terça-feira, 8 de maio de 2018

NOVO TESTAMENTO I (BIOGRAFIA DE MATEUS - MARCOS - LUCAS - JOÃO)


- BIOGRAFIA DE MATEUS

Mateus foi um dos doze apóstolos de Jesus e também autor do Evangelho de Mateus. O apóstolo Mateus aparece em todas as listas que relacionam os discípulos de Jesus, sendo elas: Mateus 10:3, Marcos 5:18, Lucas 6:15 e Atos 1:13. Neste texto estudaremos sobre quem foi Mateus na Bíblia.

A história do apóstolo Mateus na Bíblia
Apesar de Mateus ter sido um dos doze apóstolos de Jesus e também ter escrito um dos Quatro Evangelhos, não se pode encontrar tantas informações biográficas sobre ele. Na verdade além das listas com o nome dos discípulos, o apóstolo Mateus aparece apenas em outros dois episódios em todo o Novo Testamento.

A escolha do apóstolo Mateus
Um dos dois relatos em que o apóstolo Mateus aparece na narrativa bíblica além das listas de apóstolos descreve justamente sua chamada para ser discípulo de Cristo. Uma curiosidade sobre isto é que a escolha do apóstolo Mateus é a única chamada individual de um discípulo registrada nos Evangelhos Sinóticos.

O texto nos informa que o apóstolo Mateus era um publicano. Os publicanos eram os cobradores de taxas e impostos a serviço do Império Romano. Essa classe de trabalhadores era desprezada pelos demais judeus que os reputavam praticamente como traidores de seu próprio povo. Saiba mais sobre os grupos profissionais no Novo Testamento.

De acordo com o contexto histórico da passagem, é possível que Mateus estivesse sob as ordens de Herodes Antipas, o tetrarca  da Galiléia. Considerando o ofício que desempenhava, o apóstolo Mateus provavelmente era uma das pessoas mais cultas entre o grupo dos discípulos de Jesus.

Jesus encontrou Mateus “sentado na coletoria”, ou seja, na alfândega, nas proximidades de Cafarnaum, e lhe ordenou que O seguisse (Mt 9:9). Esse local em que o apóstolo Mateus estava eram postos fiscais geralmente estabelecidos em estradas, pontes, canais ou nas margens dos lagos para coletar taxas e impostos.

O apóstolo Mateus também é chamado de Levi.
Como o nome “Levi” não é mencionado em nenhuma das listas de discípulos de Jesus é amplamente aceito que Mateus e Levi tenham sido a mesma pessoa. Nos Evangelhos de Marcos (cap. 2:14) e Lucas (cap. 5:27), lemos que Jesus ordenou que Levi o seguisse, numa descrição muito semelhante ao registro do Evangelho de Mateus 9:9 onde o apóstolo foi convocado.

Entendendo então que Levi e Mateus são as mesmas pessoas, logo somos informados de que ele era filho de Alfeu (Mc 2:14). Sabemos também que Tiago, outro apóstolo de Jesus, também era filho de Alfeu. No entanto, não há informações necessárias para que possamos afirmar que se tratava do mesmo Alfeu e, consequentemente, que Tiago e Mateus foram irmãos.

Ainda sobre sua dupla designação (como Levi e Mateus), existe a chance de que seu nome principal era Levi, mas que depois de se tornar apóstolo de Jesus, ele preferiu ser chamado por outro nome, no caso Mateus, tal como Simão Pedro também o fez.

O ministério do apóstolo Mateus
O outro relato em que o apóstolo Mateus é mencionado, além das listas com o nome dos discípulos e a narrativa de sua chamada, está justamente registrado na sequência do texto em que ele começa a seguir Jesus.
Na ocasião, o apóstolo Mateus aparece dando uma festa, ou oferecendo “um grande banquete em sua casa” (Lc 5:29; cf. Mc 2:15; Mt 9:10). Essa festa contou com a presença de muitos publicanos e pecadores, e o fato de Jesus ter sentado à mesa com eles foi censurado pelos escribas e fariseus.

