sexta-feira, 10 de maio de 2024

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL - 2º TRIMESTRE 2024 - LIÇÃO 5 - ADULTOS

 OS INIMIGOS DO CRISTÃO

TEXTO ÁUREO 

"Se vivermos no Espírito, andemos também no Espírito.  Não sejamos cobiçosos de vanglória, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros." (Gl 5.25,26)

VERDADE PRÁTICA 

Na jornada da fé há inimigos que tentam nos atrapalhar:  o Diabo, a Carne e o Mundo; mas em Cristo somos mais que vencedores


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 6.11-14; 1 Jo 2.5-17


INTRODUÇÃO

A Palavra de Deus identifica três grandes inimigos que se colocam diante de nós ao longo de nossa carreira cristã: o Diabo, a Carne e o Mundo.  Diante de nossa jornada para o Céu, nos deparamos com esses três inimigos.  Dessa forma, devemos estar biblicamente instruídos e, espiritualmente preparados, para enfrentá-los ao longo da caminhada com Cristo. 

O salvo que deseja seguir sua caminhada de modo firme, sólido, precisa cada vez mais achegar-se a Deus com fé, oração e meditação na Palavra, pois caso falte a fé, que é o firme fundamento (Hb 11.1), ele se tornará apático, sem vida e esperança, ficando desanimado.  Por isso, nos acheguemos a Ele com toda confiança (Hb 11.6; 12.1-3), não baixando a guarda, mas estando vigilante, pois esse arqui-inimigo é um adversário sagaz, astuto, que trabalha constantemente para destruir a nossa fé (1 Pe 5.8).

I - O PRIMEIRO INIMIGO DO CRISTÃO:  O DIABO

Trata-se do inimigo de Deus e dos seres humanos, que a Bíblia chama de Satanás, Opositor, Diabo, Inimigo, Belzebu, principe dos demônios, Tentador, Grande Dragão, a Antiga Serpente, Pai da mentira, entre outros.  Ele foi criado perfeito e era o "selo da simetria e a perfeição da sabedoria e da formosura"  (Ez 28.12 - TB), mas o seu orgulho levou-o a considerar-se igual a Deus:  "Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo" (Is 14.14).  E assim, ele foi expulso do céu:  "Como caíste  do céu, ó estrela da manhã, filha da alva!" (Is 14.12).  A Vulgata Latina emprega "Lúcifer", termo latino que significa "portador de luz", para "filho da alva".  Ele foi expulso do céu com a legião de anjos que se rebelou junto com ele.

Jesus disse que Satanás já está julgado: "e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11), aguardando o dia do tormento eterno no lago de fogo, tão temido pelos demônios.

1 - O Diabo é real

A existência do Diabo como pessoa é descrita desde o primeiro livro da Bíblia.  No Antigo Testamento, as ações de Satanás são descritas em Gênesis, 1 Crônicas, Jó, Salmos, Isaías, Ezequiel e Zacarias.  O Novo Testamento mostra a atuação do Diabo por cerca de 25 vezes das 29 passagens dos Evangelhos em que Jesus o menciona.  Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt 13.39; Lc 11.18).

Nós, cristãos que cremos na Palavra de Deus, acreditamos piamente no que ela diz sobre Satanás como um ser real.  As passagens bíblicas que tratam sobre ele, o que é seguido tanto no judaísmo como no cristianismo, evidenciam isso.

Portanto, a questão envolvendo a realidade da existência de Satanás como um ser real e maléfico está descrita na Bíblia.

A Bíblia descreve Satanás como um ser poderoso, mas, ao mesmo tempo, mostra que Deus é soberano sobre tudo e todos, inclusive sobre o Diabo, e os que vivem em Cristo não devem temer o seu poder, pois nEle temos força para vencer o poder do mal ( 1 Jo 4.4; Cl 2.15), de modo que podemos resistir aos intentos do Inimigo e estar firmes na fé (Tg 4.7; Ef 6.10-18).

2 - A descrição de Satanás

As Escrituras Sagradas descrevem Satanás como um ser espiritual que pertencia a uma ordem angelical dos querubins, sendo o mais exaltado deles (Ez 28.12,14).  Em Judas 9, por ele pertencer a uma ordem elevada, está registrado que o Arcanjo Miguel contendeu com Satanás a respeito do corpo de Moisés, mas não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele.  De fato, Satanás é o chefe dos anjos caídos.  Ele possuí poder, porém suas ações são limitadas, mas é visto como o deus deste século, o príncipe da potestade do ar ( 2 Co 4.4; Ef 2.2).  Também podemos afirmar que Satanás é um ser que possui personalidade, ou seja, ele tem inteligência ( 2 Cor 11.3), raiva ( Ap 12.17), desejos ( Lc 22.31) e vontade própria ( Is 14.13,14; 2 Tm 2.26).  Nosso Senhor considerava Satanás como uma pessoa e, por isso, usou pronomes pessoais para se referir a ele ( Mt 4.1-12; cf Jó 1.6-12; 2.1-4).

