sábado, 18 de maio de 2024

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - 2° TRIMESTRE 2024 - LIÇÃO 8 - ADULTOS



 CONFESSANDO E ABANDONANDO O PECADO

TEXTO ÁUREO

"O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia." (Pv 28.13)

VERDADE PRÁTICA

Para desfrutar um caminho de restauração e reconciliação com Deus, precisamos confessar o pecado e abandoná-lo de uma vez por todas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 51.1-12; 1 João 1.8-10

INTRODUÇÃO

Atualmente muitos acreditam que não é preciso confessar o pecado por denominá-lo mera fraqueza ligada ao ambiente e aos aspectos hereditários.  Nesta lição, veremos que a Bíblia não ensina assim.  Em sua epístola, o apóstolo João escreve que o pecado é real e, por isso, é um perigo para a vida do crente, pois suas consequências são trágicas.  a orientação bíblica é a de que, caso ocorra um pecado, ele deve ser confessado, abandonado como evidência do arrependimento para que o crente arrependido possa receber o perdão de Deus (1 Jo 2.9; cf Sl 32.5).

I - A CONFISSÃO DE PECADO
Confessar os pecados é uma ação que acontece na vida daquele que pecou ou falhou diante de Deus, reconhecendo que de fato cometeu a quebra dos mandamentos divinos, violou sua Lei e, desde então, está afastado de sua santa vontade.  
A confissão de pecados e a necessidade de seu abandono não é algo criado por líderes, um conselho de teólogos ou pastores, mas trata-se de uma recomendação bíblica, ou seja, há base bíblica para tal exigência.  Há diversas passagens na Bíblia que tratam dessa temática, como, por exemplo, Provérbios 28.13, Salmos 32.5, Tiago 5.16 e 1 Jo 1.9.
Quando a confissão é é sincera e verdadeira, o grandioso Deus estará sempre pronto para manifestar sua graça, amor e misericórdia, que, por meio de Jesus Cristo seu Filho, nos purifica de todo pecado.

1 - Definição
O verbo "confessar", da palavra hebraica yadah, aparece como "jogar", "atirar", "lançar" (1 Rs 8.33), uma palavra que vem da raiz verbal de hadah que significa "estender a mão".  Esta palavra está presente 900 vezes no Antigo Testamento, aparecendo com o sentido de "tomar conhecimento", "saber", "reconhecer".  A palavra aparece no Antigo Testamento no contexto de confissão de pecado (Sl 32.5).  No Novo Testamento, o verbo grego para "confessar" é homologéo, que significa "concordar com", "consentir", "conceder".  Essa palavra é composta da raíz homou, junto de pessoas reunidas; e de lógos, do ato de falar.  A palavra homologéo ocorre 25 vezes no Novo Testamento (Mt 7.23, Rm 10.9,10; Tg 5.16).  Há um verbo grego importante para "confessar", eksomologéo (Mt 3.16), que significa professar", "reconhecer aberta e alegremente para a honra de alguém"; "prometer publicamente que fará algo", "comprometer-se com".  Logo podemos dizer que confessar é uma maneira de declarar o que se crê ou sabe.

2 - A confissão bíblica de pecado
O ensino bíblico geral da confissão de pecado traz a ideia de reconhecê-lo e fazer a sua confissão, pois o perdão depende desse ato (Sl 32.5;1 Jo 1.9).  Essa confissão pode ser no momento da conversão; ou depois dela, quando pecados cometidos podem ser contra Deus ou contra um irmão (Mt 5.21,22).  Importante ressaltar, porém, que, segundo o ensino bíblico, era tão somente depois da confissão de pecados que se poderia viver verdadeiramente uma vida de oração e comunhão com Deus (Ne 1.6; Sl 66.18; Lc 18.9-14).
A ideia da necessidade de confissão de pecado é algo que vem desde o Antigo Testamento, mostrando que aquele que pecou e confessa alcança misericórdia e perdão da parte de Deus.
Percorre nas página do Antigo Testamento a ideia de confissão de pecados, marcado pelo arrependimento, que acontecia por meio da humildade, quebrantamento e sinceridade na busca pelo perdão de Deus.
No Novo Testamento, vai se visibilizar melhor a ideia do perdão por intermédio da confissão de pecados.
Em todas as páginas neotestamentárias, o pecado é mostrado como uma violação contra Deus e sua Palavra.  Paulo mostra que por causa da desobediência humana o pecado tornou-se universal, não há um ser justo sequer (Rm 3.10-12,23).  Esse pecado ocasionou duas coisas: separação de Deus e morte eterna (Rm 6.23).
Frente ao quadro estarrecedor que o pecado trouxe ao mundo, inclusive ao homem, revela-se também o amor de Deus ofertando por meio de Cristo Jesus o perdão (Ef 1.7; Cl 1.14), mas, para que isso acontecesse, era necessário um verdadeiro arrependimento, ou seja, mudança de mente, de direção, afastamento total do pecado (Lc 13.3; At 3.19).
Quando reconhecemos os nossos pecados e os confessamos, podemos viver um novo relacionamento com Deus, pois, quando nos arrependemos de verdade, confessando os nossos pecados a Jesus, a graça e a misericórdia divina entrarão em ação em nosso favor (1 Jo 1,7).

3 - O símbolo da confissão de pecado
No ato da confissão da confissão de pecados, a pessoa reconhece de maneira autônoma os pecados cometidos e que, por isso, se encontra indigna de estar na presença de Deus.  Ela reconhece a sua natureza pecaminosa diante do Altíssimo (Rm 3.10-12).  Então, em arrependimento sincero e confissão, busca o que lhe é garantido por meio da Palavra de Deus: o perdão.  Assim, quem experimenta o ato sincero e humilde da confissão de pecado alcança a misericórdia de Deus (Pv 28.13).  Então, a alma é consolada e a vida espiritual é restaurada.