Após o Pentecostes descrito em Atos dos Apóstolos capítulo 2, a Bíblia não nos fornece mais nenhuma informação sobre o apóstolo Mateus. Algumas tradições, sem qualquer comprovação histórica, sugerem que em algum momento após o Pentecostes Mateus partiu para Etiópia, Macedônia, Síria e outras localidades. Uma dessas tradições defende que o apóstolo Mateus morreu de causas naturais estando ou na Macedônia ou na Etiópia. Por outro lado, tradições gregas e romanas afirmam que o apóstolo sofreu martírio.
A autoria do Evangelho Segundo Mateus
Apesar de alguns críticos defenderem que o apóstolo não pode ter sido o autor do Evangelho que leva seu nome, a tradição cristã, desde a Igreja Primitiva, atribui ao apóstolo Mateus a autoria do primeiro Evangelho. Na verdade, o que pode ser dito é que nenhum argumento contrário à autoria do apóstolo pode ser sustentado à luz de uma análise profunda da questão.


- BIOGRAFIA DE MARCOS

Marcos foi um cristão do primeiro século, primo de Barnabé, cooperador dos apóstolos e autor do segundo Evangelho do Novo Testamento que leva seu nome. Apesar de não ser citado nominalmente no Evangelho que escreveu, Marcos é mencionado no livro de Atos dos Apóstolos e nas cartas apostólicas.

Seu nome hebraico era João, Yohanan, que significa “Javé mostrou graça”, mas, assim como muitos judeus de sua época, ele assumiu o sobrenome latino Marcus, “um grande martelo”, que em sua forma grega é Markos. Por isso, ele frequentemente é designado como João Marcos (Atos 12:12,25; 15:37).

Embora fosse comum que judeus adotassem nomes romanos ou gregos no primeiro século, especialmente em situações em que foram libertados de uma condição de escravidão, o que não era o seu caso, é difícil saber por que ele adotou esse nome, visto que Marcos não é exatamente um sobrenome, mas um prenome.
A história de Marcos
João Marcos era um judeu provavelmente nativo de Jerusalém (Colossenses 4:10,11). Sua mãe se chamava Maria, e era parente de Barnabé, companheiro de viagem do apóstolo Paulo. Pelo fato de seu pai não ser citado nenhuma vez, é possível que Maria, sua mãe, já fosse viúva na época em que ocorrem os relatos narrados no livro de Atos dos Apóstolos.

Aparentemente João Marcos pertencia a uma família abastada, visto que a casa de sua mãe parecia ser grande o suficiente a ponto de servir de local de reunião da Igreja Primitiva, e possuía pelo menos uma criada por nome de Rode (Atos 12:12).

A imaturidade de Marcos
Marcos foi levado por Barnabé e Paulo a Antioquia (Atos 12:25), e logo depois os acompanhou na primeira viagem missionária, servindo como auxiliar deles (Atos 13:5,13). Todavia, quando eles chegaram em Perge, na Ásia Menor, João Marcos revolveu abandoná-los e retornar a Jerusalém.
Paulo e Barnabé continuaram a viagem sozinhos, porém o apóstolo Paulo nitidamente reprovou a atitude de Marcos, e mais tarde, considerando-o um desertor, Paulo se recusou a levá-lo em sua segunda viagem missionária (Atos 15:38).
Por outro lado, Barnabé não estava disposto a abrir mão de sua companhia, e diante desse impasse, Paulo e Barnabé resolveram seguir rumos diferentes. Barnabé continuou com Marcos e partiu para Chipre, enquanto Paulo levou consigo Silas e deu procedimento a sua segunda viagem missionária.

O valor de Marcos

Apesar de não termos nenhuma informação sobre o período em que Marcos acompanhou Barnabé, certamente podemos afirmar que ele foi muito bem discipulado por ele, a ponto de mais tarde o próprio Paulo reconhecer o seu valor.
Cerca de dez ou doze anos depois do incidente com Marcos, quando o apóstolo escreveu a Epístola aos Colossenses enquanto estava preso em Roma, Marcos é citado por ele, inclusive sendo recomendado por à comunidade cristã de Colossos. Se Marcos não estava com o apóstolo em Roma nessa ocasião, pelo menos estava muito próximo a ele (Colossenes 4:10).
Na mesma ocasião, ao escrever a Filemom, o apóstolo também o menciona ao lado Lucas, Aristarco e Demas, os quais ele designa como sendo seus cooperadores (Filemom 24). Por fim, na ocasião da segunda prisão de Paulo em Roma em aproximadamente 66 e 67 d.C., o apóstolo pediu que Marcos fosse a Roma, pois lhe era “muito útil no ministério” (1 Timóteo 4:11), provando que a essa altura Marcos já havia demonstrado grande utilidade, em contraste com seu comportamento inconsequente enquanto mais novo.

