domingo, 5 de maio de 2019

A ARCA DA ALIANÇA NO TABERNÁCULO

A ARCA DA ALIANÇA NO TABERNÁCULO

ÊXODO 25.10-16; 26.33; 37.1-5

Percebemos uma razão de estudar o Tabernáculo, pois “Na realidade, através do tabernáculo, Deus estava criando uma linguagem e conceitos que nos ajudariam a entender o evangelho. Ao refletirmos um pouco, nos lembraremos quantas formas de linguagens a respeito de Cristo vem diretamente do tabernáculo e do sistema que o rodeia.” (Crisp). Essa linguagem inclui “aspersão de sangue”, “expiação”, “propiciatório”, “arca da aliança”, “véu”, “éfode”, “bode expiatório” e outras palavras. Se não estudássemos o tabernáculo, seríamos ignorantes de grande parte da linguagem da Bíblia quando se trata do Evangelho.
O Material
Feita de madeira de acácia e de ouro. Como temos aprendido em outros estudos, a madeira de acácia aponta à humanidade de Cristo e o ouro à Sua divindade.
As Dimensões
A Arca da Aliança media 116 cm de comprimento por 75 cm de largura e 75 cm de altura. Não era vista como uma peça grande, mas a sua importância era sem medida.
A Sua Construção
A Arca da Aliança era coberta de ouro, por dentro e por fora. Tinha uma coroa de ouro sobre ela, esta para segurar o propiciatório. Tinha quatro argolas de ouro fundidas nos quatro cantos e nos dois lados restantes também. Tinha duas varas de madeira de acácia cobertas de ouro, postas nas argolas, para levar à Arca. Eram para ser sempre nas argolas.
Dentro dela era posto o testemunho, ou seja, a Lei de Moisés.
O Seu Lugar no Tabernáculo
A importância dessa peça é vista pela sua posição no Tabernáculo. Ex 26.33 nos mostra que a sua posição era atrás do véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo.
Os Significados
A Arca da Aliança, em Si, representa a presença de Deus entre os homens. Cristo “é imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). Deus (o ouro) se fez carne (a madeira de acácia) para habitar entre nós (Ex 25.8). Os que estavam com Jesus no Seu ministério terrestre testemunharam dEle. Eles viram a Sua glória, “como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Estes que viram Ele, e ouviram dEle, testificaram dEle para nós “para que também ‘tenhamos’ comunhão” com eles, pois, a comunhão deles era com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo (I Jo 1.3). Tudo isto nos ensina que somente há presença de Deus nas nossas vidas, comunhão verdadeira com Deus e com os Cristãos se for por Aquele que é a imagem do Deus invisível, ou seja, por Jesus Cristo. Repito negativamente: não há salvação completa, vida espiritual, adoração agradável ou esperança futura senão somente e unicamente por Cristo. A Arca da Aliança representa a presença de Deus entre os homens, e Cristo é essa presença.
A Arca da Aliança, no primeiro relatório das peças do tabernáculo, era a primeira peça mencionada. As primeiras instruções à Moisés para este santuário onde Deus habitaria no meio do Seu povo eram de fazer a Arca da Aliança. De fato isso nos ensina que a salvação de Deus para o homem pecador começa com Deus. O Pai decretou a salvação por Cristo. O Filho fez tudo necessário conforme o que o Pai decretou. O Espírito Santo aplica o que o Filho fez para todos aqueles que o Pai escolheu. A primeira iniciativa de amor pelo pecador perdido era no lado de Deus. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro (I Jo 4.19). Quando ainda éramos pecadores, Deus manifestou Seu amor por nós pela morte de Cristo (Rm 5.8). Se não fosse o amor eterno de Deus em primeiro lugar pelos perdidos, não haveria a obra do Espírito Santo em os atrair a Ele (Jr 31.3). Cristo é o Alfa e o Ômega da salvação (Ap 1.11). Cristo é o Autor e consumador da nossa fé salvadora (Hb 12.2). Se a salvação por Cristo não é a primeira e última esperança do perdão dos seus pecados você não tem a presença de Deus no seu coração.
Não pense de ter uma vida Cristã sem essa presença de Deus entre os homens. Não pense de ter perdão dos seus pecados sem essa: a presença de Deus entre os homens. Não pense que tem comunhão com Deus sem a presença de Deus entre os homens. Não pense que pode agradar Deus sem a presença de Deus entre os homens. Sem a presença de Deus entre os homens que é Cristo, há somente condenação eterna (Jo 3.36).
Se estiver carregando a pesada carga da condenação dos seus pecados venha a essa presença de Deus entre os homens (Mt 11.28-30). Se estiver oprimido pela separação que seus pecados fazem do seu Deus, venha a essa presença de Deus entre os homens (Is 55.1-3, 6-7).
Se já conhece essa presença de Deus entre os homens, seja alerta para o resto da mensagem pois, essa mensagem te importa em muito.
