu, a essência da bondade; Assuero, inflexível, possui também traços vigorosos. Ester, prima de Mardoqueu e sob a tutela deste, converte-se na heroína da história devido à sua boa vontade de arriscar a vida e sua posição, a pedido de Mardoqueu, em benefício de seu próprio povo em época de profunda necessidade.

Autor:
Não se pode conseguir evidência certa com respeito ao autor do livro de Ester. A paternidade literária tem sido atribuída a vários personagens (Esdras, Joaquim, Mardoqueu, homens da Grande Sinagoga).
Intrinsecamente nada há de improvável em se atribuir o livro a Mardoqueu, destacado personagem guardador dos fatos principais narrados no livro.
Diferentemente das obras de ficção e romance, o livro de Ester está profundamente saturado de história e documentado com datas específicas. Este livro, à semelhança da profecia de Ageu (1:1, 15; 2:1, 10, 20) está datado segundo o reinado de Assuero, a quem se identifica comumente como Xerxes I (485 a 465 a.C.) da antiguidade. Segundo escavações realizadas na era moderna, em Susã, tem-se comprovado de forma substancial a exatidão do autor, que deve ter tido conhecimento pessoal do povo e da história.
Talvez nenhum outro livro da Bíblia tenha sido atacado tão acerbamente nem com tanta veemência como o livro de Ester. Devido a seu espírito de nacionalismo e vigança, os críticos o têm declarado indigno de ocupar lugar no cânon sagrado. Contudo, se lermos a história com reverência, dependendo humildemente do Espírito Santo para que nos ensine, acharemos verdades que satisfarão nossa mente e edificarão a alma. Quanto mais estudarmos esta história incomparável, tanto mais chegaremos à conclusão de que suas profundas verdades deverão ser desenterradas como se fossem pepitas de ouro.

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Wick Broomall
Doutor em Teologia












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