O evangelista Marcos
Marcos aparece novamente sendo citado pelo apóstolo Pedro em sua primeira epístola, onde o apóstolo o chamou de “filho”, indicando que com o tempo Marcos exerceu um papel muito significativo ao lado dos apóstolos (1 Pedro 5:13).
Nessa epístola, o apóstolo Pedro diz estar em “Babilônia”, o que provavelmente seria uma referência à cidade de Roma de sua época. Isso significa que Marcos estava nessa cidade com ele, uma informação que contribui para confirmar a tradição de que Marcos escreveu o segundo Evangelho ali, tendo como sua principal fonte histórica o próprio apóstolo Pedro.
Todavia, há uma grande dificuldade em se determinar uma data exata para a composição do segundo Evangelho, o que pode indicar que Marcos talvez o tenha escrito num período mais próximo do ano 40 d.C., antes mesmo de sua deserção na viagem missionária.
De qualquer forma, diante do modo com que Pedro o designa, “meu filho”, independentemente da data, parece claro que sua ligação com o apóstolo era muito grande e duradoura, o que faz com que mesmo numa data bastante recuada, é bem possível que Pedro teve uma contribuição fundamental na composição dos registros de Marcos.

Especulações sobre quem foi Marcos

Existem muitas especulações sobre quem foi Marcos nas antigas tradições cristãs. Algumas delas o colocam como tendo sido o fundador da igreja de Alexandria, mas não há qualquer evidencia nesse sentido.
Muitos estudiosos também identificam Marcos como sendo o jovem que aparece coberto apenas por um lençol na noite em que Jesus foi preso, e que ao fugir da polícia do Templo, acabou deixando o lençol para trás (Marcos 14:51,52). Essa sugestão tem sido reconhecida como bem provável, visto que esse episódio é narrado especialmente no Evangelho que leva seu nome.
Aproveitando-se dessa interpretação apontada acima, alguns também sugerem que Marcos era o homem que carregava um cântaro de água na ocasião dos preparativos para a celebração da Páscoa. Outros propõem que talvez não tenha sido ele, mas seu pai, que na ocasião ainda estava vivo. Se essa hipótese estiver correta, então a casa em que Jesus celebrou a Ceia foi a mesma casa de Maria mencionada no livro de Atos dos Apóstolos que mais tarde acolhia os crentes de Jerusalém.
Há também quem defenda que Marcos teria sido um dos setenta missionários enviados pelo Senhor Jesus (Lucas 10:1), porém essa hipótese não possui muito apoio. Também é verdade que algumas tradições apontam para um possível martírio de Marcos, mas não há nada que comprove essa suposição.
Deixando as especulações de lado, William Hendriksen, em seu comentário do Novo Testamento, nos fornece uma excelente resposta sobre quem foi Marcos, ao dizer que ele não foi um grande líder ou um notável construtor, mas sim um seguidor e um ajudador. Ele não era alguém sem defeitos, ao contrário, era uma pessoa que lutou contra suas fraquezas e as venceu.
 - BIOGRAFIA DE LUCAS

Lucas foi o evangelista que escreveu o terceiro Evangelho e o livro de Atos dos Apóstolos. Apesar de a Bíblia não dizer muito sobre quem foi Lucas, sabe-se que ele era um médico de profissão e colaborador do apóstolo Paulo. Inclusive ele acompanhou o apóstolo em muitas ocasiões.
A história de Lucas, o médico amado
Muito provavelmente Lucas foi um gentio de fala grega de Antioquia da Síria, que talvez estabeleceu residência por um tempo em Filipos (cf. Atos 16:12). Na Epístola aos Colossenses, o apóstolo Paulo se refere a ele como o “médico amado”. Além disso, o apóstolo o distingue dos homens da circuncisão, isto é, os judeus.