Notamos que a Arca tinha uma “coroa de ouro ao redor” (v. 11). Essa “coroa” de ouro nos ensina de Cristo. Cristo foi coroado de honra e glória e nós daremos nossas coroas à Ele (Ap 4.10). Cristo é coroado por Deus soberanamente com um nome sobre todo nome (Fl 2.9-11). Que essa coroa de ouro foi “ao redor” da Arca da Aliança nos ensina muito também. Isso significa a divindade de Cristo em tudo que se faz. No Seu ministério terrestre a Sua divindade foi manifestada a todos (Jo 1.14; I Jo 1.1-4). A divindade de Cristo está em tudo que se faz na obra da Sua redenção. Isso se vê em que Ele deu- Se a Si mesmo a Sua vida e voltou a tomá-la (Jo 10.17,18). Só Cristo sendo Deus completamente, tudo “ao redor” Ele poderia fazer tal obra. A divindade de Cristo está vista na Sua salvação, pois Ele nos dá uma “eterna salvação” (Hb 5.9). A Sua intercessão contínua (Hb 7.25) nos manifesta claramente a divindade de Cristo em tudo que se faz. Nosso servir a Ele é digno de toda parte de todo nosso viver: conjugal, familiar, social, eclesiástico e empregatício.
Notamos que o testemunho foi colocado dentro da Arca da Aliança (v. 16). Essa verdade da Lei de Moisés dentro da Arca que representa a presença de Deus entre os homens, nos mostra tanto a obra de Cristo quanto a nossa responsabilidade para com a Lei. É dito de Cristo em Salmo 40.6-8, “A tua lei está dentro do meu coração”. “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, de realizar a sua obra” (Jo 4.34). E a vontade de Deus para Cristo em relação a Lei era de cumprir ela: Mateus 5:17 “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.” E esta obra Ele consumou na cruz (Jo 19.30). Cristo cumpriu a Lei, pois estava dentro do “Seu coração”, uma verdade que nos manifesta a Sua voluntariedade em ser esta oferta (Hb 10.5-7; Ex 35.5,21; Lv 1.3). Para o regenerado a lei de Deus é seu prazer: Rm 7.22, “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;”; Sl 37.31, “A lei do seu Deus está em seu coração; os seus passos não resvalarão.” (II Co 3.3).
O fato que a Arca da Aliança esteve no lugar Santíssimo nos ensina que não há compartilhamento com qualquer falso deus (Dagom, I Sm 5.1-7). A colocação da Arca da Aliança no Santo dos Santos não admite adoração criativa (os dois filhos de Aarão, Lv 10.1-11); adoração com a carne (os dois filhos de Eli, I Sm 4.3-11); com a nossa intenção só (Uzá, II Sm 6.1-7); mas, somente como agrada a Deus, “em espírito e em verdade” (Jo 4.24). A Arca da Aliança no lugar Santíssimo que a nossa adoração a Deus deve ser pura e as varas cobertas de ouro nos mostra a nossa responsabilidade nessa adoração.
As varas cobertas de ouro e postas nas argolas para nunca serem tiradas nos manifestam a responsabilidade de Cristo para fazer a vontade de Deus. A Sua lei estava no coração de Cristo. A estimação dessa lei a Cristo se manifestou quando Ele veio fazer a vontade do Pai (Jo 5.30). A estimação nossa da lei de Deus também está vista em como executamos a nossa responsabilidade em fazer a vontade de Deus. Deus não pede os nossos sentimentos, emoções, invenções, mas ação dirigida para cumprir o que Cristo nos ensinou (Mt 7.21-25).
A Arca da Aliança pela Bíblia
Quero examinar os casos da Arca da Aliança nas suas várias situações pela Bíblia e se Deus nos abençoar podemos ser edificados grandiosamente.
Em Josué 3.3-17 o povo de Deus atravessou o Jordão para entrar na terra prometida. O cristão precisa pôr Cristo em primeiro lugar no seu coração e vida e se espera atravessar o rio dos desafios e entrar no serviço do Senhor. Em Josué 6.10-21 avistamos a importância da Arca da Aliança na destruição da cidade. Isso nos instrui à verdade que só podemos vencer o pecado que tão perto nos rodeia tendo Cristo em primeiro lugar em nossa vida. Em I Sm 5.1-7 aprendemos a impossibilidade de servir dois senhores (Lc 16.13). Também aprendemos nisso que quando Cristo entra no coração do incrédulo, os deuses falsos cedem lugar. Em Lv 16.2 aprendemos que a aproximação a Deus não é corriqueira, mas com reverência e temor, e isso com o sangue de Cristo (Hc 2.20). No livro de Salmos achamos uma única referência à Arca da Aliança e é referida como sendo “a força do Senhor” (Sl 132.8). Nisso aprendemos que a força e a vitória da vida cristã é Cristo (Fl 4.13; Jo 15.4; I Jo 5.4,5).
A Arca da Aliança é a presença de Deus entre os homens, a força do Senhor, e não é compartilhada com a carne em nenhum aspecto na adoração ou serviço a Deus. A primeira coisa da salvação é Cristo. Temos responsabilidade de não só saber,mas,fazer a vontade de Deus (Rm 12.1,2; I Co 1.30). A vontade de Deus para com o pecador é que se arrependa e creia em Cristo Jesus. Somente dessa maneira pode esperar ter a presença de Deus contigo. A vontade de Deus para o cristão é viver em obediência da Palavra de Deus pela “força do Senhor”. Que Cristo tem na sua vida a preeminência como a Arca da Aliança tinha no Tabernáculo.