Esse inimigo é contrário ao bem.  Tudo que é bom, perfeito, justo e verdadeiro, Satanás se opõe.  Seu grande trabalho é estragar a obra perfeita de Cristo em nossas vidas, razão pela qual não podemos descansar, mas estar sempre  vigilantes ( 1 Pe 5.8).

A Bíblia diz quem é realmente o nosso inimigo, o Diabo ou Satanás, que no princípio era bom, mas rebelou-se contra Deus, e atualmente busca destruir o ser humano, contudo, Cristo se manifestou para desfazer as obras do Diabo ( 1 Jo 3.8).

3 - A identidade do Inimigo

Podemos conhecer o Inimigo por meio dos nomes que a Bíblia usa para descrevê-lo:  Serpente, refere-se a sua sagacidade e astúcia (Gn 3.1; Ap 12.9); Satanás, mencionado 52 vezes, adversário ou opositor ( Zc 3.1; Mt 4.10; Ap 20.2); Diabo, aparece 35 vezes, acusador (Mt 4.1; Ef 4.27); Maligno, revela o seu caráter ( 1 Jo 5.18,19); Dragão Vermelho, revela sua ferocidade ( Ap 12.3,7,9,10); Tentador, ação tentadora no campo da mentira e da imoralidade ( At 5.3; 1 Co 7.5); Enganador ( Ap 12.9; 20.2,3); Belzebu, chefe dos demônios (Lc 11.15); Belial, pessoa má, sem valor ( Jz 19.22; 1 Sm 30.22;  2 Co 6.15).  Esses nomes revelm uma naturza cruel, perversa e destruidora do nosso inimigo.

O segredo para vencermos o Maligno é confiarmos na graça que vem de Deus, nos sujeitando a Ele e obedecendo-lhe em tudo.  Assim, em humildade, confiando no seu poder, podemos resistir a qualquer poder do mal, pois essa postura fortalece nossa resistência frente ao nosso grande e real adversário, Satanás ( 1 Pe 5.8,9).

II - O SEGUNDO INIMIGO DO CRISTÃO:  A CARNE 

1 - Conceito bíblico de carne

Há quatro definições para a palavra "carne" na Bíblia: 1) o tecido muscular do corpo humano e dos animais (Gn 2.21); 2) o corpo humano inteiro (Êx 4.7); 3) o ser humano segundo a sua fragilidade e mortalidade (Sl 78.39); 4) a natureza humana pecaminosa (Gl 5.19; 6.8).  Dentre muitas perspectivas da palavra carne na Bíblia, a expressão "concupiscência da carne" tem grande relevância (1 Jo 2.16).  Quando o apóstolo João usa esse termo, ele se refere à satisfação carnal em todas as suas dimensões: glutonarias, sensualidade, bebedeira, relações sexuais ilícitas.  A expressão revela que não há critério ou norma moral num contexto em que a busca pelo prazer individual dita a tendência.  É o egoísmo em grau elevado.

Em Gálatas 5.19-21, Paulo faz questão de mostrar as obras da carne e o quanto elas são perversas.  Para não cumprir suas concupiscências, é preciso andar no Espírito.  O mais terrível é que os que praticam as obras da carne, além de não agradar a Deus, jamais entrarão no Céu.  A ênfase para andar em Espírito fala tanto de ser guiado, orientado por Ele, mas implica necessariamente um viver de plena santidade, visto que a missão do Espírito Santo é de nos conduzir para Deus da forma que Ele deseja.

2 - A carne no Novo Testamento

Na perspectiva do Novo Testamento. o termo grego sárx, isto é, "carne", é uma referência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte de Deus, degradada, sem a presença do Espírito Santo.  Em suas cartas, o apóstolo Paulo evidencia o que uma natureza dominada pela carne pode produzir (Gl 5.19-21; Cl 3.5,9).  A carne opõe-se a Deus e aos seus propósitos, pois ela tenciona caminhar de modo independente do Altíssimo; seu desejo e vontade estão fora dos planos divinos, ela faz com que o ser humano aja como se fosse o próprio Deus.

Há abordagens diferenciadas da expressão carne no contexto teológico, isso relacionado à forma que tal palavra aparece no Novo Testamento.  Ela pode ser apresentada como natureza humana caída, revelando em essência a situação do homem desde a Queda (Gn 3), e é a partir desse momento que se passa a falar sobre inclinação pecaminosa da humanidade.  Nessa situação, o homem se torna um ser incapaz de poder salvar a si mesmo por seus méritos, pois em sí não habita bem algum (Rm 7.18).

A palavra carne também é compreendida na dimensão que envolve a encarnação de Jesus, o que é conhecido como natureza encarnada de Cristo.  Ao vir a este mundo, Jesus humanizou-se para identificar-se com humanidade pecadora, passando a ter uma real experiência com as lutas e dores de todo mortal (Jo 1.14; Fp 2.7).  Ainda na ótica da teologia, a palavra carne pode ser usada para descrever o homem mortal, dando um destaque para sua própria fragilidade humana, a qual é resultado do pecado (Rm 5.12).  O aspecto efêmero da natureza humana é descrito como erva (Is 40.6), grama (1 Pe 1.24). Não há do que o homem se orgulhar, pois é frágil demais, a qualquer momento pode morrer.