Isso parece reforçar a sugestão de que ele tenha sido gentio, possivelmente grego. Apesar disso, alguns estudiosos se esforçam em supor que ele tenha sido um judeu da dispersão convertido ao cristianismo.
Alguns intérpretes sugerem que Lucas possa ter sido irmão de Tito. Eles fazem essa sugestão com base em algumas passagens da Epístola aos Coríntios (2 Coríntios 8:18; 12:18). No entanto, não é possível provar essa posição de forma realmente convincente.

Existem muitas teorias em torno de quem foi Lucas, inclusive algumas que parecem ser um tanto quanto fantasiosas. A mais conhecida delas conta que Lucas foi um escravo de Teófilo, a quem ele citou em suas obras, e que esse homem reconheceu a grande capacidade intelectual de Lucas e patrocinou seus estudos.

Assim, Teófilo teria o matriculado na faculdade de medicina da universidade de Tarso. Supostamente lá ele teria conhecido Paulo de Tarso. Segundo essa teoria, a amizade dos dois iniciou-se ali, e a conversão posterior de Paulo também conduziu Lucas à conversão.

Lucas foi muito útil na obra do Senhor
Apesar de tudo isso, as informações realmente confiáveis sobre ele são aquelas encontradas na Bíblia. É através de suas obras, que se torna possível entender um pouco sobre sua biografia. Lucas era uma pessoa culta e educada, um pesquisador e historiador extremamente disciplinado e detalhista como escritor.
Em várias ocasiões no livro de Atos, Lucas se coloca como uma testemunha ocular dos acontecimentos ali narrados. Ele destaca sua participação especialmente como um companheiro muito próximo do apóstolo Paulo (Atos 16:10-17; 20:5; 21; 27; 28).
Além da passagem em Colossenses, Paulo também faz menção a Lucas quando ao escrever a Filemom. Mais uma vez o apóstolo ressalta que o médico era um de seus grandes cooperadores (Filemom 24).

Quando Paulo escreveu essas duas cartas ele estava preso. Considerando esse fato, e combinando com os relatos dos dois últimos capítulos do livro de Atos, é possível concluir que Lucas era um de seus companheiros, tanto na difícil viagem em que enfrentou um naufrágio quanto em sua prisão em Roma.
Não é exagero imaginar que Lucas, como médico e fiel companheiro missionário de Paulo, também tenha o amparado não apenas como amigo e irmão em Cristo, mas também como médico em suas aflições físicas. Lucas também estava acompanhando o apóstolo na ocasião de sua segunda prisão em Roma. Já próximo ao seu martírio, quando Paulo escreveu a Timóteo, o apóstolo destacou que somente Lucas estava com ele.

Portanto, como não se sabe se Timóteo conseguiu chegar a tempo antes de Paulo ser martirizado, Lucas talvez tenha sido o único a acompanha-lo em seus últimos dias de vida.
Após esse período nada se sabe sobre o que aconteceu com Lucas. Tradições cristãs muito antigas afirmam que ele continuou dedicando completamente sua vida na obra do Senhor. Ele permaneceu empenhado na proclamação do Evangelho, até que faleceu com idade avançada na Grécia.

Alguns apontam a região da Beócia, na Grécia Central, como sendo o local onde ele passou seus últimos dias. Também existe uma especulação que diz que ele teria vivido até os 84 anos de idade, sem ter esposa ou filhos.
O escritor Lucas
Desde muito cedo, ainda na Igreja Primitiva, a tradição cristã atribuiu a ele a autoria de dois dos livros do Novo Testamento. Se realmente Lucas foi um gentio, então ele pode ter sido o único não judeu a escrever um livro no Novo Testamento, apesar de também não se saber quem escreveu a carta aos Hebreus.       

Em seus escritos, é possível perceber traços de sua formação e profissão. Ele aplica um grego culto como linguagem e se mostra bastante específico ao descrever casos de enfermidades. Pela qualidade e organização de seu trabalho, Lucas é considerado um historiador primordial do primeiro século, cuja obra é impecável e digna de confiança.
Além de Paulo, Lucas teve contato muito próximo com os mais notáveis líderes cristãos da Igreja Primitiva. Provavelmente ele conheceu Filipe, Silas, Barnabé, Timóteo, Tito, Marcos, Tiago e Judas, irmãos de Jesus, além de apóstolos como Pedro e João.