***NOMES DADOS À ARCA

A designação dada `Arca tem a ver com o vocábulo hebraico arown beriyth, que significa "cofre", "casa de madeira", "baú", "arca".  Era o objeto mais valioso de todos os demais do Tabernáculo, porque ocupava o primeiro lugar na vida religiosa de Israel.  Os diferentes nomes não anulam os vários significados, porque todos objetivam mostrar a glória de Deus dentro do lugar santíssimo.
Esses nome são identificados como:
- A arca de Deus
- A Arca do Senhor
- A Arca de Jeová
- A Arca do Pacto
- A Arca do Testemunho
- A Arca da Aliança
A arca, portanto, aparece como o mais importante de todos os móveis do Tabernáculo e como o tesouro mais apreciado e reverenciado em Israel.  Nela se culminam todos os rituais, desde o Altar de Sacrifícios, da Pia Lavatório e dos objetos do Lugar Santo.

***O CONTEÚDO DA ARCA

Uma vez que a Arca era um baú de madeira e ouro, sua finalidade era guardar coisas e objetos especiais que evocassem lembrança.  A Arca também continha lembranças das proezas de Deus para com Israel (Êx 25:22).
Eram três os principais objetos que estavam no interior da Arca, sendo estes o testemunho do cuidado de Deus para com Israel.  Estavam lá:
- um pote, ou um vaso de ouro contendo o maná que fora dado ao povo no deserto, 
-  a vara de Arão que floresceu e,
-  as tábuas de pedra da Lei de Deus, que foram dadas a Moísés.
Esses objetos continham continham os memorais dos grandes atos de Deus. O extraordináio de tudo isso é que o maná não estragou, e a vara de Arão floresceu dentro da Arca.

***AS TÁBUAS DA LEI (Êx 25:16,21; Dt 10:1-5)

Na primeira vez que Deus manifestou-se a Moisés no Monte Sinai, o próprio Senhor esculpiu as pedras sobre as quais escreveu os Dez Mandamentos.  Depois de esculpidas, o Senhor tirou-as da rocha e fez duas tábuas com a escrita de suas leis (Êx 32:16).  Comprovadamente eram pedras de granito.  O que foi guardado dentro da Arca foi uma cópia que Moisés teve de esculpir (Êx 34:1-5), após o episódio da idolatria de Israel diante do bezerro de ouro, que fez com que Moisés perdesse a paciência e lançasse as tábuas da Lei que trouxera do Sinai sobre o ídolo de ouro, e elas foram quebradas.