II - O PERIGO DO PECADO NÃO CONFESSADO

1 - Os males dos pecados não confessados
Quando não há confissão de pecado, a primeira consequência é que a pessoa fica separada de Deus, Ele esconde seu rosto de nós (Is 39.2). Culpa e vergonha são sentimentos que vão se alastrando cada vez mais na vida de quem não confessa seus pecados, gerando também a falta de paz interior e inquietação.  Tudo isso atingiu Davi por esconder seus pecados (Sl 32.3-5).
Quando lemos e analisamos Provérbios 28.13, percebemos que a confissão não se trata apenas de um ensino judaico, mas também cristão.  A Epístola de João corrobora com a necessidade de se confessar o pecado, deixá-lo e alcançar o perdão (1 Jo 1.9).  Em contrapartida, quem ignora a confissão de pecado, ocultando-o, vive uma vida de aparência e de morte espiritual; semelhantemente ao que nossos primeiros pais, Adão e Eva, viveram ao tentar ocultar os seus pecados diante de Deus (Gn 3.8).

2 - As consequências do pecado de Adão e Eva
A realidade bíblica do pecado pode ser vista no primeiro casal, Adão e Eva, quando pecou e, por isso, recebeu sentenças devidas (Gn 3.14-19).  Além disso, nossos primeiros pais perderam o direito de viver no ambiente mais perfeito e belo que Deus criou (Gn 3.24).  Por isso na vida de Adão e Eva há consequências trágicas do pecado, tais como: alteração da condição física de ambos; a transição da natureza imortal para mortal; diversas tensões no gênero humano e na natureza.  Assim, sabemos que as consequências do pecado de nossos primeiros pais não se limitaram a eles, mas perpassaram a todo o gênero humano e natural (Rm 5.12-14).
3 - As consequências do pecado de Davi
O rei Davi pagou um alto preço com o seu pecado.  A Bíblia mostra que por isso, a espada não sairia da sua casa (2 Sm 12.10-12).  Os capítulos 11 e 12 de 2 Samuel revelam o conflito e o senso de culpa que marcavam a vida de um homem que, por certo tempo ocultou o seu pecado, trazendo-lhe enfermidades morais e aflição que o levavam a gemidos.  O Salmo 32 mostra que, por se manter em silêncio, não confessando o seu pecado, Davi enfraqueceu cada vez mais, perdendo o vigor espiritual (Sl 32.2-4).  Já o Salmo 51 mostra a confissão de pecado do rei, reconhecendo todos os seus erros a fim de que eles fossem perdoados e o salmista purificado (Sl 51.2-6).

III - CONFISSÃO DE PECADO: UM CAMINHO DE CURA E RESTAURAÇÃO

1 - Confessando o pecado a Deus
Segundo o ensino bíblico, a confissão de pecados deve primeiramente ser dirigida a Deus, por intermédio de seu Filho, pois só Ele pode perdoar nossos pecados (Sl 51.3,4; Mt 9.2,6).  Ao longo do seu ministério, o Senhor Jesus disse à mulher pecadora:  "Os teus pecados te são perdoados" (Lc 7.48).  Na oração do Pai-Nosso, o Senhor Jesus ensinou: "[Pai] Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores" (Mt 6.12).  Em 1 Jo 1, lemos que os nossos pecados devem ser confessados a Cristo (1 Jo 1.7-9).  Dessa forma, perdoar pecado é uma prerrogativa de Deus Pai por intermédio do Senhor Jesus, mediante a sua obra no Calvário.

2 - Alcançando cura e restauração
O texto áureo da presente lição nos lembra que ocultar o pecado é decidir por trilhar uma jornada de sofrimento espiritual e emocional.  Mas quem deixa de lado o orgulho e a soberba para trilhar o caminho humilde da confissão de pecado vive uma vida mais leve.  Não há nada mais restaurador que desfrutar das misericórdias do Senhor (Pv 28.13).  Não há nada mais consolador do que confessar o pecado e deixá-lo definitivamente, pois assim encontraremos descanso para a alma.
Todo esse processo de confissão e abandono de pecado revela a eficácia do ministério da reconciliação de Deus por meio de Jesus Cristo (2 Co 5.18).  Quem faz assim encontra o caminho de cura e restauração, conforme lemos nas palavras do salmista:  "Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. [...] Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu:  Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado" (Sl 51.3,5).

CONCLUSÃO
Na jornada para o Céu, pode acontecer de o cristão falhar, cometer pecados que fere a santidade de Deus, bem como os seus irmãos.  Entretanto poderá contar com a presença de homens escolhidos por Deus para orientá-los sobre a importância de seguir os processos envolvidos na busca pela restauração espiritual, isto é, o arrependimento e a confissão.  Lembrando que os pecados não confessados geram a morte, assim, o melhor é confessar e abandonar para alcançar a misericórdia do Senhor (Pv 28.13), pois somente Deus é quem tem o poder para perdoar pecados, nenhum humano tem tal prerrogativa.
Em nossa caminhada cristã estamos sujeitos ao pecado.  Encobri-lo e viver uma vida espiritual de aparência não é uma opção bíblica para o caminho da cura e restauração.  Logo, uma jornada de perdão só é possível com a confissão do pecado praticado e a resolução de abandoná-lo de uma vez por todas.  Quem procede assim desfrutará das infindáveis misericórdias divinas.

Fonte : Bíblia Sagrada
Lições Bíblicas - Adultos - 2º Trimestre 2024 - CPAD
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