Além disso, por ter estado em lugares intimamente associados ao próprio ministério de Jesus e de seus apóstolos, Lucas conseguiu ter acesso a conhecimentos valiosíssimos e seguros acerca o próprio Senhor Jesus, conforme fica claro no terceiro Evangelho (Lucas 1:1-4). Ele também teve o privilégio de presenciar de perto a história dos primeiros anos da Igreja Cristã.
Os dois livros escritos por Lucas tinham não apenas o objetivo de servir a Teófilo, seu destinatário imediato, mas alcançar todas as nações com a pregação do Evangelho. Suas obras procuram instruir e fortalecer a fé de todos aqueles que foram conduzidos a Cristo.
Apesar das muitas teorias que se propagaram nas antigas tradições cristãs acerca de quem era Lucas, não é necessário muito para se entender sua grande importância. Lucas foi uma pessoa sábia, capacitada e muito habilidosa. Ele tinha seu coração fervorosamente devotado a Cristo e a causa do Evangelho.
 - BIOGRAFIA DE JOÃO
O apóstolo João foi um dos discípulos mais próximos de Jesus e escritor de alguns dos livros do Novo Testamento. João é geralmente conhecido dentro da tradição cristã como “o discípulo amado”. A seguir conheceremos a história e biografia do apóstolo João.
A biografia do apóstolo João
João era filho de Zebedeu e provavelmente de Salomé (Marcos 1:19; 16:1,2; Mateus 27:56). Seu irmão, Tiago, também pertenceu ao grupo dos doze discípulos de Jesus. Possivelmente Tiago era mais velho do que João, visto que ele sempre é citado primeiro (Mateus 10:2-4). O apóstolo João era pescador de profissão. Seu pai foi um homem próspero no ramo da pesca, pois tinha alguns empregados (Marcos 1:20).

A tradição cristã associa Salomé como sendo irmã de Maria, mãe de Jesus (cf. Mateus 27:56; João 19:25). Se essa afirmação estiver correta, então o apóstolo João era primo do Senhor Jesus.

Antes de se tornar um dos discípulos de Jesus, o apóstolo João era um seguidor de João Batista (João 1:35-37). João teve um primeiro encontro com Jesus, e depois de um pequeno intervalo de tempo, se tornou um de seus discípulos regular (Marcos 1:16ss; Lucas 5:10).

A personalidade e caráter do apóstolo João
Alguns acontecimentos registrados nos Evangelhos nos ajudam a entender um pouco sobre como era a personalidade e caráter do apóstolo João. Em certa ocasião Jesus chamou João e Tiago de “filhos do trovão” (Marcos 3:17).
Muito provavelmente essa designação apontava para a natureza explosiva dos dois irmãos. Isso indica que normalmente eles eram homens de emoções controladas, mas em determinadas situações a ira logo os ascendia.
Um exemplo disto pode ser visto quando os habitantes de uma vila samaritana se recusaram a hospedar Jesus. Naquela ocasião os dois irmãos logo disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?”  (Lucas 9:54).
Ao mesmo tempo em que tal declaração aponta para um temperamento forte, ela também indica o profundo amor e a grande fidelidade que o apóstolo João e seu irmão nutriam pelo Senhor Jesus. Em dada ocasião, talvez devido à influência de sua mãe, João e Tiago deixaram transparecer certo egoísmo ao pedirem que Jesus lhes concedessem lugares privilegiados em seu reino (Marcos 10:37; cf. Mateus 20:20).
João, o discípulo a quem Jesus amava
No Evangelho de João existem referências acerca de um discípulo a quem Jesus amava (João 13:23; 19:26; 20:2; 21:7,20). É amplamente aceito que tais referências designam o próprio apóstolo João.
Isso significa que ninguém conhecia Jesus mais do que João. Ele caminhou com Jesus diariamente, e na grande noite da instituição Ceia do Senhor, na celebração da última Páscoa, foi ele quem se reclinou sobre o peito de Jesus e lhe perguntou pessoalmente sobre a identidade do traidor (João 13:23).

O apóstolo João também esteve presente em três importantes ocasiões do ministério de Jesus. Nessas ocasiões ele estava acompanhado de Simão Pedro e Tiago:
·         Quando Jesus ressuscitou a filha de Jairo (Marcos 5:37).
·         Na ocasião da transfiguração (Marcos 9:2).
·         Durante o período em que Jesus esteve no Getsêmani (Marcos 14:33).