***UM VASO DE OURO COM O MANÁ DO DESERTO (Êx 16:33-35)

Esse vaso de ouro continha o maná que foi comido durante 40 anos no deserto e era um memorial da fidelidade de Deus ao prover alimento ao seu povo durante suas peregrinações.  No texto bíblico, Deus ordena a Moisés tomar um pouco do maná para que fosse guardada na Arca da Aliança,  É fantástico e milagroso o fato de que o maná estragava  de um dia para o outro.  Porém, milagrosamente, o maná colocado na Arca da Aliança não sofreu deterioração alguma, mas era preservado pelo poder de Deus para testemunho em Israel (ver Êx 16:19,20).  Sem dúvida, assim como o maná havia sustentado os israelitas no deserto, esse maná também é símbolo do pão do céu enviado por Deus, que é o Senhor Jesus Cristo.  Ele identificou-se como o pão do céu que o Pai enviou (Jo 6:31,32).

***A VARA DE ARÃO (Nm 17:1-10)

Na língua hebraica, a palavra "vara" é hoter e significa "ramo fino, rebento, broto".  Na linguagem figurada, essa palavra pode simbolizar disciplina, autoridade.  Às vezes, pode também ter significado negativo como por exemplo;  "na boca do tolo está a vara da soberba[...]" (Pv 14:3).  Outro vocábulo hebraico é maqqel, que também significa "vara, bastão", tal como "a vara de amendoeira" de Jeremias 1:11.  em Gênesis 30:37, é citada a vara de álamo, uma porção mais longa que servia para ajudar os peregrinos em suas caminhadas, ou seja, um cajado (ver Jr 48:17).  Outro vocábulo hebraico para vara é matteh, que significa "bordão", que era geralmente utilizado para uso do pastor de ovelhas ou cabras (Êx 4:2).  Na mão mão de Moisés, a vara que o ajudava em suas caminhadas tornou-se o símbolo da autoridade espiritual e da manifestação do poder de Deus para operar proezas, como, por exemplo, as que aconteceram diante de Faraó (Êx 7:9,12; 8:16).
Um homem de outra família chamado Coré rebelou-se contra Moisés pela escolha de Arão e sua família para o ministério sacerdotal em Israel.  Na verdade, essa escolha foi feita por Deus, e ninguém poderia contestá-la.  Das doze varas cortadas de suas árvores de orígem, a vara de Arão passou a ter um sentido de autoridade espiritual em Israel.  Coré uma rebelião contra Moisés e Arão, porque ele queria a função de sacerdote em Israel.  Essa rebelião contra Arão provocou a ira de Deus, que puniu Coré e toda sua família (Nm 16).
Foi assim que ficou respaldada a autoridade araônica em Israel:  Deus ordenou a Moisés que tomasse as doze varas representativas das doze tribos de Israel e escrevesse o nome de cada tribo sobre as varas.  Naturalmente, Arão tinha seu nome sobre uma das varas, e Moisés colocou-as perante o Senhor diante da Arca.  Pela manhã, a vara de Arão havia brotado, produzindo botões, flores e amêndoas.  Diante desse fato, os chefes das tribos tiveram que reconhecer que Arão era o escolhido de Deus, o ungido e sumo sacerdote designado por Deus em Israel.  Esse milagre da vara que floresceu veio demonstrar que é Deus quem designa os seus servos para representarem-no diante dos homens.  Todos os significados da "vara de Arão" apontam para Cristo como símboloda autoridade e da soberania divinas quando Ele voltar como Messias profetizado a este mundo e passar a regê-lo e governá-lo "com vara de ferro" no período do Milênio (Ap 20:4-6) depois de ter destruído o poder de Satanás, do Anticristo e do Falso Profeta (ver Hb 1:8; Ap 2:27; 12:5; 19:15).  A "vara de ferro" será a disciplina para o mundo de então, mas a igreja remida pelo sangue de Jesus estará com Ele na Nova Jerusalém celestial e reinarão com Ele por mil anos (Ap 20:6).
Assim sendo, a Arca continha os memoriais dos grandes atos de Deus na vida do seu povo.  Para a igreja o sacrifício que Cristo fez foi propiciatório, porque a sua base foi o cumprimento da justiça perfeita de Deus, que justificou o pecador condenado pela pena substituitiva que Cristo realizou (ver Rm 3:25).  Uma vez que a Lei no interior da Arca foi cumprida, o apóstolo Paulo declarou que o ato justificador foi feito "para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3:26).

Autor: Pr Calvin Gardner
Ortografia e correção grammatical: Brenda Lia de Miranda 04/2007
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br 



***Cabral, Elienai - O Tabernáculo - Casa Publicadora das Assembleias de Deus - Rio de janeiro - 1ª edição





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