Outro sentido da palavra carne no contexto teológico fala de oposição ao Espírito Santo, conforme já tratamos, que fala da natureza pecaminosa.  Todavia, quem já tem um viver transformado pelo poder de Cristo e passa a andar no Espírito sairá vencedor (Rm 8.2).

3 - A perspectiva doutrinária da palavra carne

Doutrinariamente, a "carne" é a natureza humana depois da queda de Adão.  Como vimos, a expressão "carne" pode ser usada para se referir ao corpo humano (1 Co 15.39), mas também à natureza pecaminosa (Rm 8.6).  Nesse sentido, embora uma mesma palavra possa trazer sentidos diferentes, não há razão de confundir-se entre "carne" como corpo e "carne" como natureza pecaminosa, pois o que é produzido pela natureza pecaminosa, logo, é reconhecido; como por exemplo:  a idolatria é uma obra da carne, ou seja, da natureza humana pecaminosa (Gl 5.20).

III - O TERCEIRO INIMIGO DO CRISTÃO:  O MUNDO

1 - Perspectivas bíblicas da palavra "mundo"

Na Bíblia, a expressão mundo tem também seus variados significados, o que vai depender do seu aspecto dentro do contexto ao que está relacionado.

Há cinco conotações bíblicas para a palavra mundo: 1) a terra (Sl 24.1); 2) o conjunto das nações conhecidas (1 Rs 10.23); 3) a raça humana (Sl 9.8; Jo 3.16); 4) o universo (Rm 1.20); 5) os que se opõem a Deus.  Esses têm o Diabo como chefe e vivem na impiedade (Jo 12.31; 15.18).  

O mundo ao qual nos referimos como inimigo do crente trata-se de um sistema  atual que se manifesta contra Deus, seus planos e sua Palavra.

O mundo que é o adversário da nossa vida de fé e comunhão com Deus aparece em 1 Jo 2.15-17.  O apóstolo nos adverte para que não o amemos; este não se trata do mundo físico, mas do mundo pecaminoso.

O mundo com seus valores e práticas pecaminosas, mentalidade diabólicas, sempre será nosso inimigo, foi isso que o próprio Senhor Jesus Cristo falou (Jo 15. 18,19).  Esse mundo é descrito por seus pecados, misérias, ambições, materialismo, ateísmo, imoralidade, orgulho, entre outras coisas.  Paulo alerta a todos os salvos em Cristo para jamais seguirem seus valores e padrões (Rm 12.2), mas alinhar seu viver e práticas, seguindo à risca os ensinos de Cristo Jesus.

2 - Três níveis de vícios infames

As concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida são níveis de vícios infames que todo cristão encontrará diante de sua jornada:

a) A concupiscência da carne. Tem a ver com a natureza humana completamente dominada pelo pecado, corrompida, decaída, todo ato do corpo para fins maléficos e imorais.

b)  A concupiscência dos olhos. Tem a ver com tudo o que envolve a mente e a imaginação.  Ela cria o desejo pelas coisas pecaminosas oferecidas pela mídia, música, filmes, literatura, a arte para ceder aos desejos carnais.

c) A soberba da vida.  Esse nível de vício expressa a autoglorificação do homem no pecado, denotando seu egoísmo, vanglória e ateísmo.  É o homem da atualidade desprezando o Criador em oposição deliberada.

3 - Vencendo o mundo

Há um sistema carnal que age sob o controle do Maligno, que busca nos remover do caminho que leva ao céu por meio de ideologias anticristãs, estilos de vidas que não glorificam a Deus e formas contrárias aos valores do Evangelho.  Para vencer essas investidas é preciso ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18).  É preciso também viver plenamente em Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus (Mt 7.21).  Sendo assim, precisamos nos sujeitar a Ele, resistir ao Diabo, pois temos a sublime promessa: "ele fugirá de vós" (Tg 5.7).

Andando pela fé e firmado na Palavra, tendo a vida cheia do Espírito Santo, o cristão não vai precisar sair do mundo ou se isolar dele, ainda que esteja na mais terrível podridão do pecado.  No entanto, é bom lembrar que quem é sal nesta terra é a Igreja de Cristo, ela deve dar sabor e brilhar como um farol, indicando aos pecadores qual é o caminho a seguir (Mt 5.14-16; Fp 2.15).

CONCLUSÃO 

O apóstolo Pedro nos adverte a respeito do plano do Inimigo em nos tragar (1 Pe 5.8 ) com o objetivo de destruir a obra realizada por Cristo em nossas vidas.  Ele quer enfraquecer a nossa caminhada rumo aos Céus.  A ação diabólica é feita mediante aos ataques do Inimigo.  Então para não ceder aos seus ardís, precisamos viver constantemente sob a presença do Espírito Santo, preparados e fortalecidos em Deus (Gl5.16; Ef 6.10).


Fonte :  Bíblia Sagrada

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