Além disso, o evangelista Lucas também nos informa que João e Pedro foram as duas pessoas encarregadas por Jesus de cuidar dos preparativos para a refeição da Páscoa (Lucas 22:8).
No momento da crucificação, o apóstolo João é o discípulo que aparece mais próximo de Jesus no Calvário. Ele também recebeu de Jesus a incumbência de cuidar de Maria (João 19:26,27). Depois, foi ele quem correu juntamente com Pedro ao túmulo de Jesus na manhã da ressurreição (João 20:8).
O ministério apostólico de João
Depois da ascensão de Jesus ao céu, o apóstolo João é mencionado com destaque na Igreja Primitiva. No livro de Atos, ele frequentemente é citado na companhia de Pedro (Atos 3:1; 4:19; 8:14). Conheça a história do apóstolo Pedro.

O apóstolo João foi um dos principais líderes da igreja em Jerusalém (Atos 15:6; Gálatas 2:9). A tradição cristã atribui ao apóstolo João a autoria de cinco livros do Novo Testamento. São eles: o Quarto Evangelho (Evangelho de João), três Epístolas (1,2 e 3 João) e o livro do Apocalipse.
É verdade que existem algumas criticas que tentam contestar a autoria por parte de João de algumas destas obras. O quarto Evangelho e o livro do Apocalipse são os principais alvos dessas críticas. Todavia, as evidências apontam de forma muito mais contundente para a verdade de que realmente foi o apóstolo João quem escreveu todos os cinco livros.
A morte do apóstolo João
Não é possível afirmar com certeza por quanto tempo o apóstolo João permaneceu em Jerusalém. Mas provavelmente o apóstolo deixou a Palestina no início da Guerra Judaica, antes de 69 d.C.. Nesse tempo ele se mudou para a Ásia Menor.
A tradição cristã desde muito cedo afirma que João viveu por muitos anos na cidade de Éfeso. Foi em Éfeso que ele teria escrito suas obras literárias, com exceção do livro do Apocalipse.
Em algum momento durante o reinado do imperador romano Domiciano (81-96 d.C.), o apóstolo João foi banido para a Ilha de Patmos. Foi em Patmos que ele recebeu as divinas revelações registradas no livro do Apocalipse. Saiba mais sobre quem escreveu o Apocalipse.
Com a ascensão do imperador Marco Nerva em Roma (96-98 d.C.), o apóstolo João foi liberado para retornar a Éfeso. Nessa época provavelmente ela já tinha cerca de 90 anos de idade. A tradição afirma que o apóstolo João morreu durante o começo do governo de Trajano, isto é, depois de 98 d.C., com idade bastante avançada.

Algumas antigas críticas também já tentaram afirmar que o apóstolo João não é o mesmo João influente em Éfeso. Isso indicaria que então ele não foi o autor dos livros do Novo Testamento. Tais críticas alegam que o apóstolo João morreu à espada juntamente com seu irmão Tiago por ordem de Herodes Agripa I, ainda nos primeiros anos da Igreja Primitiva, em aproximadamente 44 d.C.
No entanto, tais críticas não se sustentam quando contrapostas às abundantes evidências apresentadas pelas antigas tradições cristãs registradas nos escritos patrísticos. Na verdade a maioria dos estudiosos aceita que a residência e influência do apóstolo João em Éfeso é uma das histórias mais claras e sólidas documentadas nos primeiros anos da Igreja.
Portanto, existem provas suficientes para se acreditar que o apóstolo João realmente morreu em Éfeso. Antes disso, mesmo com a idade avançada, ele continuou exercendo ativamente seu ministério. Ele foi o bispo-chefe das igrejas localizadas na região de Éfeso, e combateu as perigosas heresias (especialmente o gnosticismo) que ameaçavam a pregação do Evangelho.
Alguns escritos afirmam que o apóstolo João morreu com idade tão avançada, que em seus últimos dias ele tinha de ser carregado para as reuniões cristãs. Curiosamente seu irmão Tiago foi o primeiro apóstolo a sofrer martírio (Atos 12:2), enquanto que João foi o último dos apóstolos a deixar a terra e chegar ao céu.

Fonte:  BIBLIOGRAFIA

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Pesquisa bibliográfica feita por Maria de Fátima  -  Bacharel em Teologia

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